Laranja IV

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DIVERSÃO

Nada melhor do que curtir merecidas férias ao lado de pessoas que amamos muito. É uma forma de podermos criar momentos que nos acompanharam para o resto da vida, e que mesmo após a partida destes, ainda permanecerão vivas e intactas em nossa memória. Não existia nada no mundo que pudesse tirar essa alegria que o jovem Ian tinha por estar ali, junto dos primos, naquela manhã de sábado. Sentia prazer (quase que literalmente) em ter sua companhia.

Acordou ajeitando seu "amigo" dentro da cueca após mais um sonho erótico com Daniel, o único dos primos não presente. Nele, ambos iam, só de roupão, a uma banheira de hidromassagem, em um local que o garoto de olhos claros não pôde identificar. Enquanto beijava cada centímetro de seus ombros, Dan tirava com cautela o roupão branco do primo, ajudando-o em seguida a entrar na tal banheira. Depois disso, a pegação rolou solta. Entretanto, no meio de tanta euforia e pegação, o mais novo falara algo que despertou seu interesse:

"Faz como ele fez, primão"

Daniel repetia isso quase que sucessivamente durante o avanço das carícias. Agora, já acordado, Ian achava curioso. Fazer como quem? Quem seria a misteriosa figura? E, além disso, por que estava se referindo a outro guri se ele próprio disse que isso jamais aconteceria? Essas e tantas outras perguntas que faziam as cabeças do garoto trabalharem a mil.

Após um longo banho matinal para começar bem o dia, foi para sala tomar seu café da manhã. Clara e Sérgio não haviam retornado de sua pequena "lua de mel", então seguia com a companhia dos primos para alegrá-lo. O primeiro que o fez, quase quinze minutos depois, foi Andreas. O mais velho estava com uma cara nítida de sono, só com uma cueca azul marinho cobrindo suas partes íntimas.

— É incrível como, apesar da cara de zumbi, tu continua sendo gostoso — Tirou o mais novo, recebendo um dedo do meio de resposta. Riu com o feito — Dormiu bem?

— Como um pássaro — Preenchia uma xícara com leite — Tô pasmo de estarmos todos vestidos. Que milagre te deu?

— Tu acha que eu faria uma blasfêmia dessas? — Fingiu uma careta de espanto.

— Óbvio. Sempre acontece isso quando tu vem pra cá.

— Sabe o que é, Drê — Levantou-se da cadeira, indo em direção ao mais velho. Quando o alcançou, abraçou por trás — É que é tão mais divertido persuadir vocês a tirarem a roupa.

— Ué, não era tu quem tava "fazendo greve" comigo? — Pressionou o garoto de sardas.

— Tu mereceu pelo que fez com o Dan. Mas agora tu tá se comportando direitinho. Merece uma chance — Sussurrou ao pé do ouvido.

No entanto, para sua surpresa, Andreas se afastou de seus toques e amassos. Encarou-o perplexo.

— Que foi? — Questionou.

— Nada. Só estamos nós de novo falando do Daniel.

Ian revirou os olhos como forma clara de mostrar seu contragosto pelo comentário do primo.

— Drê, não vamos começar de novo essa história né?

— Óbvio que não. Ainda mais depois do que rolou entre vocês dois.

— Foi só um beijo. Tu não tava beijando o Luan quando o Jô veio aqui? Então, cara!

— Que seja, Ian — Deu de ombros — Não vou perder meu tempo falando mais sobre isso.

O garoto mais novo riu fraco, desligando a leiteira para o leite fervido não derramar.

— Se nós fôssemos parte de algum livro, os leitores iam dizer que tu parece aqueles vilões mal comidos saca?

A Teoria Das CoresOnde histórias criam vida. Descubra agora