CONFORTO FÍSICO
Quantos desafios a vida é capaz de nos propor? Existe alguma exatidão nessa conta? Talvez sim, ou não... Quando se trata do destino, nada é tão previsível. O mais supérfluo dos atos se torna o mais hediondo em questão de segundos, como uma grande corrente de efeito borboleta, criada unicamente para tornar a nossa existência mais... Divertida, por assim dizer. Todavia, nem todos esses desafios são divertidos ou garantem uma emoção sadia. Alguns podem ser tristes, nos fazendo levantar duvidas até então desconhecidas ou até mesmo nos tirando a vontade de vencê-los. E naquela tarde de segunda feira, Ian tinha mais uma lição a aprender.
Ver aquele rapaz, Jonathan, tão diferente daquele que conhecera anos atrás e que guardava com tanto carinho em seu coração, certamente lhe trouxe uma sensação de nostalgia. Pensou que o mesmo pararia para conversar, no entanto, apenas acenou sorrindo e seguiu seu trajeto. Estranhou. Tanto tempo sem vê-lo e age daquela maneira? Talvez fosse a pressa... Quem sabe?
— Não quis nem parar pra me dar um abraço. Ô ingratidão – Brincou o rapaz.
Mica fez uma expressão suspeita, aguçando ainda mais a curiosidade do primo.
— Jonathan tá sempre correndo por aí. O guri parece que nasceu filho do asfalto – Comentou.
— Ah, mas depois de meses sem ver a minha fuça... Imaginei pelo menos um pouco de saudade.
— Ihhh! Tu tá todo sentimental hoje hein? – Mexeu o outro – Relaxa, mano. Tu vai ficar aqui duas semanas. Vocês vão se ver.
O mais velho tornou a passar o olho pelas ruas a fim de encontrar o rapaz, porém já tinha sumido no horizonte. Vinham-lhe a cabeça mil e uma lembranças de sua puberdade, quando conhecer o corpo alheio era prioridade maior do que naquele presente momento. Longas tardes jogadas fora com "brincadeiras" ou "toques" em lugares indevidos... Jonathan esteve presente em todos eles, e recordar de tempos como aquele faziam seu membro querer dar seus sinais de vida.
— Quer dar mais uma volta? Já que o John não parou pra trocar uma ideia...
— John?
— É como apelidamos ele.
— Super original – Debochou.
— Vai pra p*rra, Ian.
O mais velho caiu na gargalhada.
— 'Bora andar então, sedentário.
— Sedentário o c*r*lho! Tô fazendo academia duas vezes na semana.
— Não sei pra quê. Tu já tá tão gostosinho.
— Começou a piranha da família.
— Eu sou mesmo – Colocou as mãos atrás da cabeça, sorrindo – Dei uns pegas bem delícia com todos vocês. Não vem negar.
— Espalha isso pra tu ver se não digo por aí que tu tem verruga no pau – Ameaçou Mica, em tom de brincadeira.
— TU CORRE! SENÃO VOU TE PEGAR!
Ambos então iniciaram a corrida, para a confusão dos primos mais novos que estavam logo atrás, mas não demorando a entrar na brincadeira também. Percorreram a Redenção toda, se divertindo como crianças inocentes aprontando das suas. Alguns minutos mais tarde, pararam para comer novamente. A fuzarca tinha atiçado o estômago.
— Como tu consegue comer acarajé? – Questionou Luan a Ian – Isso aí é ardido pra p*rra!
— Quando fui pra Bahia, comi feito louco – Respondeu – Gosto de coisas mais picantes.
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A Teoria Das Cores
Teen FictionO que seria do verde se não fosse o amarelo? Essa clássica pergunta nos faz pensar em todas as coisas que mesmo diferentes nos unem. E será o diferente que irá unir a vida de Alisson e Daniel, rapazes problemáticos que de repente verão suas vidas ci...