Roxo III

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IDEALISMO

Infelizmente, ainda não aprendemos a controlar nosso coração e nem por quem ele se interessa. Quando menos esperamos, lá estamos nós pensando em alguém que nem esperávamos gostar. E ninguém melhor do que Jeff sabia disso naquele momento. Aquela tarde no "Wunder Bar" com Sabine fora especial para ele. Pôde conversar com a garota e entender seu ponto de vista. Porém, isso não diminuía o sentimento que crescia em seu peito. Na verdade, só o fazia aumentar.

Terça feira, manhã de chuva. Um verdadeiro apocalipse parecia ocorrer no Jardim da Serra Gaúcha. Jeff acordara com a mãe o chacoalhando e falando para ele se aprontar pois ela e o marido o levariam para a escola. Com uma cara de zumbi recém saído da cova, Jeff fez sua higiene matinal de forma rápida, praticamente engoliu seu café num só gesto e logo fora para a escola. Tentava manter seus olhos os mais abertos possíveis, mas eles insistiam em querer fechar. Alguns minutos depois e já estava em frente a escola. Despediu-se dos pais, abriu o guarda chuva, saiu do carro fechando a porta e correu até a porta principal.

— Credo. Parece até que São Pedro está nos castigando.

Uma voz assustou Jeff, fazendo o garoto de pele negra e clara dê-se um pulo para frente. Assim que virou para ver quem era, se surpreendeu.

— P*TA QUE PARIU DANIEL VAI ASSUSTAR A VÓ! – Xingou.

Dan riu.

— Meu pai me trouxe mais cedo hoje por causa da chuva. Tô aqui tem meia vida já esperando tu ou alguém conhecido aparecer.

— E precisava chegar igual uma assombração?

— Se tu não devesse pros mortos né, quem sabe não fosse se c*gar todo?

— Vai pra p*rra Dan.

— 'Bora largar as coisas lá na sala?

— 'Bora.

Os garotos então seguiram os corredores vazios até sua sala de aula. Foram os primeiros da manhã a entrarem no local. Largaram suas mochilas nos respectivos lugares e em seguida sentaram lado a lado para conversar.

— Tu me mandou uma mensagem ontem dizendo que queria me contar um troço que tinha esquecido de contar ontem. O quê era? – Jeff perguntou.

— AH! Verdade! – Dan recordava-se – Eu consegui.

— Conseguiu o quê?

— Eu... Tive minha primeira vez.

Jeff o encarou perplexo.

— Sério?

— Aham.

— Mas olha ai, mano véio— Fez um cumprimento com o outro – Parabéns cara!

— Valeu.

— E ai? Foi bom, foi ruim?

— Eu acho que foi bom né? Acredito que a Van também.

— Ela gemeu muito?

— Preciso mesmo responder isso?

— É uma pergunta. Vai dizer que tá com vergonha?

— N-não, é só que-

— Nem vem com desculpinhas que tu adorava saber dos meus lances com a Cris. Pensa que eu não lembro?

Dan revirou os olhos.

— Gemeu muito sim.

— Uhh, o p*ca das galáxias foi solto minha gente! As gurias que se cuidem.

A Teoria Das CoresOnde histórias criam vida. Descubra agora