Castanho I

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ESTABILIDADE

O amor é um sentimento que não se sabe ao certo dizer como nos portamos diante dele. Muitos dirão que é um sentimento bom, feliz, que nos mostra uma visão diferente do mundo. Outros podem afirmar que é uma armadilha, um golpe, um sentimento duas caras que de um sonho doce se torna o mais amargo dos pesadelos. Foi assim que Dan se sentiu quando tomou a errônea decisão de abandonar Vanessa.

Passara mais de dois anos e meio com ela. Teve planos, sonhou alto... De repente viu tudo ser ameaçado e não pode fazer nada para impedir. Ou podia? O término se deu graças a sua estreita visão da vida, uma mente fechada para as mudanças que estão surgindo e crescendo cada vez mais. Quando se deu conta disso, percebeu que precisava da garota, não importa seu gênero. Ou talvez importasse. Sua cabeça estava uma verdadeira confusão com tudo aquilo. A grande verdade é que se sentia tão bem ao lado de Vanessa que o resto não importava. Todo o externo não existia.

— Fiquei com tanto medo, Dan – Confessava ela – A tua reação naquela noite, depois nos nossos penúltimo e último encontros... Achava que não íamos mais voltar e isso me deixava tão chateada.

— Tô aqui agora, não tô? – O garoto dizia sorridente – Eu não me acostumei com essa história de tu ser... Bem... Tu sabe. Só senti que te abandonar assim não seria o certo.

— Se arrependeu de tua escolha?

Pensou um pouco antes de responder, mas por fim disse:

— Não.

— Certeza? Demorou um tempo pra responder...

— Van, tu quer arrumar mais treta ou quer uma segunda chance?

— É... Tu tem razão. Desculpe.

Sorriu. De maneira tímida levou sua mão direita à esquerda da garota e as entrelaçou. Vanessa corou com tal ato.

Minutos depois chegaram ao 'Wunder Bar'. O local oferecia um dos melhores cafés coloniais que tinham na região. O preço era levemente salgado, é verdade. Mas valia cada centavo colocado neles. Como chegaram depois do almoço, o ambiente não estava mais tão cheio e conseguiram uma mesa para dois. A estrutura do local lembrava um chalé, as mesas eram postas para quatro no centro e para dois nas laterais. As paredes com papel de parede verniz com luminárias de paredes entre os vãos. Era extremante agradável.

— Então... O que te levou a tomar essa decisão? – Vanessa perguntou.

— De voltar contigo? – Dan ficou confuso.

— Sim.

— Já te disse. Te largar assim não me parecia certo.

— Eu entendi isso. Mas foi só isso?

— Era pra ter algo a mais?

— Bom... Pra ser sincera, esperava algo mais sim. Mas deixa, é bobagem minha.

— O que esperava?

— Se sentiu minha falta, por exemplo...

— Por que tu ta me perguntando isso? Cara, estamos namorando há praticamente três anos e foi nossa primeira briga séria. É claro que senti tua falta.

Vanessa sorriu com a fala do namorado e devagar colocou sua mão em cima da dele.

— Eu te disse que era bobagem minha.

Dan riu. Ficaram conversando bobagens até a comida chegar. Em poucos segundos a mesa estava farta com variados tipos de comes e bebes. Tipos de bolo, torta, pão, frios, sucos, café com leite... Enfim, a fatura em si. Enquanto comiam, se divertiam e falavam coisas que vinha em suas cabeças. Se no inicio, Dan ainda se sentia estranho, agora já parecia ter pelo menos por hora esquecido de seus anseios com relação a volta com a namorada.

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