AMABILIDADE
(Protagonista Secundário: Jeferson)
O que você faria se estivesse gostando de alguém, que gostasse de outro alguém? Desistiria ou simplesmente iria lutar enquanto tivesse forças para tanto? Era esse dilema que Jeferson vivia naquele momento. Não entendia como e nem por que começara a gostar da jovem Sabine tão de repente, mas e por um acaso o amor entende de formalidades? Tem hora marcada e dia exato para acontecer?
Eram 09h14min de domingo quando acordou. Estava sentindo como se um trator tivesse passado por cima de si, por causa do tempo que ficara acordado durante a noite. Ahh... E que noite. Certamente fora uma de suas melhores transas. Jeff era dominador, e gostava de meninas que pelo menos fingissem serem dominadas. Gostava de comandar a ação inteira: Das preliminares até o ato. Não havia queixas de seu desempenho. Contudo naquela manhã sentia-se tão estranho. Parecia que algo não estava certo. E ele sabia bem o que era.
Sentou-se na cama e se espreguiçou. Tentou mudar o rumo de seus pensamentos a fim deles não o deprimirem logo cedo. Vestiu um calção qualquer e fora até a cozinha. Ninguém havia acordado ainda. Suspirou. Odiava ter de fazer café, pois nunca acertava o ponto exato que gostava. A única que parecia entender melhor os gostos do filho era sua mãe, mas com a ausência da mesma na ocasião o jeito era ir a luta. Foi tiro e queda: Seu café saiu forte demais, quase impossível para ele tomar. O leite o suavizou um pouco, mas não desfez a expressão de "sofrimento" que o rapaz fazia por tomar aquilo.
— Bom dia – Um homem alto, negro e de cabelos grisalhos apareceu. Falou com o filho durante um bocejo.
— Fala pai – O garoto cumprimentou.
— Noite empolgante?
— Até que sim – Deu de ombros.
— Até que sim? – O homem estava servindo o café, quando virou e encarou o filho por alguns segundos – Teve uma hora que tua mãe queria invadir o quarto pra ver se tu não tava enviando ela pra um abate de tanto que gritava.
Jeff não pode deixar de rir.
— Foi mal. Atrapalhei o descanso de vocês.
— Se tu por um acaso arranjar outra sirene de ambulância dessas, por favor, pede dinheiro pro motel.
— Pode deixar – Jeff riu – E o filme? Tava bom?
— Filme?
— Ué, não saíram pra ver um filme?
— Ahhh sim... O filme – O homem parecia esconder algo – Tava... Legal.
— Tinha alguma cena épica?
— Hã... Teve sim. Sabe teve uma parte em que a mulher foi surpreendida pelo fantasma e ele estripou ela.
— Um fantasma estripador? – Jeff percebera – Pai, vocês foram ver um filme de comédia. Quando num filme de comédia aparece isso?
O homem revirou os olhos. Terminou de preencher sua caneca com leite e foi ao encontro do filho.
— Tá. Tudo bem. Eu to mentindo.
— Jura? Nem tinha percebido – O garoto foi sarcástico.
— Ah é palhaço? Então não vou contar nada. O aniversário não é meu mesmo...
— EITAAA! SE FOR SOBRE MEU ANIVER EU QUERO SABER!! – Exclamou o jovem.
— Shiuuu guri! Quer que tua mãe ouça?
— Fala pai!
— Então fala baixo!
O garoto bufou.
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A Teoria Das Cores
Teen FictionO que seria do verde se não fosse o amarelo? Essa clássica pergunta nos faz pensar em todas as coisas que mesmo diferentes nos unem. E será o diferente que irá unir a vida de Alisson e Daniel, rapazes problemáticos que de repente verão suas vidas ci...