Capítulo 5 . Emma Karson .

9.6K 1.1K 106
                                    

— Por que você ligou para mim mesmo, Melina? — Reclamo, ofegante.

— Para você trabalhar o diafragma e o cérebro enquanto corre nessa esteira, Karson. — Explica o óbvio e eu reviro os olhos, saindo da esteira para uma série de abdominais. — Uma, duas, três, quatro... Isso, vai!!

Porque parece que ela torcendo para um time de futebol?

MELINA! — Solto um grunhido, sem parar os meus exercícios.

Ela solta o ar.

Fodeu, vai ficar chateada.

— Não, Emma é que você v...

Comprimo os lábios e levanto, chutando o saco de pancadas em forma de manequim.

— Mais alto! Tenta acertar a cabeça!

Vou para trás, pegando impulso, girando e acertando o chute na cabeça do meu "rival".

— Isso!

Dou risada, enxugando o suor e tomando alguns goles de água.

— Mel, você só liga para mim e me monitora assim quando está de TPM e entendiada.

Ela gargalha e eu sento na bicicleta ergométrica, pedalando o mais rápido que posso.

— É que estou com medo do quê você vai fazer, Emma... — Suspira e eu reviro os olhos, ajeitando rapidamente o fone para escutá-la melhor. — Eu vi os documentos que escreveu e imprimiu hoje... O que está planejando é arriscado... Muito perigoso, garota.

Ela ainda não entendeu que eu não tenho medo dele, certo?

— Você não pode brincar assim com uma pessoa e sair ilesa. — Diz e eu engulo a seco, parando de pedalar e olhando para a câmera mais próxima. Eu estava entrando numa coisa que não vou poder sair, nem pedir arrego... Sentir medo não era do meu feitio, mas meu estômago dava uma revirada só em pensar no que estou fazendo. — Espero que essa seja a cara  de "estou-escutando-a-Melina-e-não-vou-cometer-esse-erro".  É só dizer e eu passo esse trabalho para outra pessoa, Emma. — O tom dela é solidário, porém eu bufo e levanto da bicicleta, acertando o manequim com uma série de socos e chutes,  passando perto de derrubar o coitado. — Espero mais ainda que não queira fazer isso comigo...

Sorrio, meneando a cabeça.

— Você não vai passar esse trabalho para outra pessoa. — Tomo cuidado ao pegar uma das barras com 20 quilos em cada lado, respiro fundo e o pego, observando para não fraturar a coluna, começo a fazer agachamentos com ela nas costas. No décimo, eu paro, coloco-o no lugar e solto o ar, olhando novamente para a câmera. — Eu estou mais que preparada, Mel. Não se preocupe comigo...

Ela inspira e respira pela décima oitava vez.

— Já está com as coordenadas da casa?

Afirmo.

— Sim e você acredita que aquele babaca salvou o meu número no celular das "menininhas" dele? — Se eu ainda estou indignada com isso? Talvez. Mas eu acredito que o pagamento dele vai vir com muito, mais muitos juros. — Estou com todos os números de telefone dele, inclusive os descartáveis de negociação...

— Grampeados?

Me remexo, um pouco desconfortável.

— Ãn-rãm. — Consigo conter o impulso do meu subconsciente de balançar a cabeça, negando o que eu acabei de dizer. Eu não tinha grampeado o telefone dele, ainda não. — E lembra o que eu te pedi, quero privacidade e um tempo até concluir esse trabalho, Melina.

7 PRAZERES CAPITAIS - As Whiter'sOnde histórias criam vida. Descubra agora