Capítulo 23 · Gabriel Blake ·

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Eu realmente precisava ter uma conversa séria com a Karson. 

Olhá-la parada e se despedindo do cara que passou perto de nocauteá-la despertou uma curiosidade intensa em mim. E mais ainda quando seus olhos castanhos pousaram em mim e ela suspirou, como fazia sempre que eu errava na nossa época na escola.

O que posso fazer? 

"Quem é rei nunca perde a majestade."

Não é assim que diz o ditado? 

Paul se despediu com um sorriso e acenou para ela, fazendo um sinal de "depois conversamos". Emma desceu do tatâmi com agilidade e quando chegou próxima o bastante, parou para colocar o vestido. 

Argh. — grunhiu, fazendo careta para a peça. — Que droga, sujei ele de sangue. 

Olho para a camisa azul de botões na minha mão e ofereço. 

Karson joga a cabeça para trás, rindo muito. 

O que eu fiz? 

— Isso é sério? — parou de rir e eu só dei de ombros, sem abrir a boca. — Blake, isso não é um filme de comédia romântica e sua camisa com certeza não vai dar em mim. — abanou a mão e eu soltei o ar, revirando os olhos. Vocês são prova de que tentei ser gentil. — Vamos? 

Franzi o cenho.

— Cada um no seu carro? 

— Nós dois no meu carro. — deu ênfase no "meu" e saiu, toda rebolativa com o short de renda escura. — Vai ficar aí? — olhou para trás e eu percebi que estava estacionado no mesmo canto. 

Enquanto andava, coloquei a camisa, sem fechar os botões, só pra tentar me cobrir um pouco. Sim, eu estava com um pouco de vergonha pelo meu ato sem sentido. Eu iria chegar de cara quebrada e bêbado. E só porque fiquei incomodado com a presença dessa criatura demoníaca que está perto de um... Porsche? 

— É seu? — meu queixo estava no chão. 

Emma gargalhou, se livrando de todas as armas, tinha até um potinho com agulhas... Fiquei com medo de perguntar se aquilo era para algum tipo de acupuntura. 

— Sim, meu. — piscou e girou as chaves, com um sorriso todo orgulhoso no rosto. 

Entrei logo após dela, fechando a porta. O carro todo tinha o perfume meio adocicado dela e o sistema de temperatura estava no mais baixo, me fazendo estremecer um pouco. 

— Frio? Quer que eu aumente?

Neguei. Eu só queria perguntar como ela sabia onde eu estava...

— Eu... — comecei e ela deu partida, me olhando de soslaio.

Você? — incentivou.

— Meu pai dizia que esses carros eram dos tiras... — enruguei a testa para o veículo e Emma coçou a garganta, rindo logo após.  — Sério, está parecendo aqueles carros de seriado americano, só falta a sirene. — ri, meneando a cabeça e ela puxou a marcha, parando em um sinal vermelho.

— Mas, sei que não é isso que quer perguntar... Estudei linguagem corporal na faculdade, Gabriel. Isso foi uma mudança drástica de assunto porque você não sabe como me abordar. Então, vamos deixar claro: Estou aberta a qualquer coisa. É só falar que eu respondo. 

Mordo os lábios. 

— O Enzi te disse onde eu fui? — porque se sim, vou socá-lo na primeira oportunidade, quis adicionar mas permaneci em silêncio enquanto ela exibia um dos sorrisos safados. 

7 PRAZERES CAPITAIS - As Whiter'sOnde histórias criam vida. Descubra agora