Capítulo 48 · Emma Karson ·

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Há várias formas de matar alguém. Desde um fatídico tiro a estripar parte por parte do corpo e ver a pessoa sangrar até a vida se esvair dos seus olhos. 

Também existe os venenos. Mortes dolorosas e, às vezes, demoradas, porém totalmente impessoais, pois não exigem tanto contato com a vítima. 

E é aí que vem a minha preferida:

A agressão. 

Uma mistura das duas de uma forma única e deliciosa.

Espancar o alvo até ele dar tchau à esse mundinho de Meu Deus. 

Todos esses meus pensamentos homicidas se devem ao fato que a Suzan convocou uma maldita reunião com a Diretoria. E isso está me fazendo querer matá-la da forma mais dolorosa e cheia de contato que existir na face da Terra. 

Ela solicitou um tipo de "colóquio" — que só vai servir para me xingar e dizer que sou uma agente de merda e esses blábláblá's comuns de quem morre de inveja —. A desculpa que ela está usando dessa vez é: "A urgência em  discutir os detalhes duvidosos da "fuga" do Blake e em como ele conseguiu executar a façanha de passar por cima da Agente Especial que é, "supostamente" a melhor. 

Palavras dela. 

Não minhas.

Porque, cá pra nós, sabemos o quão boa eu sou. 

Tanto que já sei que o Gabriel está escondido numa casa no interior da Capital. E com certeza, está com o Enzi e o Phillip. Não há sinal de nenhum dos dois na casa ou de todo aquele batalhão de seguranças que protegia o setor de exportações. O infeliz levou todos e cada uma das armas dele. 

Sei que dei vantagem, mas não esperei que ele fosse aproveitar desse jeito. 

But, ok. 

É melhor brigar com alguém que esteja páreo a mim, fica mais divertido. Não quero dar um peteleco no vento, quero que ele revide cada golpe. Não há vitória, sem luta. 

Todavia, não posso trabalhar com isso agora. 

Porque estou indo pra essa reunião idiota. 

E com um humor péssimo para falar com gente do alto escalão. 

Espero não ser demitida.

Minhas mãos giraram calmamente o volante do Porsche. Felizmente, resolveram me deixar com o presentinho. Dirigir sempre foi uma terapia para mim, mas dessa vez, nem isso estava dando conta de acalmar os meus pobres nervos. Não estou arrependida de tê-lo deixado fugir, se eu prendesse o Blake naquela hora, acabaria afetando pessoas que não estavam totalmente dentro da história.

Como a Martha...

E o Enzi. 

Tamborilei os dedos ao som de Arctic Monkeys. Eu não queria envolver o Enzi nessa história que é toda minha culpa. Afinal, eu o deixei e, quando volto do "além", transo com o chefe dele e o iludo mais ainda. Porém, também não posso negar que meu coração ainda se enche de um calorzinho bom quando penso naqueles belos olhos verdes. 

Ah, vocês tem que admitir, eu tenho um puta gosto para o sexo masculino. 

Meu telefone tocou e apertei o botão, colocando a ligação no alto falante. 

— Oi, Melina. — saudei, bocejando. 

Sinceramente, estou entediada só de pensar que vou ter que ficar presa numa cadeira escutando a Suzan Cascavel saçaricar e despejar o veneno dela em cada canto da sala. 

7 PRAZERES CAPITAIS - As Whiter'sOnde histórias criam vida. Descubra agora