Reta Final. Capítulo 94 · Gabriel Blake ·

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  — A bolsa estourou! 

Bem, eu gritei. 

Foi a única reação plausível para o momento e, assim que abri os olhos, vi os meus sogros, a Emma e todos os outros olhando para mim como se eu tivesse feito algo errado. Então toda aquela água tinha vindo da Karson? Ela não precisava tomar mais um dois litros para repor, não? 

— Isso significa que os bebês vão nascer? — pergunto e recebo um grunhido alto em resposta. Karson têm uma careta esquisita e semicerra os olhos em minha direção. — O que foi? 

— O QUE FOI? — ela berra e Melina passa para ajudá-la. — ESTOU PRESTES A PARIR DUAS CRIANÇAS E VOCÊ MAL SE MEXEU DAÍ! — vocifera, me empurrando e eu procuro as chaves do carro. Minhas mãos tremiam copiosamente e só depois do segundo grito da Emma, eu as achei. 

Melina a ajudou a entrar no carro e colocar o cinto, ela suava e grunhia baixo.

Coloco a chave na ignição com uma dificuldade esquisita de me concentrar. Eu precisava manter a calma. 

  — Estamos indo no carro de trás! — Melina fecha a porta e eu dou partida. 

  — Vai mais rápido! — Karson esbraveja. — Até eu dirijo melhor qu... AHHHHHH! — leva as mãos a parte debaixo da barriga, arfando. 

Tento lembrar de algo que li nos livros... 

Respira e inspira, Emma, para tentar relaxar os músculos pélvic... — um beliscão me fez interromper a falar e gemer com a dor na parte interna da minha coxa. 

— EU VOU RELAXAR A SUA CARA SE NÃO PISAR NESSE CARALHO DE ACELERADOR, BLAKE! 

Eu obedeço, indo o mais rápido que posso, tentando não gritar com os apertões dela na minha perna. Acho que a dor que eu estava sentindo nem era comparada a dela. Parei no sinal e ela me olhou como se eu estivesse louco.

— Ultrapassa essa porcaria de sinal — rosna. 

Nego.

— Nem pensar.

— Agora! — grita e eu meneio a cabeça negativamente. Emma me ignora, deslizando o pé enquanto gemia e pressionando em cima do meu, me obrigando a acelerar. 

Graças a Deus, não aconteceu nada e o estacionamento do hospital já estava perto. 

Não me dou o trabalho de manobrar, estaciono o carro de qualquer jeito, abrindo a porta e correndo para pegar a Emma. Mentalmente, fazendo os cálculos de como a levaria até lá dentro...

Enzi desceu da moto, jogando o capacete e correndo para me ajudar. 

Obrigado, senhor dos pais de primeira viagem!

Eu não a aguentaria, isso era óbvio.

Ele arrodeou os braços com cuidado e ergueu ela, fazendo uma careta clara. Emma era pesada, mas com dois bebês, devia ser o dobro. Ele caminhou devagar, grunhindo baixo. 

— Eu estou vendo a sua.. Argh... a sua careta! — ela reclama em meios aos gemidos de dor. — Estou gorda, Enzi? — pergunta e ele nega, sem poder responder direito. 

Assim que entramos no hospital, os enfermeiros correm com uma cadeira de rodas, colocando-a agilmente e empurrando-a não sei para onde. 

Tento ir atrás, porém um ser de azul me para no meio do caminho.

—  O senhor não pode entrar agora. 

Arregalo os olhos.

— Mas ela é a minh... — a Karson era o quê minha? —  Ela é a mãe dos meus filhos! Eu preciso entrar! — se eu estava começando a ficar chateado? óbvio. O tom agressivo sobressaiu e outro enfermeiro parou do lado, esse era maior. 

7 PRAZERES CAPITAIS - As Whiter'sOnde histórias criam vida. Descubra agora