Exclusivo para vocês e de primeira mão, um dos projetos em que venho trabalhando! ❤
Pense em toda a beleza que ainda existe ao seu redor e seja feliz.
- Anne Frank.
LEIA ESCUTANDO: WONDERWALL - OASIS.
ABRIL, 15, 2010.
Ser machucada ainda na adolescência é comum. Essa é a época onde todos estão confusos, lidando com picos hormonais, a suposta aceitação em grupos que no futuro, não irão significar nada e estão a procura de duas únicas coisas: Ser "legal" e se encaixar de qualquer forma, de qualquer jeito, é se encaixar ou ficar "só" naquele ambiente que só os que tem um bando conseguem sobreviver.
Nem que tal "forma", seja xingando uma adolescente que não entra nesses padrões. Onde sua única ambição é não se tornar como a mãe e que o poder da rejeição em grupos que os outros consideram "essenciais" não a afeta.
E foi isso que atraiu a atenção dele. Não de um jeito malicioso, mas sim, carinhoso e até um pouco, curioso. Qualquer sentimento oposto a esse, era proibido, ela aparentava ter uns dezesseis, praticamente uma criança. Ele queria saber como ela passava por cima dos rótulos, sorria daquele jeito e ainda por cima, era a primeira da sala, em quase todas as matérias. Ouvia todos os professores falando bem dela, venerando-a.
Podia ter acabado de chegar na High School Blue Demons, ter apenas vinte e dois anos e apenas uma licenciatura em Literatura, mas, de uma coisa ele tinha certeza: Queria conhecer aquela jovem que tanto falam e que só teve oportunidade de ver uma vez.
Ela conseguiu algo que poucas são capazes: Despertou a sua curiosidade.
Foi com esse pensamento que o Sr. Hayes atravessou o corredor naquela semana, notando as adolescentes sorrirem ou exibir mais ainda seus decotes. Se ele fosse como um de seus primos, já teria levado algumas dezenas delas para cama, se jogavam sem destreza alguma, sem ao menos se importavam em não parecer vulgar. Menos uma fazia isso e, foi justo naquele dia que esbarrou com ela. De forma nada proposital, se querem saber. Não foi difícil, a jovem estava distraída demais procurando algo na bolsa para perceber que o seu esbarrão foi intencional.
Alguns livros caíram, uma folha de papel e o que lhe chamou mais atenção, um exemplar de Hamlet. A capa desbotada, algumas lombadas e orelhas em suas páginas mostraram-lhe que não era a primeira vez que a garota o lia. Uma admiradora de Shakespeare? Nessa escola?
Agachou-se, ajudando-a, sem falar nada, mas, antes da menina conseguir pegar o livro, Matthew o agarrou, examinando-o de perto. Era um bonito exemplar, apesar de estar bem velhinho.
- Gosta de literatura, Srta...? - Ele sabia seu sobrenome, o escutou muito na sala dos professores, só estava achando divertido fitar os olhos castanhos convertidos em um sentimento que só poderia ser de posse, por causa do livro que pegou sem permissão. Também se sentia assim em relação aos seus.
- Srta. Foxier e, sim, eu gosto muito de literatura. - O tom poderia ser facilmente confundido como grosseria ou impertinência adolescente. Mas, tinha uma pontinha demonstrada no fim de suas palavras: o cansaço. A analisou por um momento, ela tinha a aparência de quem não dormia a alguns dias, ao contrário das outras garotas, nenhum pingo de maquiagem adornava sua pele, umas duas espinhas discretas estavam lá para lembrá-lo da idade da menina.
- Pode me devolver? - Estendeu-lhe a mão, agoniada com todo aquele olhar direcionado a si mesma. Matthew sorriu quase se desculpando por ter se perdido nas fartas curvas daquela adolescente. Onde sua cabeça estava? Ela é uma criança, olhá-la assim é um ato desrespeitoso.
- Devolver-te livro ou seu coração que acabei de roubar? Quem sabe na nossa aula, Srta. Foxier. - Sorriu galanteador, fazendo-lhe uma reverência. A jovem bufou um pouco, lançando um sorriso no final, a mão ainda estava estendida, mas agora, como um cumprimento formal demais para alguém de sua idade. - Sou o professor de Literatura novo, Matthew Hayes.
Apertou com firmeza, sentindo a mesma na mão da garota. Ela parecia saber oque quer, seu aperto não era nada submisso ou controlador. Era determinado.
- Seja bem-vindo, professor Hayes. - O tom rude foi drasticamente substituído por um que é só um tiquinho mais agradável. Teve vontade de rir, mas se limitou a sorrir, uma curiosidade arrebatou seu ser por um momento. Ele sabia apenas o seu sobrenome, não o nome.
- E qual é o seu nome, senhorita? O primeiro?
Um sorriso que poderia ser facilmente comparado ao gato de Alice no País das Maravilha surgiu, deixando seus lábios carnudos ainda mais convidativos, Srta. Foxier o encarou como se tivesse acabado de ser a primeira a descobrir penicilina ou que a terra é redonda.
- Aquilo a que chamamos rosa, mesmo com outro nome, cheiraria igualmente bem. - Citou e retirou-se ainda sorrindo, deixando o mais velho observando-a se distanciar e constatar que aquilo seria o começo de algo muito grande e completamente impossível de medir.
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7 PRAZERES CAPITAIS - As Whiter's
ChickLit#3 LUGAR EM AÇÃO (07/04/2019) #5 LUGAR EM AÇÃO (05/04/2019) RENDA-SE AO FOGO DO PRAZER. ANTES, Uma adolescente gorda; Um garoto estúpido; Uma amizade improvável - e talvez por interesse?; Uma decepção imensa e já esperada. A...