Capítulo 37 · Gabriel Blake ·

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Emma, eu... — virei, dando de cara com um espaço vazio na cama. 

Ontem eu meio que tinha dito que havia "algo mais" entre nós. 

Foi no impulso, depois que ela mentiu sobre ter ido dormir com os Reich. 

Okay.

Eu posso ter acreditado durante alguns minutinhos e isso ter doído pra caralho.

Mas era impossível que a Karson quebrasse o contrato... 

E ela não sabe mentir muito bem, já que riu depois e negou tudo. 

Levantei, dobrando os lençóis e me espreguiçando. O relógio marcava quase uma da tarde e era até compreensível ela não estar deitada. Já era tarde, literalmente e apesar da nossa "coisa", Emma ainda tinha o rubi para achar. 

Trato é trato.

Ah, por que estou tão feliz? 

Estou me sentindo num desenho da Disney, só falta os passarinhos começarem a cantar comigo e os ratos me ajudarem a costurar um terno novo. 

Tudo bem que se isso acontecesse, eu procuraria um psiquiatra na mesma hora. 

When you love... Someone... (Quando você ama alguém) — cantei no chuveiro, enquanto lavava o cabelo. — And your hear beats beats so loooooud... (E seu coração bate tão alto) — eu nunca fui um bom cantor, mas isso não significa que não posso me expressar. 

Lavei a espuma e senti meu corpo relaxar e um sentimento bom me preencher.  Sai do box, assoviando e já trocando de roupa, o terno da vez era um preto e contrastava com a minha pele de forma horrenda. Fiquei até meio receoso, era capaz de eu sair na rua e me confundirem com um agente penitenciário...

Então resolvi colocar um azul royal meio escuro e...

Parei.

Estou me sentindo uma menina nervosa para o primeiro encontro.

Porém, era impossível esconder o sorriso que meus lábios insistiam em ostentar. 

Tanto que quando desci as escadas e a Martha me viu, ela estacionou. 

— Pare aí mesmo! — berrou e eu travei, levantando a mão em um gesto de redenção clássico.

— Eu juro que não comi os waffles que estavam na geladeira... Eu só belisquei um pouco e... 

Ela riu.

— Luca... Abra os olhos! — pediu e, mesmo desconfiado a olhei. — Você está feliz, meu filho? 

— Ér... — cocei a nuca, rezando para não corar... 

Eu sou o Eros, não coro! 

Eu as faço corar. 

— Hum? — incentivou indo para cozinha e eu a segui, tentando pensar em algo que colasse. 

Pimba.

— Eu consegui um puta carregamento! — dei risada e ela semicerrou o olhar, me analisando. Congelei o sorriso de "vitória" no meu olhar e peguei o café que ela estendeu, dando uma golada. 

— Que bom. — sorriu e eu fitei o líquido negro. 

Ergui uma sobrancelha, tentando parecer casual.

— Você... Hum... Por acaso sabe aonde a Emma foi? — bebi o café, olhando o balcão e evitei o olhar de "eu sei o que está escondendo" que a Martha estava me lançando nesse exato momento. 

7 PRAZERES CAPITAIS - As Whiter'sOnde histórias criam vida. Descubra agora