Capítulo 74 · Gabriel Blake ·

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— Vistam-se, eu estou entrando — aviso, esperando alguns segundos antes de abrir a porta do quarto. O apartamento do Phillip não ficava atrás dos outros, aliás, era bem mais hi-tech. Com direito a fechadura por reconhecimento de retina, na qual fui cadastrado assim que foi implantada, os tablets espalhados como decoração. Toda a cor azul e cinza me deixava até um pouco zonzo.

Não me assusto ou fico surpreso — ok, talvez um pouco — ao dar de cara com a Agente Parker.

— Oi, contrabandista — ela me cumprimenta e se eu não tivesse acabado ver a Emma de camisola fina e branca, diria que esse é o corpo mais curvilíneo que eu já vi na vida. Não curvas de modelo daquelas revistas do tipo Vogue, Marie Claire... O tipo de curva que eu falava mal há alguns meses atrás. Se a Karson era sensual e estupidamente magnética, a Lorelai poderia ser chamada de uma aprendiz fiel.

A pele branca contrastava fortemente com a lingerie vermelha, os fios pretos e lisos cortados descontraidamente na base dos ombros e o andar de alguém que se sente a pessoa mais gostosa de todo mundo. Ela era uma Emma mais jovem e bem mais irritada — não que alguém consiga superar a Karson quando cisma de comer algo e me ameaça com uma arma.

— Agora você me entende — Phill aparece já vestido com um cheiro de sabonete bem parecido com o meu. Reviro os olhos. Ele tinha que comprar o mesmo sabonete, típico do Richards. — E aí? Estou cheiroso? — ergue as sobrancelhas e eu escuto a risada discreta da Lorelai ecoar pelo quarto. Eles obviamente combinaram isso, até porquê Phill sabe que eu sinto um ciúmes louco dos meus sabonetes, loções e perfumes exclusivos.

Então, contrariado, apenas ergo as sobrancelhas.

— Preciso da sua ajuda...

Para quê? — Parker aparece com um minivestido preto e coturnos, totalmente diferente da Emma com seus vestidos Prada e saltos Loubotin. Na coxa, a cinta com uma arma bem grande. Ela seguiu meu olhar e sorriu — Já vai analisar minha arma desse jeito? Não me paga nem um jantar? — sussurra, erguendo uma sobrancelha de modo sexy.

Alguém diz pra ela que convivo com uma mina de sensualidade e que está gerando um filho meu? Acho que me tornei imune aos murmúrios roucos de outras que não sejam aquela criatura maligna enviada para transformar minha vida num inferno. Um inferno relativamente contraditório, pois eu amo queimar no calor daqueles olhos castanhos.

— Licença, falei com o Richards — confesso que fui um pouco ácido, porém ela não se mostrou afetada, só riu, fazendo uma expressão surpresa.

— Pensei que você fosse o cachorrinho dela, mas parece que a nossa gata te ensinou a dar unhadas — me analisa, meneando a cabeça. Seja lá o que falam de mim e da Emma, parecem me colocar como o criminoso frágil que se deixou ser pego, no entanto, se esquecem da tão falada Gaivota Branca que caiu nos encantos do Eros. — Interessante.

Phill... — me viro, entretanto Richards está olhando maravilhado para ela.

É, está ruim mesmo.

Ô, Lorelai... — digo de modo informal e ela balança a cabeça. — Me desculpe à pergunta, mas a curiosidade me cutucou agora... Você não correu quando viu o tamanho do colega do Phillip? — pergunto, vendo as bochechas dela terem um lampejo de cor, porém é só por um momento, logo é substituído por um sorriso torto esbanjando maldade.

— Não te contaram, contrabandista? — ela dá uma voltinha — Tenho que ter brinquedos que combinem com o meu tamanho — pisca e acena, saindo do quarto.

— O que vo...

Levo o dedo à boca, pedindo silêncio. Mexo no celular dele, abrindo o aplicativo que nos deixa acompanhar as câmeras de segurança na íntegra. O rebolado imponente da Agente Parker é registrado e ela vai até o carro dela com o telefone no ouvido.

7 PRAZERES CAPITAIS - As Whiter'sOnde histórias criam vida. Descubra agora