Capítulo 10 · Emma Karson ·

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Paka, isso é arriscado. — a voz grossa do Enzi murmurou assim que eu fechei a porta. Estávamos no quarto do Gabriel, depois da minha clara fuga daquela multidão. Perguntas demais me deixam encurralada e são perigosas. Não mais que isso que estou fazendo agora. O que posso fazer? Coisas malucas deixam alimentam a minha sede por adrenalina. Eu não vou faz...

Me aproximei dele, tendo o cuidado de trancar a porta antes. 

Shhhhh... — sussurrei, deixando meu rosto próximo do dele. — Meu príncipe... Meu deus de Ébano...— Enzi fechou os olhos ao me escutar. Eu sabia o poder que minhas palavras tinham nele. Cada uma causava uma reação diferente. Rocei levemente meus lábios nos dele, — Vamos, sei que está com saudade do meu gingado...— provoquei, sorrindo e mexendo os quadris.

— Emma...— algumas ruguinhas se formaram com a força que ele colocava para fechar os olhos. — Não. — empurrou gentilmente meus ombros, me fazendo o fitar com um bico enorme. — Vou arriscar meu trabalho. 

Aquiesci, concordando.

— Agora... — ergui um dedo, franzindo teatralmente as sobrancelhas. — Como é que vai trabalhar... Sem isso? — girei agilmente a arma dele nas minhas mãos, fingindo engatilhá-la. Ao contrário do Gabriel, ele só cruzou os braços e se encostou na parede atrás de si. E posso até arriscar ter visto o vislumbre de um sorrisinho sacana. 

Minha Paka...— riu, tomando a arma de volta e colocando-a em cima do criado-mudo. Aqueles músculos, o sorriso irresistível, os olhos estupidamente verdes, Enzi merecia o título de deus Africano. Suspirei como uma menininha enquanto o admirava. — Pare de me olhar assim, me sinto um estúpido por rejeitar essa boca linda e esse corpo espetacular que está oferecendo de bandeja para mim.

 — Será que você asseguraria que uma moça indefesa como eu, possa ficar segura e tranquila em um banho bem relaxante? — indaguei, fazendo questão de dar ênfase à cara de inocência. — Tenho tanto medo de ser atacada... — pestanejei. 

Enzi ri e engole a risada quando seus olhos passeiam por minhas pernas e quadris. E por aqueles olhos, nada passa por despercebido.

— Você está sem calcinha, Emma? 

Andei pelo quarto em silêncio absoluto, utilizando o dito popular como voz: "quem cala, consente". Iria estar mentindo se não houvesse uma contagem regressiva estalando na minha mente.

 Então, em 3...2...1...

Meu corpo é chocado contra a parede, mas não reclamei. Era delicioso ter aqueles braços arrodeados por meu corpo. 

Qual é o seu plano, Paka? Hum? — aquele tom de voz ao pé do ouvido me fez morder os lábios. — O que você quer com o Eros? Já não conseguiu o que queria? — sua língua passeava no meu pescoço e eu sabia o que ele queria. Me persuadir a falar. Enzi era muito esperto para perguntar de modo normal, ele sabia que me tendo em seus braços e provando os deliciosos arrepios de excitação que ele traz, conseguiria arrancar algo de mim. 

Completamente enganado. 

— Esse apelido do Gabriel é tão...Inútil. — bufei, passeando as unhas nas costas do segurança, que se contraiu ao me ouvir falar. Ele não gostava. Meu deus de Ébano sentia algo além do tesão por mim. E isso era, no mínimo, perigoso. Quando você gosta de uma pessoa, vai protegê-la de qualquer coisa... Entretanto, quando você gosta de uma pessoa e já transou com ela, a ligação vai um pouquinho mais longe e é aí que mora o risco. 

 — É porque você nunca provou ele. — subiu meus pulsos, prendendo-os acima do meu corpo. O olhar verde não passava só uma ideia de "não duvide", mas também uma seriedade que me arrepiou e até me fez ficar um pouco abalada. — Todas que passam pelo menos uma noite com o Eros, se apaixonam. 

— Você sabe que eu sou diferente. — dei de ombros, sorrindo do meu jeito "sou foda". Minha mão logo encontrou aquele tanquinho delicioso, arranhando e sentindo-o responder ao meu toque. 

Enzi revirou os olhos de maneira adorável. 

— Não é porque você foi amiga dele na adolescência que o conhece agora, Paka, — tocou suavemente meu rosto, num carinho terno. — É por isso que peço que tome cuidado. Não sei aonde quer chegar com isso, minha gata. — acaricia meu queixo, deixando-me presa naquele belo olhar. Ele me chamava de gata e me fazia ficar com vontade de ronronar para ele. — Só olhe cada canto onde pisa, por favor. Esse terreno não é plano, é totalmente movediço.  

Soltei o ar, me inclinando e tomando os lábios dele num beijo quente. Na verdade, eu não o aguentava mais falando, essa boca funciona muito melhor quando está em movimento. Contra a minha, óbvio. 

Enzi me ergueu e eu enlacei minhas pernas em seu quadril. Sinceramente, o homem, para me levantar, tinha que ter uma força considerável. Não sou uma modelo da Victoria Secrets, estou mais para dois botijões de gás. 

Me amassar com ele era como estar bem perto do fogo. Ainda mais com a adrenalina de ser pega. Podia senti-lo começar a pulsar contra o meu umbigo, numa ereção digna de um rei. Até salivei um pouco só de pensa-la perto de mim. 

Hummm....

Mas não posso.

Seria arriscar até demais. 

— Ok, ok... — desci do colo dele, o vendo me olhar, com a testa enrugada e uma triste expressão de frustração. Ah, isso é tão chato! — O que é? Foi você que estava falando sobre arriscar e ter cuidado e esses blábláblás. — dei de ombros, pegando a toalha e me dirigindo ao banheiro. — Quem sabe terminamos isso depois? — pisquei e fechei a porta. 

Quase meia-hora depois, sai de lá me sentindo a pessoa mais relaxada do mundo. A água morna acalmou meus nervos e, mesmo sendo estranho, abaixou meu fogo. Estou mais tranquila e louca para dormir. 

— Você não está nua debaixo desse roupão, certo?

— Quem sabe? — ergui repetidamente as sobrancelhas, sorrindo como a bela descarada que sou.

— Você adora me deixar com o benefício da dúvida, Paka...

Meu ouvido ótimo capta passos no corredor e eu sorrio ao ver os sapatos caros do Gabriel na resta da porta. 

— Porque você é o homem mais gostoso que conheci, príncipe. — falei, em Africano. 

Gabriel entra e eu o provoco o máximo que posso, até porque, a vencedora desse jogo já tem nome e sobrenome: Emma Karson. 

7 PRAZERES CAPITAIS - As Whiter'sOnde histórias criam vida. Descubra agora