7 PRAZERES CAPITAIS - As Whiter's

Capítulo 12 · Emma Karson ·

Girei a cadeira do escritório do Gabriel e, pela primeira vez desde que entrei aqui, solto o ar. 

Há uma razão para eu odiar trabalho burocrático. Ainda mais quando só estou fingindo o fazer. Pelo menos consegui invadir o banco de dados e pegar algumas informações sobre os negócios dos Blake's para quem ia as exportações das joias, os números dos contatos que estavam na festa, encaminhando rapidamente para a Melina. 

Mas um em particular me chamou a atenção, na verdade, dois: 

Os irmãos Reich. 

Na última olhada que dei na ficha deles, a lista de tráfico e assassinatos era imensa, porém, sempre conseguiam algo, um mínimo detalhe e escapavam totalmente impunes. Eles mataram motoristas de caminhão, homens com família para alimentar e esposas amadas esperando em casa, tiraram a vida de pessoas inocentes por puro capricho. Eu entendia o porquê do cuidado que o Blake estava tendo comigo perto deles ontem. 

Aqueles dois eram o sinônimo da palavra cruel. 

Só havia um problema nessa história toda. 

Eu não tenho medo deles.

Meu telefone começou a tocar e, antes de atender, digitei a minha senha criptografada no sistema de segurança da mansão. Aquilo manteria os monitores longe da minha ligação e impossibilitados de grampeá-la.

— Oi, Mel. O que houve para me ligar? Alguma informação está errada? 

— Não, Karson. — o tom dela estava meio trêmulo. — Um dos nossos que está infiltrado na casa dos Reich me passou algumas coisas novas sobre...

— Ah, que coincidência! Eu estava pensando nisso agora mes..

— Não me interrompa e me deixe falar. — Melina agindo deforma ríspida? Aí tem coisa. — Preste atenção, nós exageramos ontem e pelo que parece, você encantou todo o grupinho de perigosos... Mas o que o Eric nos passou foi...

Eric. 

Ah, doce Eric. 

Minha mente vaga por aquele maxilar largo e sorriso matreiro na nossa época de treinamento. Quando ele segurava o meu saco de pancadas e a única coisa que eu queria era me atracar com ele. No chão, na cama... Em qualquer canto. E graças ao meu bom Deus, consegui. E para uma jovem que só tinha transado umas três vezes, ficar com aquele pedaço de mau caminho era o Oasis, um tipo de paraíso particular cedido só para mim...

— EMMA! — um berro agudo me trouxe de volta para a realidade. — Não acredito que estava fantasiando com o Eric Richards novamente, isso foi a anos atrás! — isso é o que você pensa... — Você é o bibelô número um na lista de desejo dos Reich! O Eric nos ligou desesperado e pedindo para você redobrar o cuidado!

Um lampejo de medo passa por meu corpo, mas do mesmo jeito que chegou, ele se vai. Sendo resumido em uma risada alta e completamente debochada. 

— Porque diabos você está rindo? Não está entendendo o grau da situação, Karson? — diz, como se estivesse lidando com uma adolescente inconsequente. Revirei os olhos, me segurando para não bufar. 

— Hudson. — comecei, chamando-a pelo sobrenome e escutando o silêncio perdurar do outro lado da linha. — Eu não tenho uma gota de medo daqueles dois idiotas. Pode mandar eles virem, tenho as minhas armas e o arsenal da casa dos Blake. — girei na cadeira, com um sorriso dominando os meus lábios. 

— Você descobriu onde fica? — perguntou, impressionada.

 Eu ri, suspirando no fim.

— Do jeito que o Gabriel é óbvio, garanto ou está no closet, ou em algum canto desse escritório. — dei de ombros, ajeitando o celular nos ouvidos. — Se for só isso, vou desligar, não posso correr o risco de ser pega com a boca na botija, como diria minha avó. — ri.