Capítulo 2 . Gabriel Blake .

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"Quem desdenha, quer comprar"

— Dito Popular.

5 ANOS ANTES.

— Eu te dou dois segundos para descer desse caminhão.

— Mas, senhor...

— Agora.

Puxo o braço do idiota, vendo ele se encolher. 

Eu odeio quando tenho que agir assim. 

Mas nesse ramo, essa é a realidade.

— Você mexeu no carregamento para dar uma das caixas aos irmãos Riech? — Pergunto uma única vez, meu tom de voz é controlado, mas por dentro a fúria ferve em meu sangue.

Ele fica inquieto e desconfortável. 

Na verdade, isso tudo é apenas uma atuação retórica. Eu sabia que ele tinha mexido e estou a uns dois segundos de sufocá-lo, arrasta-lo como uma bactéria repulsiva para se humilhar aos pés dos irmãos Reich e recuperar a minha mercadoria. Ainda não sei como ele realmente pensou que poderia fazer isso e eu não iria saber. 

Eu sei de tudo que acontece aqui. 

Faço questão de verificar cada carregamento. 

E todos os meus veículos tem câmeras em seus compartimentos.

— Preciso repetir? — Semicerro os olhos enquanto estalo o pescoço. O imbecil parece entender o que vai acontecer porque arregala os olhos e engole a seco, com o olhar vagando rápido de um lado para o outro  e, obviamente, procurando uma saída. O que, para o azar dele, não tinha. É aquele dizer popular, "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come".

E se não estiver claro, nessa metáfora, o bicho sou eu.

— Veja só, Joe. — Respiro de forma profunda. — São três e pouca da manhã, eu tive que me acordar, tirar a minha McLarem da garagem, só para olhar essa sua cara mentirosa e nojenta de perto.  — Estalo cada dedo, um por um, mexendo nos meus anéis. Um soco com eles deixaria uma bela marca. — Isso me deixou mau-humorado. —  Meu sorriso não é uma coisa legal de se ver agora. Era o sorriso que, aqueles que já viram chamam de "prenúncio do martírio". A dor e sofrimento que vinha logo após desse meu entortar de lábios, não era indicada para nenhum ser humano — Muito mau-humorado.

Ergo o punho e no exato momento que vou lançar um soco contra o maxilar do filho da puta, meu celular toca. O nome que aparece no visor é odo Philip, meu sócio e irmão de consideração. Nos conhecemos no colégio e bem, somos praticamente unha e carne. 

O problema era a estranheza do telefonema. 

Phillip me ligar há essa hora? O que houve?

Ele devia estar desfrutando do seu pseudo-harém e não me "acordando" de madrugada. 

Mas, ok.

Olho pro sujeito à minha frente, erguendo um dedo. 

Ele estremece e eu bufo.

Realmente pararam de fazer homens corajosos. Eu, se estivesse no lugar dele, teria arrumado um jeito de escapar, nem se fosse virando uma toupeira e fazendo um buraco no chão. 

— Não ouse se mexer, porque não adianta correr. Meu carro e eu vamos te alcançar até no quinto dos infernos. — Alerto, puxando o aparelho do meu bolso e o atendendo. 

Apesar de estar recebendo a chamada, meus olhos não desviavam do Joe. 

Nunca, em hipótese alguma, dê as costas para o seu inimigo.

7 PRAZERES CAPITAIS - As Whiter'sOnde histórias criam vida. Descubra agora