Continuação. Último Capítulo.

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EMMA KARSON.

— As armas...

— As agulhas... 

— Não precisa disso, gente — massageei as minhas têmporas — Vou conversar com o Blake e sair o mais pacificamente possível. Tenho duas crianças para levar e vamos combinar dele visitá-las sempre que quiser. Só não quero permanecer na mesma casa que ele, ter que dormir ou conviver — suspirei e encarei o teto por alguns segundos, lembrando do olhar dele ao ouvir a minha recusa — Pensando bem, cada um leva uma arma. 

— Agora, tudo b...

— Saiam todos.

Minha espinha gela ao escutar. 

— Não vamos sair. — Melina e Parker retrucam e eu me viro, negando. 

Era melhor todos saírem. 

  — Depois acabamos de conversar — abano a mão e eles me olham de maneira desconfiada, mas cedem, saindo da sala de reuniões o rápido possível.  Me deixando sozinha com o Alex. 

— O que está acontecendo, Emma? 

Neguei.

— Nada. Só um novo caso.

Ele ri, incrédulo. 

— Pode mentir para todos, mas lembre-se que eu te conheço mais que você mesma — sentou-se na minha frente. Os fios loiros caíram sob os olhos e os puxou para trás. Eu tinha saudade da época da faculdade. Daquela insegurança... — O que o Blake fez? 

Suspirei.

  — Me pediu em casamento. 

— E você ainda está aqui? Não fugiu para Caracas? Ilhas Virgens? Triângulo das Bermudas? — gargalhou e eu revirei os olhos. — Aí você quer sair da mansão, meter a bala no coitado e levar os filhos dele junto? — colocando assim, me senti uma vadia má. Ele me analisou durante uns milésimos e soltou outra risada — E ainda quer foder comigo novamente! 

Me engasguei. 

— O-o quê? — retruquei, ultrajada — Eu não quero! 

Keller balançou a cabeça e estalou a língua.

— Você está em crise e ninguém vai sair daqui armado, para no fim, você se jogar nos braços daquele contrabandista — ergueu as sobrancelhas, se levantando e fechando o botão do terno. Senti as lágrimas encherem meus olhos e funguei.

— Emma, não adianta fazer show. 

Eu estava me sentindo sobrecarregada.

— Ele ficou irritado porque e-eu não aceitei... — solucei.

— E? — Alexander cruzou os braços — Qualquer homem ficaria chateado, Emma. A diferença do Blake foi que ele deixou transparecer — sentou-se na mesa ao meu lado. — Eu te amo, Emma. Talvez eu sempre vá te amar, você foi a única mulher que me encantou durante anos de joguinhos com criminosas... Mas, eu até estou gostando daquele babaca. Então, não vou te deixar estragar algo que poderia dar certo. Desculpe. — suspirou. 

— Eu não suporto ele —  resmunguei. 

Keller sorriu, colocando meu cabelo atrás da orelha. 

— Eu também não te suporto, o Enzi com certeza te odeia, às vezes. Conviver nunca é fácil, Emma. — me olhou — É uma construção e, para ela ser sólida, cada tijolo tem que ser posto devagar e com paciência. Vocês pularam várias etapas, ficou grávida e mal namoravam... É normal se sentir assim. Cansada. 

—  O que isso significa? 

Alexander levantou, descansando os lábios na minha testa.

— Que você deve ir se resolver se livrar das amarras que te prendem. E, se quiser ter um relacionamento aberto... — olha para cima — Não acredito que estou dizendo isso, mas pode me procurar. Estarei sempre de braços aberto e pau duro por você, linda. 

Eu sorri, balançando a cabeça e puxando a bolsa.

Keller havia me dado as respostas que eu precisava. 

Eu não precisava pisar no resto das faíscas que sobraram, só precisa reatar e aproveitar o calor da brasa que estar com o Blake me proporciona. E se isso significa contar a ele que não estou preparada para rotular ou que precisamos começar do "início".

Que assim seja. 

7 PRAZERES CAPITAIS - As Whiter'sOnde histórias criam vida. Descubra agora