Capítulo 27 · Gabriel Blake ·

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Nunca comi um cu igual ao da Emma.

Ok.

Isso não é um jeito bom de começar um pensamento.

Mas era a verdade.

Se eu achava que era impossível melhorar, levei uma completa rasteira e o destino gritou "HAHA, IÉ, IÉ, PEGADINHA DO MALANDRO". 

Apesar de toda a resistência, eu fodi Karson do jeito que imaginei no colegial. 

É, eu me imaginei fodendo ela. 

Sei que falei aquilo de tudo "argh, achava ela horrível e blábláblá". 

Mas, Karson tinha as suas... Peculiaridades

Talvez eu sentisse um tesão um pouco intenso demais e disfarçasse com os apelidos e brincadeiras. Se bem que nossas conversas sempre esbarravam nesse assunto. Emma era conhecida pelas boas notas, pelo talento com as letras e o "dom" no violino. Ainda por cima, vivia trancada em casa e mal saía para os cursos desacompanhada. 

Fazia todo o perfil de"garotinha mimada e superprotegida". 

A famosa boa menina. 

Mas quando resolvia abrir a boca...

** FLASHBACK ON**

— Vai ter uma festa de aniversário... 

— Eu não vou poder ir. 

Ela mal ergueu a cabeça para me olhar, só continuou escrevendo e falando nisso com uma naturalidade monstra. Ao contrário de mim, que ergui o queixo, indignado.

— Por que?

Levantou o olhar para mim, mas só para poder o revirar. 

— Porque meus pais não vão deixar. — disse como se fosse óbvio. 

E era.

— Isso tem nome, Emma. 

— E qual seria? Cuidado? Zelo? Super proteção? 

Me sentei na banca dela, escutando-a chiar por amassar uma das folhas que usava.

— Cárcere de privado. 

Bufou.

— Eu sou nova, Gabriel!

Joguei as mãos para o alto.

— Justamente! Precisa aproveitar a vida, sair, chegar bêbada, beijar. — soltei o ar, bagunçando meu cabelo. — Olha, ainda não me conformei com o fato de que, aos dezesseis anos, você nunca deu um único selinho! Já te disse que deveria ir na rua, comprar um pacote de biscoito e pedir para um menininho te beijar em troc...

Apontou o lápis extremamente afiado para mim, semicerrando os olhos.

— Não se atreva a acabar essa frase. — me intimidou um pouco, fazendo-me frear a língua no meio do caminho. — Para de se incomodar com isso. Se eu não dou a mínima por que você daria? — perguntou, cruzando os braços. 

— Você parece uma freira. — reclamei, listando nos dedos. — Nunca bebeu ou saiu para uma festa sozinha. É virgem, nunca beijou, só tira notas altas, com certeza trocaria uma noite de bebedeira para assistir filmes ou ler... — estremeci quando ela aquiesceu veemente. — Como ainda estou na tua companhia, Ó criatura estranha e alienígena? 

— Blake, se continuar eu arranco as suas bolas...

Ri, mas ela continuou com a expressão séria.

— Arranco mesmo. — fez um movimento com as mãos e eu engoli a seco. — Sem dó...

7 PRAZERES CAPITAIS - As Whiter'sOnde histórias criam vida. Descubra agora