Capítulo 30 · Emma Karson ·

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— Me diz porque você não aceitou trabalhar na Diretoria mesmo? 

Dou risada e giro na cadeira do meu escritório.

Assim quando o Blake tentou sair da bendita cama sem me acordar, eu liguei as minhas belas anteninhas e descobri que ele ganharia muito dinheiro. Muito mesmo. Com um carregamento desconhecido. Como eu o avisei mais cedo, resolvi entrar no seu escritório e revirar o que eu pude. 

Entretanto, parecia que nem ele sabia o que estava levando.  

O que era compreensível já pela quantia exorbitante que iria receber. 

Aí me despedi do Enzi, tomei um coquetel de analgésicos e estou nova em folha, só com um incômodo vocês-sabem-onde. O que é normal já que o pênis do Blake era do tamanho do próprio ego. 

Enorme, mas nada que eu não aguente. 

Ajusto o headphone e digito o login do sistema. 

— Eu não aceitei porque me tirariam de campo e me deixariam numa sala, sem fazer nada. — revirei os olhos e percebi a merda que acabei de falar. Droga de língua grande! — Não que ficar em uma sala seja ruim, Mel, é que... 

Melina ri e eu solto o ar, aliviada.

Relaxa. Eu gostava da adrenalina de estar em campo, mas ainda prefiro minha sala. Pelo menos sei que vou acabar o dia inteira e sem nenhum tiro, facada ou hematoma. Enfim. Conseguiu acesso para as informações dos Reich? 

Bufei, abrindo o sistema e mexendo em alguns hologramas do planejamento de carga que o Gabriel fez mais cedo. Não tinha uma informação sequer sobre quem executou o pedido ou o conteúdo e tenho que admitir, federal algum olharia para aqueles caminhões. Não levantava uma única suspeita e, se fosse aberto para análise, só iria ser visto alguns sacos de batatas, legumes e grãos típicos daquela região do interior. A verdadeira mercadoria estava implantada nos bancos, motores, lataria — de uma forma que eu mal suspeito como foi posta ali. 

Era genial. 

E ilegal.  

— Vocês tem um bendito agente infiltrado lá e ele mal passa as informações? — perguntei, me referindo ao Eric. Pelo que eu me lembrava, ele era um dos melhores agentes. Várias da coisas que eu faço, aprendi com ele. 

— Ele passa, mas para manter o disfarce precisa "trabalhar" como chefe de segurança lá. E você sabe como aqueles irmãos são paranoicos com isso. Eles até têm uma frota de cães de guarda. Agressivos. Daqueles gigantes. Se brincar, aqueles caras importaram até ninjas para a segurança pessoal. — ressaltou e eu meneei a cabeça com o exagero. 

Todos, com exceção de mim, tinham medo dos Reich. 

Eu só via dois garotinhos mimados que ganharam a fama de assassinos cruéis, porém, construíram o Império que têm tijolo por tijolo, ao contrário do Blake, que é apenas um menininho que aprendeu uns truques e ganhou vários presentes do papai. 

Saio do sistema e giro a minha cadeira, levantando com pesar. 

Eu estava com um pouquinho de preguiça hoje. 

— Eu ia visita-los ontem, tentar arrancar alguma coisa. — falei, entrando no elevador e digitando uma série de números sequenciais. O lugar estancou e logo entrou em movimento. — Você ainda não ajeitou essa coisa? — grunhi. — Já te avisei que se eu ficar presa aqui, eu abro a porra dessa porta com uma granada. 

Ela riu.

— Por que não foi ontem? 

Sorri maliciosa, lambendo os lábios. 

7 PRAZERES CAPITAIS - As Whiter'sOnde histórias criam vida. Descubra agora