Capítulo 87 · Emma Karson ·

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<<<<<Sem revisão, pois a autora estava quase dormindo em cima do teclado! Desculpem a demora, rainha! Semana corridíssima! ♥ Espero que gostem do capítulo! Beijinhos! >>>>>>>>

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4 MESES DEPOIS. 

— Se sua mãe der mais um piu sobre o quarto das crianças, eu juro que atiro uma das facas da Martha nela — rosno baixo, acariciando a minha barriga e Gabriel empalidece, arregalando os olhos para Mia, que ignora minha ameaça e continua tagarelando. 

Ainda não suportei a ideia da menina estar no mesmo quarto que o nosso garotão... Eles têm que ficar sozinhos, ter privacidade... — murmurou e eu puxei o ar umas trezentas vezes, numa tentativa de lembrar dos execícios de respiração e as recomendações de evitar o estresse que o Andrew me passou.  

— Eles são bebês, mãe. Se separarmos os quartos vai ficar mais cansativo para mim e para a Emma quando formos cuidar deles... — ele tenta explicar e tenho vontade de gritar que aquela criatura mandada pelo coisa ruim não iria escutar. 

Não vou mentir, tive momentos ótimos nesses quatro meses, fui comprar fraldas com o Gabriel, o enxoval, sentimos os bebês chutarem feito jogadores da seleção tentando um gol, pintamos o quarto juntos, descobri que ele ainda continuava fazendo planos para conter os futuros — bem distantes — relacionamentos da nossa filha. No entanto, a mãe dele parecia ter o prazer de me irritar, de me deixar com os picos de estresse nas alturas e quase matá-la. Coisa que só não fiz em respeito do meu barrigão com essas duas coisas lindas. 

— Não interessa, eu quero os quartos separados! — ordena e algumas pessoas que estavam organizando os móveis para dentro do quarto param, obedecendo-a. Reviro os olhos, lançando apenas um olhar para que eles a ignorassem. Inspira, respira, inspira, respira... — Vai que essa garotinha influencia o rapaz a comer como se não houvesse amanhã? — alfineta. 

A respiração é que se foda. 

Avanço, prestes a esbofetear aquela cara de dondoca ensossa quando o Blake me segura, numa tentativa — que falhou — de me conter. Só queria que a ponta das minhas unhas se arrastassem naquela pele cheia de botox! Mas, infelizmente, o Blake me prendeu de maneira mais firme. 

— Controla essa sua gordinha maluca, filho! — esperneia, balançando as mãos no ar. Dizer que não gosto dessa mulher é um elogio, eu a odeio. Preconceituosa, fútil, narcisista, egoísta, além de que meu instinto apita, avisando que há um "algo" à mais nessa história. Algo esse que o Blake está investigando e pensando que está escondendo de mim. Parece que ele se esquecesse que fui treinada para sentir o cheiro de uma armação a quilômetros de distância. 

— Mãe, a senhora sabe que a Karson não pode ter fortes emoções! — reclama e ela faz um bico (bem ridículo por sinal) e estava na cara que o arrependimento era falso. A vadia mal fazia questão de esconder isso! — O quarto vai ficar do jeito que ela quiser! Ela é a mãe! E eu fiz todo ambiente e adaptei a mansão junto com o Keller seguindo as diretrizes dos Reich e a planta que a Emma desenhou! Nós sabemos muito bem o que estamos fazendo!

Ao ouvir o nome do meu querido Diretor, a velha franze o nariz num gesto claro de nojo. 

— Aquele agente maltrapilha?! — meneia a cabeça, desaprovando as amizades do filho — Se seu pai visse você de amizade com as pessoas que quase o mataram... — suspira forçadamente e peço mentalmente para que Deus me dê muita paciência. Não posso extrapolar os limites corretos. A medida que fala daquele monstro, os olhos dela brilham e caem na minha barriga. Automaticamente, pouso as mãos sob ela, em um instinto protetor.

Olho perifericamente para o Gabriel e ele evita meu olhar, porém vejo uma centelha de "já sei". Quase a expressão o homem que gritou EURECA ou descobriu a penicilina. 

— Têm visitado o Call, mãe? — pergunta. 

Mia pestaneja algumas vezes, quase adorável, soltando um sorrisinho incrédulo.

— Eu nunca visitaria o homem que me espancou, querido. — Puta que pariu, alguém dá o Oscar para essa mulher? Se não fosse pela entonação do "querido" no final da frase, eu certamente acreditaria em tudo. Sou uma psicóloga curiosa, estudei as micro expressões e as pequenas alterações vocais que acontecem na voz quando a pessoa mente. E essa é, definitivamente uma mentira. E das boas. — Seria loucura. 

— Coisa que não lhe falta — Desculpa, não deu para prender essa, ou eu falava, ou morria entalada. — Se houvesse um concurso de "Miss Insanidade" a senhora ganharia — sorrio sarcástica e, ao meu lado, Blake prende a risada.  A Sra. Blake bufa algumas vezes e o fita, como se esperasse que a defendesse, mas ele permanece calado e reprimindo a risada. 

— Quer saber? Vou dar uma volta e tentar esquecer que sua... Nem sei o que ela é! — resmunga. — Que essa garotinha me xingou e você deixou! Seu ingrato! — sai batendo o pé e, do lado de fora, ouço Enzi rir baixo. Fazer o quê? Ela precisava ouvir isso, ué! 

Alguns segundos após a saída da cascavel oxigenada, ele me olha sério. 

— Emma, precisamos conversar... — abana as mãos para os ajudantes, para que saiam e eu faço cara feia, repreendendo-o. Eu odiava quando ele tratava os funcionários como escravos ou utilidade. 

— Vocês podem nos dar licença, por favor? — ofereço um sorriso à eles, recebendo vários de volta e, em poucos minutos, eles desocupam o quarto, deixando o berço quase montado. Suspiro, admirando o belo exemplar de madeira dourada, com um "BK" encrustado na parte central. 

Reparando assim, agora, percebo uma coisinha... 

— Nossas iniciais também são parecidas com "Burger King" — digo, rindo baixo e sentindo uma vontade de comer um cheddar duplo... Gabriel me olha fixamente alguns minutos, gargalhando um pouquinho. Resolvo tirar uma mini bigorna das costas dele. — Eu sei que sua mãe deve estar de complô com o Call, Gabriel. — suspiro. 

Ele abre a boca algumas vezes, me olhando surpreso. 

— Como? 

— Acho que sou uma das agentes mais qualificadas do Estado, se eu não percebesse, provavelmente teria que me aposentar — respondo, erguendo as sobrancelhas. — O que vamos fazer ao respeito? Me deixe interrogá-la! — peço e Blake arregala de leve os olhos, talvez já imaginando a catástrofe que aconteceria ao me deixar sozinha com a sua mãe. 

— Acho que te subestimei... Mas não posso meter você nessa, amor... — sussurra e eu faço careta. 

— Já conversamos sobre isso. 

Gabriel revira os olhos.

— Qual mulher que não gosta de ser chamada de "amor"

Estendo a mão para ele apertar. 

— Prazer, Emma Karson... — ele aperta e me puxa junto, porém antes que conseguíssemos nos beijar, um dos gêmeos chuta com vontade. 7 meses não era brincadeira, meus peitos estavam enormes, meus pés latejavam e havia horas que queria asfixiar o Gabriel. De maneira rápida, levo a mão dele até minha barriga e outro chute atinge o local correto. 

Ele se ajoelha, rindo como um garotinho. 

— Sim, sim! — exclama, levantando um pouco a minha camiseta. É, ultimamente aboli os vestidos caros e adotei um visual mais "estou-jogada-em-casa-sempre-cansada". — É o papai! Quem é que está chutando? Será a minha menininha linda? — beija minha barriga e eu sorrio — Ou o meu chefão? — outro chute mais forte que me faz grunhir um pouco com a dor. Blake acaricia minha barriga.  — Calminha aí, gente... Senão a mamãe não aguenta...

Se ergue novamente, me roubando um selinho.

— Estão muito animadinhos, minha pressão deve ter subido quando discuti com a sua mãe — suspiro e ele coça a nuca, sem graça — Não precisa se envergonhar, agora nós sabemos o que ela quer, Gabriel.

— O quê? 

Solto o ar, sentindo meu instinto materno quase formado se apoderar de mim.

Muito mau, Blake... — olho para a janela, pensando em quando vamos poder ficar em paz — Muito mau. 

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7 PRAZERES CAPITAIS - As Whiter'sOnde histórias criam vida. Descubra agora