Capítulo 68 - Emma Karson

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Música: Only You – Zara Larsson.

Eu não quero ir ao chuveiro mesmo se eu cheiro mal

Porque eu não quero lavar você, lavar você da minha pele

Tem sido cerca de uma hora

E ainda estou tremendo, oh

Sentindo você profundamente, sentindo você profundamente aqui dentro, eh

— Emma Karson tremendo... — ela me encara impressionada, assim que abre a porta da luxuosa cobertura — Eu só te vi assim quando formos designadas para uma missão no Alasca e você perdeu sua roupa de proteção, mas mesmo assim insistiu em continuar. —comprimo os lábios, escutando-a falar, não sabia o que estava acontecendo comigo, tinha tomado a decisão certa, porém, parecia que meu emocional discordava totalmente, me fazendo ter uma vontade incontrolável de chorar, espernear e berrar até que tudo volte ao normal.

E exatamente isso que eu faço, obedecendo de maneira inconsciente. Meus ombros sacolejam e o choro vem, livre e doloroso. Eu tinha que me escolher, não poderia ficar entre três homens — os Reich são os únicos que eu ainda poderia visitar —, Alex, Enzi e Blake têm muita história comigo, os felizardos — ou será azarados? — que conseguiram me fazer amá-los.

O Blake foi uma das minhas paixonites mais intensa da adolescência e o que me destruiu.

Alex me moldou para o mundo, foi meu primeiro homem, rebocou os pedaços em que o babaca, vulgo Gabriel, me deixou. Colou cada parte, me ensinou a ser uma mulher confiante e que se orgulha do próprio corpo.

E o Enzi, ele me mostrou o que é o amor. O puro, aquele sentimento de calmaria, algo como nos livros do Nicholas Sparks ou da Jane Austen, ele foi o meu príncipe de olhos verdes e sorriso gigante.

Mas, todos os caminhos levam ao Blake.

Sempre vão levar.

Garrafas abertas na gaveta

Papéis rolando no chão

Sim, não quero nenhum cigarro ainda

Não quero nenhuma bebida na minha respiração, sim

Quero provar seu gosto um pouco mais

Sinto você derramando através dos meus poros

Sim, vou voltar para a minha cama

Para reproduzi-lo de volta na minha cabeça

Melina me toma em seus braços, me abraçando e afogada nas minhas lágrimas, mal percebo quando entramos e ela se senta comigo em seu sofá enorme. O mais irônico era eu, que passei todo esse tempo escondendo meus sentimentos atrás de uma postura sexy e inabalável, vir chorar no colo da pessoa que mais me disse "eu te avisei".

Afasto-me dela, ainda soluçando

— Admito que, apesar de sempre ter te incentivado a expressar seus sentimentos e não sufocá-los, estou perplexa com seu estado — aperta minha mão, passando um pouco de conforto — Emma, você realmente acha que tomou a decisão certa?

Fungo baixo, passando o dorso da mão no nariz.

Sinceramente?

Eu me sentia uma criança estúpida e mimada que só porque abriu mão dos brinquedos antigos, está chorando. Não que eu os esteja objetificando, afinal, meus lindos meninos são algo além de paus maravilhosos e tanquinhos perfeitos. Cada um tem uma personalidade intrigante, até o Phill. Porém, chorar desse jeito apenas estava me fazendo sentir imatura, uma pessoa que não sabe lidar com as próprias escolhas.

7 PRAZERES CAPITAIS - As Whiter'sOnde histórias criam vida. Descubra agora