7 PRAZERES CAPITAIS - As Whiter's

Capítulo 67 · Gabriel Blake ·

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— Se estiver com o pau na mão, solte-o agora porque estou entrando...

Isso é a voz do... Keller?

Remexo-me na cama, abrindo meus olhos devagar. Depois de ter tomado um copo do suco e comido o café da manhã que a Emma deixou pronto para mim, me senti estranhamente sonolento, porém não havia "porquê" para desconfiar de algum calmante ou sonífero... Afinal, estávamos bem, certo?

De forma rápida e, obviamente, na defensiva, endireito minha postura, esfregando meu rosto e tentando espantar essa merda de sono. Ele, por sua vez, me encara e eu não sei se me assusto pela falta de ironia no olhar ou a ausência do terno. Na verdade, a postura arrogante não estava lá e os fios loiros bagunçados. Nem eu que fui nocauteado estou assim.

Keller me observa e solta o ar, como se estivesse frustrado.

— Como você consegue dormir? É tão frio a esse ponto? — pergunta indignado e eu enrugo a testa, sem entender a acusação.

— Não sabia que havia uma restrição de sono nessa prisão domiciliar — resmungo, cruzando os braços, mas antes, meus olhos coçam levemente, eles estão pesados... Bocejo. — Por que está invadindo o apartamento da Emma? Já não basta dar uma de stalker e observá-la por câmeras? Não sei se já te contaram, mas, cara... Isso é estranho.

Ele se aproxima a medida que eu falo e bocejo, no susto, quase pulo para fora da cama.

— Nem está ligando para o fato que ela foi embora, certo? — meneia a cabeça.

Franzo o cenho.

— Hã? Quem foi embora? Pelo que eu sei, a Emma foi trabalhar — solto outro bocejo — E com você.

Alexander me olha como se eu estivesse com a fantasia do Máscara.

— Você entrou em algum tipo de negação? — chega mais perto e eu ergo a mão, sem entender completamente nada — Depois que ela foi embor... Ah. — ele solta uma risada alta, que, no entanto, parecia com a gargalhada do Coringa...

Se me deu um pouco de medo?

Com certeza.

— O que está acontecendo?

— Também queria saber. — outra voz, dessa vez um timbre bem mais grosso e extremamente familiar soa, Enzi aparece na soleira da porta, cruzando os braços.

E é agora que minha mente entra em parafuso.

— Legal, agora é que estou mais confuso ainda — deixo os ombros cair. Minha mente não conseguia fazer nenhuma conexão, parece que fiquei mais lerdo que o normal. O Keller ainda sorria, não de um jeito bom. Era amedrontador. Como o palhaço daqueles filmes de terror pesado...

— É óbvio que ela te drogaria... — me olha de cima abaixo, balançando a cabeça. — E nem chegou a falar nada para você... Sabia que devia ter posto câmeras nesse maldito quarto! — rosna de forma doentia e eu ergo as sobrancelhas.

— Não estou entendendo nada...

— Claro que não está... — outra voz conhecida aparece e, em seguida vejo o... Yuri?

Ok.

Isso já está se tornando loucura demais.

— Que ótimo! O clube do Bolinha está completo... — falo, tropeçando nas palavras.