Capítulo 34 · Emma Karson ·

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Minha primeira reação foi rir. 

Rir muito. 

— Você está apaixonado por aquela pseudo-louca que invadiu o seu quarto aquele dia? A que me chamou de "free willy" numa camisola de seda? — perguntei, o fitando de forma incrédula. E logo, abanando a mão, percebendo o que tinha falado. — Não que tenha me incomodado, eu estou cagando para o que pensam do meu corpo. 

Ele abriu a boca algumas vezes e eu cruzei os braços, com o meu melhor olhar de julgamento.

Sei que posso estar parecendo a rainha da cocada preta, branca, azul... Mas, por dentro, estou perdida em um caos imenso. Ter o Blake apaixonado por mim era meio louco... Sim, eu sei que é por mim que ele está caído. Essa história da Andy está muito mal contada e ainda não sei de onde ele tirou a ideia de que poderia me enganar. 

Humpf.

Esquece que estudei psicologia, sou uma rata de livros e que ele é a pessoa mais previsível que conheci. Convenhamos, se haver dois caminhos, um que me faça sorrir e outro que me magoe, obviamente, a escolha do Gabriel vai ser a segunda. 

— Não cabe a você dizer por quem eu estou apaixonado ou não... 

Suspiro, esfregando os olhos.

Por que essas merdas só acontecem comigo? 

— Gabriel, não faça isso... — sussurrei, me aproximando e tomando as mãos dele. Em resposta, franziu as sobrancelhas, lançando um olhar totalmente confuso. 

Blake deu de ombros. 

— Não tenho culpa se tem uma queda por mim e se me apaixonei por outra... — indagou e eu meneei a cabeça, sem acreditar em uma única sílaba. 

— Ainda não entendeu que essa mentira não funcionou? — movi minhas mãos junto com as dele, apertando-as levemente. — Não se apaixone por mim. Não sinta ciúmes de mim ou me olhe com algum deslumbre romântico, Blake... Você vai sair ferido dessa história. — sussurrei a parte final mais para mim mesma do quê para ele. Eu também sairia machucada, mas isso não estava em questão agora. 

Meus sentimentos nunca estão em questão. 

Ele riu, parecendo não crer no que eu tinha dito e, me encarando com aqueles olhos negros, deslizou os lábios pelo dorso das minhas mãos. Das duas. Sorrindo de maneira charmosa. 

— Você não tem estrutura suficiente para me magoar, Karson. — riu e eu ergui as sobrancelhas, puxando minhas mãos de volta, mostrando os dentes de forma cínica. — Não se preocupe comigo, eu sei me cuidar...

Tentei prender o riso.

Eu juro!

— Falou o cara que estava desesperado, berrando com o amigo há uns quinze minutos atrás. — gargalhei. — Olha, Gabriel... Eu falo sério! Não ouse se apaixonar por mim, nosso trato é duas semanas de sexo exclusivo e eu acho o seu precioso rubi. Só isso! — o gosto amargo dessas palavras tomava a minha boca de forma insana, porém era necessário.

Gabriel engoliu a seco e eu fiquei com medo de que ele chorasse ali na minha frente. 

— Ok... —  fechou os olhos e eu agi por impulso, puxando-o pela nuca e colando os meus lábios nos dele. Eu sou um pouco contraditória, sei muito bem disso. Mas, resistir a tentação de experimentar novamente aqueles lábios avermelhados e carnudos, seria um pecado. 

O único pecado que eu não cometeria. 

Ele aprofundou o beijo e eu me afastei, a boca formigando, o coração palpitando... Todas as sensações que eu queria e vou evitar. Meu olhar caiu no visor do celular aceso e da foto do Phillip com um charuto perto dos lábios. A ligação ainda estava pegando...

7 PRAZERES CAPITAIS - As Whiter'sOnde histórias criam vida. Descubra agora