Capítulo 93 · Emma Karson ·

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   — O que vamos fazer, não podemos simplesmente sair gritando para sua família sair da casa porque tem alguém querendo matar um de nós, ou nós dois... Ou todo mundo! — Gabriel tagarela e eu tento não acertá-lo com um soco. Eu precisava pensar bem no que ia fazer, qualquer passo em falso pode colocar a minha família em risco e meus bebês também. 

   — Que tal você ir lá fora e bater na janela do carro, sabe, só pra perguntar quem é? — tento, sorrindo amarelo para o meu "noivo". Blake, por sua vez, me fita com a maior cara de "você-não-deve-estar-falando-sério". Bufo. — Pensei que era mais corajoso. 

Ele revira os olhos.

— Nem adianta usar sua psicologia reversa em mim, amorzinho. Não saio daqui nem fodendo. Seria suicídio bater na janela... Quer que eu ofereça a torta da sua mãe, por acaso? — ironiza e eu ergo a mão para estapeá-lo, mas lembro que tenho coisas bem mais sérias para resolver. 

Ergo o pulso, pressionando a lateral do meu relógio. 

— Emma? — a voz grossa do Keller ecoa e o Blake olha ao redor.

— Não é possível que até aqui eu estou escutando a voz daquele cara! Vai de ré, assombração! — se vira,  procurando de onde veio. Balanço a cabeça, querendo saber como um criminoso tão bom, às vezes, conseguia ser mais lerdo que uma porta. 

Aponto para o objeto e ele faz uma expressão deslumbrada, tocando o relógio.

— Uau.

Bufo.

Keller, tem um carro extremamente suspeito estacionado na frente da casa dos meus pais. É um volvo preto, modelo 47865 — me aproximo mais da janela para tentar ver a placa — A placa provavelmente foi adulterada recentemente e o ângulo da baliza indica que, seja quem for, estava querendo ter uma boa visão da casa.

— Certo, juntarei o pessoal e estamos indo aí. Não tente nada impulsivo, Karson, lembre-se que está grávida e com os seus pais aí — relembra e eu solto o ar, aquiescendo e soltando o pequeno botão. 

Gabriel me encarava meio boquiaberto.

— O que foi dessa vez, Blake? 

Ele lambe os lábios, me puxando de modo que eu ficasse de costas para a janela.

— Não acredito que estou noivo de uma agente secreta sexy pra caramba... — murmura e se inclina, aparentemente, para beijar meu pescoço. No entanto, os lábios param sob o meu ouvido — Você chegou a acabar aquela lista que eu te dei? — pergunta. 

Nego discretamente e as mãos dele encontram meu cabelo, enroscando os dedos nos fios e puxando-os. 

Pendi a cabeça para trás, dificultando a visão de quem estivesse olhando pela janela.

Quem olhasse, diria que estávamos em um bom amasso. 

Ergo só um pouco a perna.

— Estou suspeitando que possa ser um dos grupos da lista... — diz. 

Por quê? Preciso me virar para ver! — resmungo e não preciso pedir de novo, sou virada e inclinada, de um modo que parecia que ele estava prestes a me pegar por trás. Olho para o homem de cabelos longos e barba bem feita ao lado de outros três. 

Arregalo os olhos.

Eu conhecia aquele rosto.

— Então fodeu, porque eu conheço aquele cabeludo... Ele está no top cinco de assassinos da Interpol a mais de cinco anos. Tentei pegar ele e não deu certo... — resmungo. — Que tal nós peg... 

7 PRAZERES CAPITAIS - As Whiter'sOnde histórias criam vida. Descubra agora