Capítulo 8 - Emma Karson.

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— Óbvio que é uma arma... — falei, puxando-a do suporte e acariciando a pequena ferramenta assassina em minhas mãos. Não tinha como mentir agora, só omitir. Gabriel já tinha visto o que eu carregava, só que não sabia o porquê. E é melhor eu explicar logo porque ele está ficando assustado... 

— Porque você está com uma arma? — perguntou, ainda colado na porta. Reprimi a vontade insana que tive de rir. Ele já era branco... Agora estava parecendo uma folha de papel! — Emma, me responde! 

Solto o ar, revirando os olhos.

— Eu vim sozinha para uma casa entupida de maus elementos... — esclareçi e a feição dele suavizou um pouco, aparentando ter tirado uns cem quilos das costas... Que medroso. — Eu tinha que vir armada, Gabriel. — quase reclamo por ter que levantar, mas o faço. Ele estranha a minha aproximação mas não se afasta, apenas olha com muita atenção. — Toma — estendi meu revolver, olhando no fundo daqueles olhos castanhos. — Só para você parar de viajar, achando que eu vou te matar, garanto que você estava pensando nisso...

Ele riu, nervoso. 

— Até que estava...— tomou o objeto das minhas mãos e sorriu, exibindo os belos dentes brancos. Aquele não era o menino que conheci, esse homem que está na minha frente parece ter saído de um editorial de moda masculina. Lindo, másculo e muito, mais muito sexy. O modo que os lábios dele estam se movendo e que os olhos dele se juntam, como se estivesse me chamando... — Emma? Cambio! Você está aqui? -  teve o cuidado de guardar as armas antes de se aproximar perto de mim. 

Esse criado mudo dele mais parece uma escultura renascentista com gavetas e só agora eu notei que esse filho da mãe subiu as mangas da camisa social, deixando-as perigosamente no comprimento dos cotovelos, com o tecido apertando cada contorno de músculos que me fez salivar...

— Emma?

— Ãn-ram. — só estava perdida nesses bíceps, tríceps, quatríceps... Ih, perdi a conta. 

Gabriel me lançou um olhar desconfiado e sentou meu lado na cama. Eu preciso colocar na minha cabeça que estou aqui por um trabalho. Estou aqui para fazer a minha parte e pronto. Não sou mais uma adolescente insegura, sou Emma Karson. 

Ele solta um suspiro exagerado ao meu lado e eu enrugo a testa, fitando-o cara a cara. 

— A gente vai ficar aqui? Em silêncio? — perguntei e ele deu de ombros. — Ah, Blake... Você me tirou de lá de baixo só para ficar olhando pra minha cara? - ele não respondeu novamente e eu me levantei. 

Há uma coisa chamada: atitude. E essa, eu tenho de sobra. 

- Aonde pensa que vai? 

Abri gaveta por gaveta daquela coisa estranha até achar a minha arma, rapidamente, ela encontrou seu caminho até o suporte na minha coxa. O enorme espelho dele me serviu para algo, já que passei as mãos nos meus fios, soltando e os deixando mais cheios, ajeitei o decote, sem ao menos me importar com a plateia. 

— Emma...

Revirei os olhos.

— Parece que está gostando de falar meu nome hoje, Blake. 

— Fique aqui, depois nós saímos...— indagou em tom aflito/manhoso /é-tão-ridículo-que-eu-não-consigo-identificar. Eu vim para uma coisa séria e ele realmente acha que essa vozinha vai me impedir? Coitado. — Não é certo você sair daqui, é perig...

Enquanto ele falava, fui até a maçaneta, virando com um olhar incrédulo para ele.

Gabriel, me dá a chave. Essa maldita porta está trancada! — reclamei, estendendo a mão e ele apenas cruzou os braços, sorrindo. Um sorriso que eu daria qualquer coisa para morder e arrancar com um belo soco. — Dou dois segundos para ela estar aqui na minha mão, Blake...

7 PRAZERES CAPITAIS - As Whiter'sOnde histórias criam vida. Descubra agora