Capítulo 9 - Gabriel Blake

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A calcinha dela estava molhada.

Aquela maldita calcinha de renda estava encharcada, provando o quanto Emma ficou excitada e, mesmo assim, agiu como se nada tivesse acontecido. Ela me fez sujar a calça cara, mas não consigo ficar chateado, não com a liberação de hormônios pós-orgasmo tomando cada partezinha do meu corpo enquanto eu troco a calça de linho preta por uma jeans e uma camisa pool comum - já que ela estragou alguns botões da outra

Já chegou dando um belo prejuízo.

Só tinha uma coisa que estava conseguindo acabar com a minha alegria, na verdade, eram as 5 palavras mais perturbadoras que já pronunciei na minha vida: 

Emma

Sem

Calcinha

Naquela

Festa

Eu pensei seriamente em duas hipóteses: Ela perdeu alguns parafusos durante os anos que cursou Psicologia e o que sobrou está sendo levado pela pós-graduação. Ou, Karson não tem um pingo de medo dos homens que estão festejando no andar debaixo. E, sinceramente, a primeira é a mais cogitável, acho que se derem um sopro e a assustarem, aquela mulher mal consegue engatilhar a arma a tempo.

Deve ser por isso que devo descer. Não quero que ela vire o prato principal dos irmãos Let it Go, vulgo Yuri e Igor Reich, muito menos dos Cuervo. Eu sou um simples e humilde exportador, eles são traficantes, assassinos... Gente barra pesada que eu prefiro manter por perto e fingir que somos parceiros. 

A escada parecia ser feita de almofadas devido a dose muito boa que recebi no quarto que me deixou um pouco relax, tão relaxado que não acreditei no que estava vendo, meus pés até estacionaram nos últimos degraus. 

Todos os convidados,  todos os homens e algumas mulheres cercavam a Emma e ela ria, gesticulava, tocava e aparentava estar encantando todos com o seu carisma. E outros, com seu corpo. Parte que não gostei muito já que há uma cláusula enorme no contrato me proibindo de ficar com outras no período das duas semanas. Além de ter sentido falta do pedido de exames, já que recebi os delas em conjunto com a cópia do contrato... Estava escrito que ela já tinha me checado.

Essa mulher é definitivamente a mais estranha que conheci. 

Uma estranha que os irmãos Reich estão próximos demais. Se o Yuri ou Igor descobrirem que debaixo daquele vestido não há nada, ela provavelmente vai sair bem dolorida dessa festa. Resolvi me aproximar, mas, até que consegui chegar a frente daquela multidão, foi um bom tempo. 

A conversa estava rolando solta e aqueles dedos fininhos dançavam enquanto ela falava sobre algo que logo percebi ser arte.

- A arte cubista é algo maravilhoso de se observar... As figuras geométricas pré-dispostas, as colagens, as várias perspectivas mudam nossa forma de ver o mundo... - Mexeu as mãos, ilustrando e sorrindo largamente. Não bastava o sorriso perfeito, ela ainda trazia consigo a charmosa covinha na bochecha esquerda... E a bela coxa fazia qualquer homem concordar em dar milhões a ela...

O que estou falando? 

Ela é a Emma. 

A bebê, a feia e gorda do colegial. 

Se recomponha, Gabriel. 

Respirei fundo e resolvi entrar no assunto, levando meu corpo para perto do dela. 

- Portinari é um dos melhores pintores cubistas...- Comentei, acenando para os outros, colocando a mão de maneira "marca-território" na cintura dela, porém Emma foi mais rápida e se esquivou, fazendo aquilo parecer uma dança. 

7 PRAZERES CAPITAIS - As Whiter'sOnde histórias criam vida. Descubra agora