Capítulo 81 · Emma Karson ·

3.9K 441 69
                                    


— Temos um problema enorme...

Lorelai, Melina e Enzi param de organizar as armas e me fitam.

— Você quer comer algo esquisito como um pepino recheado com chocolate? — Parker solta , me fazendo revirar os olhos. — Ué! Você está em uma vibe de "alimentação saudável", pensei nessa combinação...

Penso por alguns instantes e acabo de carregar a AK-47, pepino é algo saudável, certo?

— Se bem que não seria má ideia... — penso, sentindo a boca salivar, mas balanço a cabeça, sabendo a raiz do verdadeiro problema. — Não é isso, é... — suspiro, encaixando as armas nos estojos no meu tornozelo coberto pela bota e na coxa — A minha ultrassom é hoje.

— Simples, deixamos para resolver isso amanhã? — Melina me olha como se fosse óbvio. Imediatamente, nego. Passei dois dias organizando como chegaríamos até o Cartel espanhol, detalhando desde as plantas até a personalidade de cada integrante, eu não adiaria isso.

E nem a ultrassom.

— Vou fazer os dois. — digo, suspirando e fazendo meu cérebro arquitetar o que posso fazer para acabar com a operação e só chegar um pouquinho atrasada na ginecologista. — Vamos passar o plano... — me aproximo do mapa mostrando o enorme galpão-sede do Cartel El Diablo, nome clichê, eu sei, mas quase ninguém é original no mundo do crime. — O Enzi vai disfarçado de cafetão, levando eu e a Parker...

— Aqui! — ela levanta a mão.

— Nós vamos entrar e fazer o que for possível para adiar o sexo...  — passo a língua nos lábios, parte de mim não queria "adiar". Depois de passar três horas fitando a foto do líder do Cartel, o Mário Gonzalez com seu sorriso torto e olhar de homem perigoso, essa parcela indecente minha queria desmanchar a cara convencida dele e ver sua face convertida em um delicioso orgasmo. Mas como nem tudo que queremos é o que realmente desejamos, resolvo mandar a minha amiguinha se aquietar e parar de se meter na forma que faço o meu trabalho. — Ficarei perto do Gonzalez e a Lorelai do Ruan. Temos que distraí-los enquanto a Mel entra e reconfigura o sistema de segurança para que nós possamos colocar o pendrive, pegar as informações e, quem sabe, atirar um pouco... — pisco e as garotas riem, Enzi meneia a cabeça, cobrindo o sorriso que nasceu em seus lábios. — Tudo isso em... — fito o meu relógio e dou play no cronometro — Quatro horas e meia. O que me dizem?

— Que um desafio é sempre bom! — Melina sorri, batendo na Parker que assente, banhando as agulhas no líquido imobilizador. — Estamos dentro.

Olho para o Enzi.

— E você?

Ele ri.

— Sempre, Paka. — solta uma piscadela e sai para se arrumar.

Suspiro, olhando para a minha barriga.

— Hoje vou escutar o coraçãozinho de vocês... — sorrio — E quem sabe, descobrir se são meninas ou menin...

Merda!

Tenho que avisar ao Blake.

Se eu fizer isso sozinha é capaz daquele maluco dar um escândalo de nível nuclear e me levar até para um tribunal.

Pego meu celular, digitando o número do celular oficial dele.

No terceiro bipe, ele atende e... Está ofegante?

— Emma? — arfa e escuto algumas coisas caírem do outro lado da linha.

Enrugo a testa.

— Pensei que iria tentar invadir minhas escutas ou mandar o Alex colocar um agente para me gravar em campo... — resmungo e ele ri fraco, uma risada rouca de quem estava cansado. O que ele estava fazendo? Não que eu esteja com ciúmes...

7 PRAZERES CAPITAIS - As Whiter'sOnde histórias criam vida. Descubra agora