Christian.

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Minha cabeça estava confusa, não podia ser verdade, Luna não podia ser a minha irmã. Tudo tinha que ser um engano.

Apos pegar algumas roupas e por na mochila, eu desci e seguimos viagem, nada dissemos.

Já viajamos por algumas horas e nada. Meu pai estava intranquilo, sei que ele queria me passar algum sermão, mas eu não estava afim de ouvir nada. Logo chegamos a um posto e ele saiu, era o que eu precisa, ficar sozinho. O nó em minha garganta estava me sufocando e não pude deixar de chorar. Eu detestava chorar na frente dos outros. Logo meu pai retornou e limpei o rosto, ignorando sua presença. Ele me ofereceu um refrigerante e partiu novamente. Porém, ele começou a falar e pude falar um pouco sobre o que sentia naquele momento. Meu peito parecia querer se abrir, eu não queria perdê-la. Mas tudo parecia impossível, porém, eu só acreditaria naquilo ao ouvir de sua boca. Se ela me pedisse para ir embora de sua vida, eu iria.

A viagem prosseguiu em silêncio. Passamos por alguns lugares onde tinham os cartazes com a foto da Luna, mas ninguém havia visto. Percebi que meu pai estava cansado e pedi para dirigir em seu lugar, paramos no acostamento e trocamos de lugar e continuei o trajeto.

Horas depois e nada, eu também já estava ficando cansado, meu pai havia cochilado, parecia muito cansado. Mas algumas horas e já estava de noite, avistei um hotel e segui ate o mesmo. Parei em frente ao mesmo e já ia acordar meu pai quando ouvimos seu celular, ele despertou assustado e logo atendeu o celular.

" Marissa..fala devagar. - uma pausa. - A encontraram? - sua voz se alterou um pouco. - Onde estão? - pausa. - Ok! Farei de tudo para chegar aí o mais rápido possível. - ele desligou"

- Vou dirigir.

Não retruquei, estava com os braços mortos de tanto dirigir. Trocamos de lado, ele digitou algo no celular e logo voltou a dirigir.

- Estamos indo para o hospital.

- O que houve com a Luna?

- Ainda não sei, mas creio que esteja tudo bem, caso contrário Mari havia dito.

- Tem certeza?

- Sim, Mari é muito sensível e se tivesse acontecido algo ela estava desesperada.

Balbuciei a cabeça e seguimos em silencio. Saber que ela estava no hospital havia me deixado intranquilo, e se tivesse acontecido algo ruim e a Mari não disse? Eu queria que tudo isso não passasse de um pesadelo.

Duas horas depois, estávamos em frente ao hospital e rapidamente seguimos para a recepção. Meu pai falou com a recepcionista e a mesma nos informou que elas estavam ali e tinham sido atendidas.

- Atendidas?

- Senhorita Demetria Lovato e Luna Valtez.

- Podemos vê-las?

- Infelizmente não. Só no horário de visita.

- Droga! - falei entre dentes e soquei o balcão.

- Controle-se, Christian! Desculpe! E que horas começaram as visitas?

Bufei. Me afastei e fui sentar. Eu precisava vê-la e saber se estava bem. Meu pai logo se aproximou e sentou, pegou o celular e discou.

" Estou aqui! - pausa. - Não, não permitiram nossa ida, só em horário de visita ou seja, só pela manhã. - outra pausa. - Não, ficaremos aqui. - pausa. - Christian! - pausa. - Tentarei, até!"

- Marissa acha melhor você ir descansar no hotel mais próximo.

- Não irei!

- Ok.

Ficamos em silencioso e a espera estava sendo angustiante. Horas depois, meu pai achou melhor comprar algo para nós e fiquei ali. Juro que não estava suportando mais esperar, olhei para a recepção e a recepcionista estava distraída. Aproveitei de sua distração e segui até o corredor e dobrei, fui andando e perguntando onde ficava os quartos dos pacientes e logo estava nos corredores, bati em algumas portas e por fim, encontrei-a. Meu coração disparou rapidamente ao vê-la. Entrei e fechei a porta com cuidado, ela dormia tranquilamente e eu não queria acordá-la. Marissa se virou e apareceu se assustar.

- O que faz aqui? - ela cochichou.

- Eu precisava vê-la.

- Eu entendo...mas o melhor é você ficar lá fora e esperar pelo horário de visita e...- ela mordeu o lábio. Parecia nervosa.

- E?

- Saber se ela quer falar com você.

- Por que não? Eu juro que não fiz nada Mari. - falei, meio desesperado e com a voz meio alterada.

- Fale baixo! - ela pediu, encarando Luna. Ela se mexeu, porém, não acordou. - Venha! - ela segurou meu braço, mas não saí do lugar.

- Eu vou ficar!

- Chris...me escute! - ela pediu, mas estava nervosa. - Eu não posso me envolver no assunto de vocês, mas se quer o bem dela e do seu...- ela se calou, arregalando os olhos.

- Do seu?

- Nada. Só o que sei é que vai ser melhor para ela. - ela me puxou, mas parei.

- Diga! - falei, sem paciência. Apertei seu braço quando ela tentou me puxar novamente. - Diga!

- Ela...ela está gravida! - ela baixou a cabeça, choramingando.

Fiquei estático, digerindo aquela informação.

RAPTADA / 2 TEMPORADA.Onde histórias criam vida. Descubra agora