Demi.

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Estava sentindo tanto ódio que eu tremia nos braços de Wilmer. Juro que se eu for atrás dessa mulher não sobrará pedacinhos dela. Eu a odeio! Eu sou capaz de matá-la!

Wilmer me impediu, mas não foi por ele que me segurei, foi pela Bricia que chorava. Ela me abraçou e a abracei forte. Sei que era coisa de momento mas era melhor do que nada. Saímos dali e encontramos Christian na entrada com o filho da Shel.

- O que houve? Ela já vai ter o bebê? - ele perguntou, preocupado.

- Não. - sorri de leve. - Nem brincando fale isto.

- Então por que estão assim?

- Longa história...cuide dela! - falei, me separando do abraço.

- Mãe...- ela choramingou e segurou meu pulso.

- Volto logo!

- Não...se for vai colocar tudo a perder. Controle-se, por favor! - ela pediu.

- Ok...- suspirei. - Só preciso ir para casa...- suspirei.

- Tudo ficará bem! - ela me abraçou novamente.

Funguei. Estava sensível e poder abraça-la e ver a mesma preocupada comigo era como um sonho.

- Está se sentindo bem, Luna? - Shel perguntou atrás de nós. Nos separamos e ela assentiu. Ela me encarou e pegou minha mão e checou meu pulso.

- Normal! - ela sorriu, torto. - Mas você deve descansar! Quero que passe no meu consultório depois, ok? Faz um tempo que você não aparece lá e você sabe né? Adoro ver sua " amiga". - rimos.

Só a Shel para me fazer ri em um momento como esses. Assenti. Nos despedimos e ela se afastou, levando o pequeno. Wilmer logo apareceu e seguimos para o carro. Eu e Luna ficamos atrás e Christian foi na frente. Todos estavam calados, eu ainda estava com vontade de chorar e ainda mas com as lembranças que invadiam a minha mente.

O enterro fora doloroso. Passei dias chorando. A gravidez havia sido de risco, o que me deixava mil vezes pior. Quando Isa nasceu a deixei de lado. Eu não conseguia cuidar da mesma e muito menos chamá-la pelo nome que Bricia havia sugerido. Praticamente, Marissa e Dianna foram as mães que eu nunca fui para a Isa. Era um domingo. Minha mãe tinha o costume de ir a igreja e levar a Isa e o Wilmer. Aproveitei que estava sozinha e tomei uma grande quantidade de remédios para dormir, queria acabar com aquela dor. Fui adormecendo e quando acordei estava em um hospital e depois me internei na mesma clinica de anos atrás e da qual sou proprietária.

Senti braços me envolverem e só assim reparei que na presença de Wilmer.

- Demi...

- Wi-lly...- o abracei de volta.

- Respire e inspire. - ele fez e o segui.

Odiava isso...mas amava quando o homem que amo estava ali, ao meu lado e me ajudando, se importando comigo.

- Isso, Nena!

- Melhor irmos ao hospital.

- Ta sentindo algo? - perguntei, preocupada.

- Não. Mas você...

- Só uma crise. Estou melhor...

- Tem certeza?

- Sim. - ela me abraçou.

Ficamos em silencio até chegarmos em casa. Subi e deitei na cama. Logo Wilmer e Luna apareceram no quarto.

- Vou pegar agua e seus remédios. - Wilmer avisou.

Assenti. Pensei que Luna o seguiria, mas ela me surpreendeu ao deitar ao meu lado e me abraçar, e fiz o mesmo.

- Eu só preciso de um tempo. - ela sussurrou.

- Eu te darei o tempo que precisar...eu te amo. E realmente sinto muito por ter sido uma cuzona esse tempo todo. Eu senti algo diferente no dia da sua festa de 15 anos quando você me abraçou, parecia que eu já havia sentido seu abraço... - funguei. - Espero que me perdoe um dia.

- Eu vou tentar.

Beijei o topo de sua cabeça e sussurrei um: Obrigada. Logo Wilmer retornou e sorriu ao nos ver. Tomei meus remédios e pedi ao Wilmer que pegasse meu remédio para dormir. Julguei ser necessário, seria o modo de me segurar em casa e não ir atrás da maldita da Lindsay. Assim ele o fez e o tomei.

- Descansem! - ele falou, dando um beijo no topo de cada uma de nós. - As amo.

- Te amo! - falamos juntas e sorrimos. Ele saiu e nos ajeitamos na cama.

- Ela gosta de ouvir a sua voz. - Luna comentou. - Acho que ela dança aqui dentro quando você canta o hino. - ela riu.

Nem preciso dizer que já chorava, né? Mas agora de emoção.

- Não chora...porque eu vou chorar também.

- Desculpe! - falei limpando as lagrimas.

- Graças a Deus vocês não brincam...alias, que vocês pararam- ela corou e eu tossi. - Só preciso que não façam tanto barulho. - ela sorriu, torto.

Aposto que estava vermelha.

- Eu...me desculpe!

- Tudo bem...acho que ela vai puxar o seu dom. - ela brincou.- Cantar e dançar. Mãe...assim vai ter outra crise. - ela falou, seria. Pelo simples fato dos meus olhos transbordarem.

- Eu te a-mo.

Ela sorriu e enxugou minhas lágrimas e ficamos em silencio.

RAPTADA / 2 TEMPORADA.Onde histórias criam vida. Descubra agora