Luna.

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Acabei adormecendo e acordando horas depois. Lourdes estava ali e nem sei como me assustei já que ela fazia isso sempre.

- Vim ver se tinha acordado.

- Tudo bem. - me espreguicei.

- Vai descer para o jantar ou...

- Já anoiteceu?

- Sim.

- Vou descer.

- Tudo bem.

- Vou só tomar banho e logo desço.

Ela assentiu e se retirou. Levantei e fui fazer minha higiene. Ao termino, me vesti e desci. Ouvi a voz de Noah, Liam e Isa.

- Boa noite!

- Estava sendo até agora. - Isa falou. - Terminei. - ela levantou, mesmo estando com prato ainda pela metade. - Vão assistir filme? - ela perguntou, olhando os dois.

- Sim. - ambos responderam.

- Ótimo! - Noah levantou e segurou a mão de Isa.

Liam se levantou, Isa e Noah andaram até onde eu estava parada e Noah segurou em minha mão.

- Vamos Bricia. - Noah falou. Apesar de saber que Isa odiava esse nome - tanto quanto eu - ela estava com um sorriso no rosto.

Sim, ela queria me deixar mal.

- Eu estou cansada, Noah. Bom filme para vocês! - Noah e Isa saíram na frente e Liam me encarou, ele ia falar, mas o interrompi.

- Está tudo bem! Eu a entendo.

- Eu sei que ela te ama. - Dito isso, ele me deixou sozinha.

***

Graças a Deus, Demetria não veio a consulta. Vim acompanhada somente de Lourdes. Meu pai estava dormindo e não quis acordá-lo.

- Bom dia! - falei assim que entrei ao consultório.

- Bom dia, Luna! Sente-se! - assim o fiz. - Pronta?

- Acho que sim...não vai prejudicar o meu bebê vai?

- Não, fique tranquila.

Sorri de leve e seguimos para a sala em que eu faria o exame. Me deram uma bata e me pediram para trocar de roupa e tirasse os objetos de metal. Depois de fazer o que pediram, deitei onde pediram e fiquei atenta ao que o médico dizia.

- Quero que fique imóvel, ok?

- Ok.

O exame não demorou tanto, só uns três minutos. Logo pude ir ao banheiro mudar de roupa e por meus acessórios e ir o acompanhar até sua sala. Ao retornarmos, ele me mostrou o exame e me explicou que a pancada havia feito com que eu perdesse a memoria e que talvez eu nunca a recuperaria ou que eu teria apenas pequenos flash's de memória.

- Eu sinto muito.

- Tudo bem.

Me despedi e saí dali. Lourdes e eu fomos para o carro em que o Jorge estava a nossa espera.

Mas como ficaria o caso do meu Rapto? Será que aquele homem ficaria preso? E se não? Eu preciso ficar segura por mim e pelo meu filho.

***

Um mês se passou e nada havia mudado, quase nada. O meu raptor iria a julgamento e a noticia havia se espalhado. Nossa casa vivia cheio de paparazzi's e isso era um saco.

Meu pai estava trancafiado no quarto e mal saía. Todos já haviam falado com ele e tentado convencê-lo de seguir a vida e voltar a ser aquele velho Wilmer, mas o mesmo recusava.

Tive mais uma consulta com a Sheyla e ela era louca, divertida e tarada. Fiquei sabendo o sexo do bebê e Loudes me fez marcar um jantar em família para dizer o sexo do bebê. Lourdes ligou para todos - menos para a Demetria, ordem dada por mim- e foi preparar o jantar. Agradeci por ter ficado sozinha.

- Seu pai ficaria feliz em estar aqui. - alisei minha barriga e sorri de leve. - Eu sinto a falta dele. Juro que eu queria que tudo isso fosse um pesadelo. Claro que não me arrependo de você. Eu já te amo muito! - Fui desperta dos meus pensamentos ao ouvir a voz de Noah.

- Bri!

- Oi.

- Papai não abre a porta.

- Droga! - me levantei e fui ao quarto dele.

Bati na porta e ele falou: Quero ficar sozinho.

- Pai, por favor, abre essa porta! - sem resposta. - Eu preciso falar como foi a consulta.

- Depois. - Suspirei. Pedi ao Noah que fosse ajudar a Lourdes e assim ele o fez.

- Pai...você não pode continuar assim. Nós precisamos de você! Sophia se estivesse aqui diria o mesmo. Todos nós estamos tristes, mas temos que seguir. Pai, eu preciso de você! Sei que estou sendo egoísta, mas eu preciso do seu abraço. Preciso ouvir que vai ficar tudo bem...- minha voz falhou.

Não o ouvi. Eu precisava fazer algo. Voltei ao quarto e peguei o celular e liguei para a ultima pessoa que eu queria ver no mundo, mas provavelmente ela seria a única a conseguir fazer algo.

" Pode vir aqui?"

" O que houve, filha?"

" Só venha, por favor"

" Já estou indo!"

Desliguei. Larguei o celular e sentei na janela. Eu detestava ter que pedir ajuda a essa mulher, mas eu amava o meu pai demais para ter que perdê-lo para uma depressão.

RAPTADA / 2 TEMPORADA.Onde histórias criam vida. Descubra agora