Christian

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No finalzinho da tarde, Demi e meu pai foram até meu quarto, onde Dulce estava e conversávamos.

- Atrapalho?

- Não. - eles entraram e me abraçaram. - Essa é a Dulce!  - falei,  quando me soltaram.

- Olá! - ela sorriu,  timidamente.

- Adoro ruiva,  digo,  cabelo ruivo. - rimos e Dulce ficou mais envergonhada ainda.

- Bom... eu tenho que me retirar. - com licença! - ela falou,  pegando sua prancheta.

- Até! - falamos e ela saiu.

- Por que esse sorriso? - Demi perguntou, estreitando os olhos. - Aliás, você é igual o seu pai. Não podia ver um rabetão que ficava animadinho.

- Isso foi antes de te conhecer, cariño. - ele se aproximou dela e falou algo em seu ouvido e pela cara que ela fez, eu não quero nem imaginar o que ele falou.

- Hurum... -pigariei.

- Desculpe! - meu pai falou, meio envergonhado.

- Bom, Meredith me contou que ficará em observação e quero saber se você quer que eu fique ou o seu pai.

- Nenhum. Podem ir e...

- De jeito nenhum,  eu vou ficar e sei pai vai embora.

- Demi...

- Sem discussões.

- Mãe,  você precisa descansar.
- Já descansei. - ela sorriu, mas seu sorriso pareceu malicioso. Meu pai ficou tenso e eu também.

- Não quero nem imaginar o que pensou.

DEMI

Gargalhei com as palavras do Chris, ai se ele soubesse que não era só um pensamento. Ai se aquele banheiro falasse... o que eu e meu marido fizemos.
- Bom... isso não vem ao caso. Eu vou ficar.

- Se não se importar... eu quero que o meu pai fique. Sei que você precisa descansar e sei também que está com muita saudade dos meus irmãos.

Ele estava certo! Eu não via hora de vê-los e abraça- los.

- Está bem! Só vou porque você tem razão. E também, vocês precisam conversar. - ela veio até a mim e me abraçou. - Mas amanhã volto!

- Ok.

Me despedi deles e antes de sair, Wilmer me deu a chave do seu carro.  Saí e fui a recepção, encontrei Lucy e ela parecia abatida. Pedi que a mesma esperasse enquanto acertava as contas na recepção.  Logo, que resolvi,  Lucy me acompanhou e a levei em casa.

- Quer ficar aqui mesmo ou ir para a minha casa.

- Aqui, preciso descansar por hoje e amanhã procurar um lugar para mim.

- Ei,  também não é assim. Vocês tem coisas a conversar.

- Ele não olha mais na minha cara.

- Ele só precisa de um tempo. Sei que ele vai te escutar e tudo ficará bem.

- Espero que sim. Obrigada!

- De nada. Até! Me ligue...  qualquer coisa...

Ela assentiu e segui para o meu rumo. Não demorei muito a chegar, e quando finalmente atravessei o portão da mansão um friozinho na barriga senti, eu sentia muitas coisas, meus sentimentos estavam confusos. Respirei fundo, antes de sair do carro. Avistei o Jorge,  e o entreguei a chave e lhe desejei uma boa noite.

- Que bom que voltou, senhora!
- Digo o mesmo! - sorri.  - Onde estão todos?

- Saíram,  mas creio que estejam voltando.

- Ok. Não diga nada a eles, ok?

- Ok, senhora!

Entrei e subi, entrei no meu quarto e tive uma enorme vontade de me jogar na cama, mas infelizmente,  eu precisava de um banho e de preferência na minha banheira. E foi exatamente o que fiz. Me permitir relaxar por pelo menos meia hora e logo, me vesti com um pijama limpinho e quentinho. Desci e fui procurar o que comer, achei estranho não ver os empregados por ali, mas pra mim, não tinha importância isso agora,  eu só queria comer. Abri a geladeira e fui fazendo um arrastão, como um pedaço de bolo, comi pudim, comi sanduíche e bebi refrigerante, depois de satisfeita,  me retirei dali e deitei no sofá.

Acho que acabei cochilando,  pois fui desperta ao sentir um peso sobre mim, abri os olhos e vi Isa, Megan, Bricia e todos os meus filhotes em cima de mim, ali mesmo choramos e sorrimos. Logo,  pude me ajeitar e abracei um por um,  Minha mãe fora a última e confesso que estava sentindo falta disso.

- Ainda bem que voltou! - ela beijou a minha testa. - Pena que foi sem o Chris. - engoli em seco, eu teria que mentir.

Dei graças a Deus por consegui chorar facilmente.

- Eu sinto muito!

- Se acalme, querida!

- Tudo bem, mãe! - Bricia falou,  segurando o choro.

No fim,  todos choraram. Eu me sentia a pior pessoa do mundo por mentir e fazer todos sofrerem, mas Chris precisava de um tempo para pensar,  para tomar uma decisão, seja ela qual for.

Depois de longos minutos, estávamos calmos e decidimos ir para a sala de vídeo e assistir algo.

- Não vai? - perguntei para a minha mãe e ela negou.

- Foi a cozinha? - assenti. - Pois,  eu vou para lá e arrumar a bagunça que fez. - revirei os olhos. Ela sorriu, me derreti com aquele sorriso e a abracei. - Preciso falar com você... depois. - ela assentiu.

- Bom filme! - ela falou, depois saiu dali.

Senti ser arrastada por ter m batalhão de crianças e seguimos para a sala de vídeo,  deitamos e quase fiquei sufocada,  pois todos ficaram perto de mim,  menos Isa e Bricia. Isa ligou a TV e colocou um desenho para assistirmos.

Depois de três desenhos depois, Isa e Bricia me ajudaram a levar os pequeninos para os quartos. Todos dormiam e apesar de estar feliz,  eu também estava cansada. Abracei Bricia e Isa, e elas afirmaram que sentiam saudades e que queriam matar a saudade.

- Bom, o que acham de dormirem comigo?

- E o papai? Aliás, onde ele está?

- No hospital. - as palavras foram mais rápidas do que minha boca pudesse segurar.

- O que houve? - Bricia perguntou.

- Digamos que ele ficou dolorido. - sorri maliciosa,  Bricia revirou os olhos e Isa riu.

- Vocês são tão safadinhos!

- Um pouco.

- Credo! E você, Isa... ainda incentiva. - ela revirou os olhos e entrou no quarto.

- O que houve com ela?

- Deve ser falta de sexo.

- Eu ouvi isso. - Bricia berrou, rimos.

- E você? - entramos no quarto e nos jogamos na cama, onde Bricia estava.

- Eu aprendi uma nova posição. Quer saber qual?

- Sim.

- Tão de sacanagem? - Bricia falou, e caímos na gargalhada.
- É brincadeira! Relaxa!

Ela nos abraçou e ficamos assim por longos minutos. Matamos a saudade e logo nos ajeitamos para dormir.

RAPTADA / 2 TEMPORADA.Onde histórias criam vida. Descubra agora