Dois meses e meio depois do Acidente.
Despertei, me agitei ao sentir um encomodo em minha garganta, me debati e logo, meus olhos avistaram uma moça e ela gritou, logo um homem adentrou ao quarto e correu ate ao meu encontro e logo retirou o que me sufocava. Eu podia sentir meus pulmões trabalharem rapidamente, era como se estivessem "queimando".
- Acalme-se! Respire devagar. - o médico falou.
Logo, o médico chamou a enfermeira e ambos se afastaram um pouco. Enquanto eu me esforçava para normalizar minha respiração, meus olhos percorriam pelo lugar e flashes vinham a minha mente.
O acidente. Os gritos. O desespero. A explosão.
Me sentei, sentindo as lágrimas descerem, gemi de dor, me sentia estranho, meu corpo parecia estranho, era como se ali não fosse meu corpo, era como se faltasse algo, e ao querer me levantar fiquei estático, quando o lençol fino descobriu um pouco minha perna revelou o que seria meu pior pesaselo.
Tentei gritar, mas minha voz não saia. Me agitei mais ainda, me debatendo na cama, isso me fez cair e me machucar, mais nada era comparado ao fato de ser um paralítico. Meu choro saia descontrolado, logo senti me ajudarem e colocarem na cama, continuei a me debater. Ouvi a voz da enfermeira, mas não prestei atenção no que a mesma falava, eu só queria que aquilo fosse um grande pesadelo. Senti meus braços serem amarrados, e meu tornozelo, continuei me debatendo, a enfermeira tentava falar algo e eu não a compreendia, a verdade era que eu não queria entender.
Não sei quanto tempo permaneci assim, só sei que o cansaço acabou me vencendo.
~~~
Duas semanas depois...após acordar do coma.Após duas semanas acordado e vivendo no meu maior pesadelo, eu já não tinha forças para continuar vivendo. Eu simplesmente não aguentava mais esse maldito lugar, era torturante ter que acordar sem esperança, era pior ainda a sensação do esquecimento, eu me sentia cada vez mais vazio e mais sozinho, e cada vez mais, um pouco a cada dia com mais nojo de mim mesmo.
Um invalido. Sozinho e sem esperança. Eu tinha nojo da minha aparência e do que me tornei.
E o que me deixava mais depressivo; era saber que ninguém estava me procurando, talvez até já estivessem conformados e felizes sem mim. Mas pensando bem, eu achava até melhor, assim não precisavam carregar um peso sobre si. Seria bem melhor para a minha pequena, seria melhor ela me esquecer, seguir a vida e não conviver com alguém doente.
~~~
A noite, era o pior horário. Tudo nesse maldito lugar era precário. Sem dúvidas, aqui era a terra do esquecimento, ou quase isso. Não havia como se comunicar, nao havia remédios, comiamos uma vez por dia, e quem sobreviviam das guerras eram chamados de sortudos, eu não sei qual a sorte nisso, agora eu era um invalido, um fracassado e com deformidade.
Estar aqui é um castigo, todos os dias, horas e segundos eu escuto e vejo gritos, ossos serem colocados no canto - sem anestesia, escuto na calada da noite barulhos pertubadores, como se bichos comecem os corpos, haviam boatos e eu simplesmente acreditava, pois, eu ouvia e ali podia se comparar com um filme de terror, só que bem real: sangue, dor, morte. Vivíamos um grande pesadelo.
Eu já não tinha mais saúde física e muito menos mental para suportar mais um dia ali, em minha mente só vinha pensamentos ruins, esse lugar me enlouquecia, e eu já estava a ponto de cometer um suicídio, tamanha era o meu desespero. Fechei os olhos e lembrei de Deus, e eu só pedi a Ele, caso lembrasse de mim; que fizesse algo por mim; que Ele parasse aquele sofrimento, aquela dor, aqueles gritos e me levasse em paz.
VOCÊ ESTÁ LENDO
RAPTADA / 2 TEMPORADA.
FanficAnos se passaram, Demi e Wilmer passaram por altos e baixos, mas eles viram que está juntos não era mais o suficiente e a separação foi inevitável. Pelo bem dos filhos, eles seriam amigos. Uma nova jornada começa e com ela mistérios e descobertas. M...