Wilmer.

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Minha cabeça estava desnorteada com tanta informação. Eu simplesmente não conseguia processar nenhuma das palavras que Marissa havia dito. Não sei por quanto tempo fiquei paralisado, o que fez reagir novamente foi quando Marissa abriu a porta do carro.

- Mari...

- Preciso sair daqui e ficar um pouco sozinha.

Dito isso, ela saiu e bateu a porta. Suspirei profundamente. Eu precisava saber quem era esse filho da puta que havia acabado com a felicidade e paz da minha família. Ele pagaria muito caro. Por mim, ele apodreceria na cadeia.

Respirei e inspirei diversas vezes antes de sair do carro. Eu precisava de informações. Segui para dentro do hospital e perguntei para a recepcionista se havia dado entrada no hospital um homem junto com as duas pacientes e ela me garantiu que não.

- Como não? ELE É UM BANDIDO!

- Acalme-se senhor! - ela pediu, nervosa.

- CALMA? COMO ME PEDE CALMA SE O CARA QUE RAPTOU A MINHA FILHA POR ANOS É UM BANDIDO E VOCÊ NÃO SABE ME INFORMAR SE ELE ESTÁ AQUI?!

- Se- nhor...- ela gaguejou.

- Wilmer, controle-se! - ouvir a voz de Marissa novamente. - Desculpe! Ele está nervoso! - ela falou e me puxou dali.

- Eu tenho que...- ela me interrompeu.

- Ele deu entrada aqui, porém, não está nessa parte do hospital.

- Ele vai acabar fugindo.

- A um policial o vigiando. Ele não irá escapar, Wilmer. Ele irá pagar por tudo o fez.

Ficamos em silêncio e a espera do amanhecer. Que para falar a verdade estava demorando para acontecer.

Não sei quanto tempo passamos ali, mas ao pegar o celular verifiquei a hora e marcava 2:00 da madrugada. Suspirei. Mari dormia desajeitadamente na cadeira e parecia estar com muito frio, retirei meu casaco e coloquei em sua volta. Achei super estranho não ter nenhuma ligação da Sophia e também não havia ligado para a minha irmã para saber noticias dos meus filhos. Com tudo o que houve eu havia esquecido de tudo.

Mandei mensagem para a Sophia e uma mensagem para a minha irmã. Logo guardei o celular no bolso e me ajeitei como pude naquela cadeira e fechei os olhos, o sono estava me consumindo.

***

Acordei com a Marissa me chamando. Ela me ofereceu um café e sentou ao meu lado.

- Gracias! - falei, me ajeitando na cadeira. Ela sorriu de leve. - Rissa, eu quero te pedir desculpas.

- Apenas esqueça isso, ok? Sei que estava de cabeça cheia.

- Mesmo assim...

- De buenas, Wilmer! - rimos.

- Que horas?

- Seis horas.

- Já? - ela assentiu. - Tenho a sensação de não ter dormido nada. Meu corpo doí.

- Normal! Passamos uma noite tensa e em um lugar tenso. Mas logo iremos embora.

- Deus te ouça!

Ficamos em silencio, tomando nosso café e esperando a bendita hora da visita.

Uma hora e meia depois, fomos informados que poderíamos entrar para visitá-los. Marissa me informou onde ir e assenti.

- Eu vou ver a Demi primeiro e depois sigo para o quarto da Luna. - Mari avisou.

- Ok!

- Wilmer, por favor, controle-se! Luna e o Christian precisam somente do seu apoio e nada mais.

Suspirei. Não seria nada fácil para mim.

- Não demore, ok? - ela assentiu.

- Caso sentir que não possa se controlar, saia e vá ver a Demi, ok? Ela precisa de um ombro amigo. - sorri de leve e ela riu. - Quem sabe uns beijinhos. - fiquei sério e revirei os olhos. - Ok, não está mais aqui quem falou. Até!

Ela saiu dali e fui ao quarto indicado pela mesma. Confesso que não estava preparada para o que viria, ou pelo o que veria. Abri a porta e respirei fundo ao vê-los juntos, dormindo juntos. Fechei a porta em um back e ambos se acordaram assustados.

- Está louco? - Chris proferiu, duramente.

- Olha como fala comigo seu moleque. - Ele riu zombeteiro e me fez bufar, cerrando os punhos.

- Perdeu esse direito quando me agrediu.

- Garoto...não me faça perder a cabeça.

- PAREM! SERÁ QUE NÃO PODEM ME RESPEITAR E ME DEIXAREM TRANQUILA E AO MEU BEBÊ?! EU OS QUERO FORA DAQUI! - ela choramingou.

- Merda! Me desculpe, filha! - falei, me sentindo culpado e emocionado.

Foram anos perdidos e falar aquilo novamente me enchia de felicidade e eu só queria uma coisa naquele momento abraça-la e dizer o quanto a amo. E foi exatamente o que fiz, a abracei com toda a saudade que eu sentia.

RAPTADA / 2 TEMPORADA.Onde histórias criam vida. Descubra agora