Dose Dupla⁴ - De Cor Âmbar

Capítulo 1

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Ravi

4 anos atrás

A dor de cabeça me pega forte, vestígios da noite de ontem me causa uma enorme ressaca tornando a claridade um dos grandes problemas.

Aperto os olhos para continuar andando e tento acompanhar meu pai e o meu irmão que seguem na frente. Por aqui as 6 da matina já está movimentado. Não sei como eles tem animo para isso, sou um cara noturno.
Estamos indo até a ONG e em seguida seguiremos para empresa. E essa sem dúvidas é a única parte boa do dia. Não gosto da matina, mas eu amo trabalhar.

Manu: Eii Vicente - a garota chama meu irmão da calçada e da um xauzinho. Junto com ela, há uma menina magrinha, que veste uma saia até depois do joelho.
Ela provavelmente é da igreja!
A sua blusa é gola polo branca e nos pés possui uma havianas. Seus cabelos são grandes e ondulados. Ela me olha e logo desvia o olhar com as bochechas vermelhas.

A Manu é gatinha, paga pau pra todo mundo. Um dos grandes motivos de não me interessar.

Ela é negra, tem o corpo e rosto de uma modelo, seus olhos tem um castanho intenso, fora seu cabelo que é como um templo onde ninguém pode tocar. Ela é muito inteligente e sempre me passava cola na escola, ja que a Isadora (minha melhor amiga) não me dava esse privilégio. Isso nos tempos do fundamental, ja que o ensino médio seguimos para uma particular.

Porém, ela é vulgar, escrota e ganha a vida fácil. Ela te da o golpe e então você cai. E comigo isso não cola!

Meu irmão, Vicente, é todo mais afeminado do que eu. Qualquer um nota a diferença de longe. Seu cabelo é mais baixo e arrumado, suas tatuagens são todas organizadas dando um ar de beleza no corpo e seu jeito safado arrasta mutidões de mulheres.

E mesmo ele tendo todo esse jeito afeminado, o meu pai desconfia que eu que sou o filho gay.

Diferente do Vicente, eu sou mais tranquilo, tinhoso e costumo brincar com as pessoas. Meu cabelo é desajeitado, ando todo largado, já tenho o braço fechado de tatuagens e não saiu namorando com 10 ao mesmo tempo. Somos tipo o Pedro Scooby e o PA. Ou melhor, ele tem a pegada do "vamo curtir, a vida é irada" e eu sou "Marrento, posturado e calmo"
O Vicente vai te levando na conversa e quando você ver já ta na dele. E já eu, chego sendo admirado, mas não do confiança.

Eu e o Vicente costumamos subir o morro em dia de baile ou seguir para premium, famosa boate do Rio de Janeiro. Isso, junto com o Colorido, Máscara e a Isadora, nossos melhores amigos.
La fazemos a farra com a mulheres e bebemos até o dia clarear, é ai que eu entro em cena. Descolo alguma mulher, observo sua personalidade e então tomo conhecimento de toda sua ficha pra depois ficarmos. É isso, gosto de gente com personalidade, não me atraiu por qualquer rostinho bonito.

Nunca ninguém aqui no morro me interessou, todas que me querem pensam que sou a casa da moeda. Aquela menina, a amiga da Manu, é a primeira que vejo com diferentes condutas. Mesmo nunca a vendo antes, se nota que ela tem atrativos únicos.

Ravi: Quem é aquela menina que estava com a Manuela? - pergunto ao Vicente e dando aquela olhada para trás, reparando novamente na menina que abaixa a cabeça com vergonha outra vez.

Vicente: É a Lara. Filha daquela senhora, que trabalha com o Rodolfo, na área de contabilidade. - diz entrando na ONG. Putz, aquela mulher me odeia!