60. [Lacunas] Parte 45

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Sexta-feira, 04 de Setembro

Helena e César seguem suas rotinas. O último encontro entre eles foi mesmo naquela noite no apartamento de Helena, no qual marcaram um jantar para que os dois pudessem interagir com Lucas como casal e ir apresentando ao menino a ideia do novo casamento da mãe. Foi nessa mesma noite que juntaram-se a eles Lorena, Diogo, Luciana e todas essas interações que não só os divertiram, como também serviu para começar a consolidar no imaginário de todos a configuração deles como um par.

Nessa sexta, próximo ao horário do almoço, Marcinha e Rodrigo vão até a recepção a procura de Helena, que esta em sua sala. Autorizada pela Edwirges, os dois batem na porta e adentram quando Helena pede para que quem ser que seja, entre.

Helena: Hum, olha se não são as duas criaturinhas mais corujas que eu tenho.

Marcinha: Tá muito ocupada?

Helena: Não, meu bem. Estava aqui, terminando de assinar alguns papéis e já ia pra casa almoçar. Na verdade, estava nem considerando ir pra casa, porque o Lucas está com o pai e almoçar sozinha não tem a menor graça...

Rodrigo: Ah, então a gente chegou em boa hora.

Helena: É? Por que?

Marcinha: É, a gente veio te cobrar aquele almoço... Aquele, que a gente ficou de marcar duas semanas atrás, quando você o papai tinham discutido.

Helena: Hahahaha.

Rodrigo: É, eu e a Marcinha estávamos de saída. Abriu um lugar bem bacana, coisa fina, um amigo meu está de sócio, chamei a Marcinha para almoçarmos lá e... E aí a gente pensou em te convidar também. Você topa?

Helena: Hum... Topo. Tem como não topar um convite tão gentil desses? Me deem só uns dez minutinhos pra eu finalizar aqui e a gente já pode ir, combinado?

Marcinha: Combinado. Vou ligar para o papai, ver se...

Helena: De jeito nenhum, meu bem. Papai tá ocupadíssimo em uma reunião no centro, não sabe nem que horas ele vai sair de lá. Me ligou um pouco antes de entrar pra avisar que estaria com o celular silenciado, caso eu precisasse falar com ele.

Helena fala de forma natural, só para comunicar. Ao final, estranha porque, também naturalmente e de maneira espontânea, Marcinha e Rodrigo se olham instantaneamente e até deixam escapar um riso audível. Helena assiste àquela cena sem entender nada, fica alguns segundos com uma carinha confusa e logo questiona...

Helena: Ah, não. O que foi? O que eu falei?

Rodrigo: Não, é que... Doutor César Andrade de Melo ligando para dizer essas coisas, dando satisfações assim, do nada, para mulher... Hahaha, é inédito, Helena! Ainda tô me acostumando com essa fase do meu pai.

Helena: Mas vocês não param de zomba-lo, né? Tadinho, tadinho do meu bem... Hahaha. Agora, vai! Se não a gente não almoça hoje.

O clima é delicioso e leve. É absolutamente orgânico como a troca dos três flui com naturalidade e é sob essa esfera que os dois saem da sala de Helena, sorrindo. Ela, por sua vez, permanece sentada em sua cadeira e se estica por uns quinze minutos finalizando o que fazia. Quando termina e se dirige à recepção, ela é informada pela Edwirges que Rodrigo e Marcinha estão esperando por ela lá em baixo, no estacionamento, que é onde ela de fato os encontra.

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