Lacunas e Desfechos.

20. LACUNAS, parte 005

*Este capítulo está sendo repostado após Lacunas & Desfechos ter sofrido uma exclusão sem precedentes de setenta partes da sua história, quando contava com mais de cem capítulos e 130k de visualizações. A pedido de vocês, L&D continuará - sempre!.

Boa leitura. Com carinho,
Lívia.
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Segunda-feira, 11 de Agosto de 2003.

No dia seguinte, Helena se ocupa do enterro da Fernanda e de cuidar do Lucas. Apesar de tudo, ela consegue tempo para ir ao hospital depois do almoço e, assim que chega, vai direto até a sala de César. A secretária, que não é boba, já sabe que Helena tem passe livre para entrar e sair quando bem entender e, sendo assim, mais uma vez Helena entra sem ser anunciada.

César está de pé, de costas próximo a sua mesa analisando alguns exames. Ela percebe que ele, concentrado, não se deu conta de que ela havia entrado ali e, como uma menina, se aproxima vagarosamente e lhe tapa os olhos, numa brincadeira de adivinha. César se assusta por um segundo e, quase que simultaneamente, tateia as mãos dela enquanto fala:

César: – Mesmo que se passassem mil anos... Ainda assim eu saberia que é você, Helena.

César se vira e a envolve em um abraço, usando uma de suas mãos para envolvê-la pelos cabelos, acariciar o rosto, de uma forma calma, carinhosa... Helena só fecha os olhos e aproveita o carinho. Além da saudade, com todos os problemas que ela vem enfrentando, tudo o que ela mais precisava era de colo e César sabe disso, tanto que não poupa mimos a amada e continua:

César: – Três dias, Helena, três dias. Já achei que eu teria que sequestrar você. Aparecer em sua casa, entrar pela janela...

Helena gargalha, se divertindo com o bom humor de César para se referir ao seu sumiço e a essa necessidade deles de ainda manterem o caso às escondidas. Ela envolve os braços em seu pescoço.

Helena: – Olha que eu não acharia uma má ideia... - Helena o beija, são apenas alguns selinhos breves, mas calorosos, cheios de afeto.

César: – Se você tivesse me avisado que viria mesmo, teria pedido pra você vir mais cedo. Eu estava de saída, tenho uma reunião daqui a pouco no centro da cidade e...

Helena: – Não, não se incomode. Eu não viria mesmo, mas consegui alguns minutos e resolvi vir para ver como o Theo está. O Lucas está me fazendo mil cobranças porque quer ver o pai... Enfim, foi de última hora. Mas eu queria ver você mesmo que assim, rapidinho.

César: – Ai de você se não viesse... Já está me devendo visitas, beijos... Eu estou anotando tudo pra cobrar com juros, hein?

Helena ri. É sempre delicioso pra ela perceber como César está solto e divertido em momentos como esses, principalmente nesses dias em que ela tem precisado tanto contar com alguém pra dividir seus momentos. Ela dá um beijo mais demorado nele eles continuam conversando de pertinho, abraçados...

Helena: – Você mencionou um problema com a Laura... Agora tem isso do Onofre também... Eu não estou entendendo muito bem o que está acontecendo, César. Eu estou preocupada.

César a pega pelas mãos e entrelaça os seus dedos nos dedos de Helena, tranquilizando-a.
César: – Eu te disse que você não tem com o que se preocupar, não disse? Mais tarde, com calma, falamos sobre isso. Janta comigo? A gente pode ir para o nosso hotel...

Helena: – Hummmm... - Helena faz uma cara de emburrada, descontando o desgosto na gola do jaleco dele.

César: – Já sei: você não pode.