Segunda-feira, 8 de Setembro.
Naquela manhã, César despertou ao lado de Helena após uma noite quente de carícias. Em casa, ou mesmo na clínica, vira e mexe ele sorri da loucura que foi receber uma ligação dela assim, no prelúdio da madrugada, e como foi automática a ânsia dele em sair correndo pra atendê-la. Sua permanência na clínica é breve, só orientações e burocracias para que ele pudesse se ausentar por todos os dias que precisava.
Helena, por sua vez, está tão radiante quanto os dias anteriores. Desde que o relacionamento deles começou a deslanchar, ela vinha desfilando sorrisos e autoestima por aí, mas nessas duas últimas semanas (pós festa e pós Gramado), esse clima todo era ainda mais perceptível, afinal... Aparentemente eles haviam se entendido, colocado mais coisas em pratos limpos, assumido a relação diante de quem quisesse vê-los e discutido temas importantes que dimensionavam quão sério era o compromisso que um desejava honrar com o outro.
Helena almoça em sua casa e, César, na dele. O voo dele sairá por volta as 15h00 e é quando está conferindo um item ou outro na mala, que o celular dele toca.
César: – Olha se não é a Bela Adormecida.
Helena: – Nada de adormecida, meu bem. Já estou no batente desde cedinho.
César: – Mas bela... Certamente.
Helena: – Hu-hum. Já era para eu ter te ligado, mas não tive tempo e também presumi que você estaria na correria ajeitando tudo para viajar. Acordou tão cedo...
César: – Caí da cama, ócios do ofício.
Helena: – Imaginei mesmo. Saiu quietinho, nem te vi levantar...
César: – Queria ter me despedido a altura, a altura da despedida que você me proporcionou ontem, mas não ia acordar você as cinco da manhã, de jeito nenhum.
Helena: – Hahaha, podia ter me chamado, seu bobo. Queria pelo menos ter te dado um beijo. Valeu a pena se deslocar para o Leblon no fim da noite de um domingo?
César: – Com você... Fim da noite, início da manhã, madrugada, a tarde... Sempre vale a pena.
Os dois sorriem: ele, de forma doce e ela, envaidecida.
Helena: – Já está me dando saudades suas, sabia? Vou nem permitir que a Maria troque a roupa de cama essa semana, só para dormir com o seu cheiro todos os dias.
César: – Vai passar rápido, você vai ver. Volto antes do que você pensa para me vingar da tortura que a senhora me aprontou ontem...
Helena: – Hum. Não vejo a hora...
César: – Ah, é?
Helena: – Uhum. Agora vou desligar porque sei que certamente você está preparando uma porção de coisas por aí. Só liguei para deixar um beijo, contar que eu vi e amei o seu bilhete, desejar uma ótima viagem e dizer que eu também amo você. Boas palestras, meu bem.
César: – Obrigado, linda. Te ligo quando estiver instalado no hotel. Também amo você... Se cuida, hein? Muito juízo enquanto eu estiver fora.
Helena: – HAHA, pode deixar. Digo o mesmo, doutor César. Juízo, muito juízo.
E desligam. Cada qual cuida do que tem para fazer. Helena ainda curte um pouquinho Lucas antes de regressar ao trabalho e César, quando desce, por volta das 13h00, encontra os filhos de papo com a mãe.
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Lacunas e Desfechos.
RomanceEsta estória é inspirada na novela e se desdobra em vários capítulos, com a intenção de complementar o enredo deste casal tão querido - sem que haja, no entanto, modificações na trama original. Sabe aquilo que você sempre quis ver na novela, a ce...