33. LACUNAS, parte 018

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*Este capítulo está sendo repostado após Lacunas & Desfechos ter sofrido uma exclusão de setenta partes da sua história, quando contava com mais de cem capítulos e 130k de visualizações. A pedido de vocês, L&D continuará - sempre!

Boa leitura. Com carinho,
Lívia.
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A noite se anuncia entre uma reunião e outra; César está brincalhão, divertido... Um nítido reflexo, claro, dos momentos que passou com Helena durante a tarde do mesmo dia.

Onofre, sarrista, tendo a relação que sempre teve de muita liberdade e cumplicidade com César, sabe que pode conversar sobre o que quiser com o amigo que ele não se fará de arrogado. Por isso, puxando uma cadeira para sentar-se ao lado dele, Onofre começa a sabatina.

Onofre:César, meu amigo. Eu não sei até onde você vai e o que pretende com essa história, mas você está dando muita bandeira.

César: Eu?

Onofre: Claro. Quer ver como eu acerto: você esteve com a Helena hoje.

César: Poxa vida, eu estou tão previsível assim?

Onofre:Está na sua cara que alguma coisa está diferente. Como eu sei dessa... Digamos, nova personagem em sua vida, não preciso pensar muito para ligar uma coisa à outra. Quer dizer, a não ser que tenha mais alguma coisa acontecendo que eu não sei. Outro dia mesmo eu quase peguei você aos beijos com a Laura...

César:Não, aquilo foi loucura, Onofre. Chegamos a trocar um beijo, é verdade. A Laura me pegou desprevenido... - Ele ri, quase em descrença com o que ele mesmo diz. - Ela as vezes me surpreende, viu? Eu até comentei com a Helena sobre isso. Mas não, não tem nada a ser retomado entre nós dois, a Laura é passado. E você acertou, estive com a Helena hoje, sim. Fui buscá-la para almoçarmos juntos e, se não fosse essas nossas reuniões, meu amigo, acho que nem para a clínica eu voltava, hahaha. Estou ficando careta e completamente sem juízo, se você quer saber, viu?

Onofre:Sem juízo eu estou reparando. Mas, careta? Não acredito! Vai fechar o harém, doutor César?

César:Pelo visto... É o que vai acabar acontecendo. Muita mulher dá muito trabalho. Agora tem a Helena e...

Onofre:E você não quer mais ninguém. Já vi tudo. Então essa história com a Helena é muito mais séria do que eu pensei.

César demora alguns segundos para responder, até que ergue os olhos para olhar para o amigo, quase em tom de confissão, de segredo e dispara:

César: É. Decidi que eu vou pedi-la em casamento.

Onofre:Bom, até aí... À Laura você também propôs e olha só no que deu.

César:Você também, Onofre, me zombando? É verdade, eu propus, mas foi em outra situação; ELA queria muito, bem mais que eu, fazia questão, enquanto, pra mim, era indiferente... Dessa vez, quem quer sou eu. A Helena nem sonha e pra ser sincero, nem sei se ela quer... Eu estou nervoso, ansioso, vê se pode? É como se eu fosse fazer isso pela primeira vez, me sinto um marinheiro de primeira viagem.

Onofre:Meu deus! Você está parecendo um adolescente, César... Mas eu fico feliz por você. A Helena é uma querida, que mulher! Elegante, competente, absolutamente linda, discreta, com classe e é envolvente - para não dizer outra coisa. – César sorri; na cabeça dele, ele concorda e entende perfeitamente o que o médico quer dizer. – Ela sempre tão gentil, tão intensa... O mais curioso é que eu conheço vocês dois há anos, César, anos! E nunca poderia passar pela minha cabeça toda essa história.

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