76. [Lacunas] Parte 61

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Sábado, 13 de Setembro.

É por volta das 9h00 quando Helena acorda.

Ela se retira da cama com discrição para não acordar o amado, pega uma de suas capas de cetim, embrulha seu corpo nu e vai verificar como está a sua casa. Passa pelo quarto de Lucas e vê que o filho ainda dorme; ela o contempla por alguns momentos, sorrindo... Afinal, com essa correria toda de ir para São Paulo na quinta, voltar na sexta, trabalhar e ainda fazer um programinha de adulto pela noite, ela teve pouco tempo para curti-lo e está com saudades... Mas logo se retira antes que ele acorde.

Transitando pela sala de jantar, encontra as suas companheiras que a ajudam em casa.

Helena: Bom dia, Maria. Bom dia, Sônia.

Maria/Sônia:Bom dia, dona Helena.

Sônia: – Oh, a Maria fez um pão fresquinho, já está tirando do forno e eu estou terminando de colocar a mesa.

Helena: Pão, Maria? Pão? As vezes eu penso que vocês não vão sossegar enquanto não me verem uns 5, 10kg mais cheinha.

Maria: – Mas a senhora tá muito magrinha mesmo, podia comer esse pão inteirinho pra dar uma sustância...

Helena: Ah! Mas eu não estou falando? Maria, Maria...

Se divertindo, ela abraça a amiga e dá um beijo carinhoso em seu rosto.

Helena: Sônia, três lugares, viu? O César vai tomar café conosco.

Maria: – Eu vou conhecer, é?

Sônia: – Ela já estava com ciúmes, dona Helena, porque eu acabei conhecendo ele naquele dia e ela, não.

Helena: Ué, mas você não o viu quarta-feira passada aqui em casa, no dia em que ele veio jantar conosco?

Maria: – Vi, não, senhora.

Helena: Hahaha, então vai, Maria, vai. Hoje você vai conhecê-lo, tá bom assim? Daqui a pouquinho eu volto. Vou acordar meu filhote também.

Ela sobe novamente e vai direto para o seu quarto, se senta na beirada da cama ao lado de César e afaga seus cabelos, em silêncio, para despertá-lo devagar. César parece estar envolto em um sono pesado, provavelmente fruto do cansaço provocado por aquela semana de rotina peculiar e o programa feito na noite anterior. Ele se mexe sentindo o carinho dela, o deslizar delicado dos dedos de Helena quase com pesar em acordá-lo, mas naquela preguiça boa, ainda não acorda... Ela sorri, desce com o tronco e roça o rosto pelo rosto dele, tocando com a boca de forma suave pela bochecha e sussurrando baixinho...

Helena: Cé-sar... Meu amor, hora de acordar.

Ele resmunga, sonolento e abraça a cintura de Helena, mesmo permanecendo deitado e de olhos fechados. Ela ri daquela manha toda e segue para beija-lo no rosto. Ela beija a testa, em seguida beija os olhos, a trave da boca e continua assim, nesse chameguinho...

Helena: Bom dia, dorminhoco.

César: – Bom dia... - Ele acaricia as costas dela em retribuição aos beijos que recebe e, ainda de olhos fechados, com a voz rouca, pesada... - Que horas são?

Helena: Nove e alguma coisinha. 

César: – Meu deus, além do juízo, você me faz perder a hora...

Helena: Hahaha. Tudo é minha culpa, tudo...

César: – E não é? 

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