48. LACUNAS, parte 033

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*Este capítulo está sendo repostado após Lacunas & Desfechos ter sofrido uma exclusão sem precedentes de setenta partes da sua história, quando contava com mais de cem capítulos e 130k de visualizações. A pedido de vocês, L&D continuará - sempre!

Boa leitura. Com carinho,
Lívia.
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Depois desse momento tão íntimo, de tão profunda conexão e amor, Helena já não chora. Ela segue pensando em... Como é bom, sabe? Não é bom apenas ter alguém que a ame, alguém pra amá-la... É bom aquilo, aquilo que ela tem com o César. Ela sempre foi cercada de pessoas, pessoas queridas com quem ela sabe que pode e poderia contar em todos os seus conflitos, para todos os seus problemas... Mas parecer frágil, pra ela, nunca foi uma opção. E com César, ela não precisava parecer nada porque ele a conhecia, assim como, pra ela, não adiantava em nada ele ensaiar mil poses porque ela sempre decifrou cada coisa mínima do seu eu.

Porto-seguro não é uma questão de escolha, é coisa de encontro. Theo, por exemplo: artista, sensível, sempre apaixonado por Helena, tentou ser, mas nunca pôde. Nunca entendeu Helena como ela era, nunca... Viu. Helena ama errado, Helena ama torto, ama confuso e ama com paixão, como César. É como se... Nos erros, os dois se acertassem somente entre si. Seria essa, talvez, a chave pra tudo, a peça que explicava como e porquê eles nunca conseguiram abrir mão um do outro: apenas juntos, eles são inteiros, sem disfarces. Ela fica envolta nesse pensamento como um curta e, para quebrar esse clima choroso, César começa a brincar enquanto Helena se senta de novo, de frente pra ele para ouvi-lo.

César: Agora, depois dessa performance incrível, acústica e exclusiva, eu mereço pelo menos um sorriso, Helena...

Helena: Você merece todos os sorrisos do mundo, meu amor. Todos os meus sorrisos são seus.

Ela dá um selinho nele e abre um sorriso, continuando com os rostos próximos e partindo para uma descontração:

Helena: Quer dizer que ainda temos um ouvinte assíduo de Frank Sinatra?!

César: Um clássico é um clássico. - Ele dá uma piscadinha divertida pra ela, entre sorrisos. – Vai me contar o que aconteceu, o que te deixou daquele jeito?

Helena pega as mãos de César e fecha nas suas, levando até a altura se deu rosto. Ela beija as costas das mãos dele, as desliza pelas suas bochechas de forma demorada, de olhos fechados, mergulhada em seus pensamentos... Até e suspira pra dizer...

Helena: Eu... Eu estou vivendo um sonho. Isso aqui, com você. Cada vez que você diz que me ama, que quer viver ao meu lado, que vai me fazer feliz... Cada vez que eu sou amada por você, a cada gozo, a cada beijo, cada um dos dias que eu durmo e acordo ao seu lado... Tudo isso é um sonho que talvez eu nem mereça. Me deu um aperto de repente, um medo da gente se perder de novo, de...

Sua voz embarga de novo, ela começa a ficar mais recuada, a querer se afastar como aconteceu na primeira crise de choro e César, percebendo, reage para trazê-la de volta e não deixar que toda a dor recomece.

César: Helena. Helena, olha pra mim. Olha pra mim, meu bem.

Ele apoia um dedo no queixo dela e faz com que Helena levante seu rosto e seu olhar. O semblante dela é murcho, sofrido... Querendo desfazer aquela feição, ele encosta seus lábios nos dela; eles dão uma sequência de selinhos demorados, Helena logo se anima movendo seu rosto para os lados, como se quisesse fazer a sua boca adentrar na dele... Ele a beija devagar em um beijinho único e terminam com uma mordidinha carinhosa. A essa altura, o rosto todo de Helena já está sob o domínio da palma grande de César, que mantém os dois bem próximos, com ela o olhando, tal como ele pediu.

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