Lacunas e Desfechos.

40. LACUNAS, parte 025

*Este capítulo está sendo repostado após Lacunas & Desfechos ter sofrido uma exclusão de setenta partes da sua história, quando contava com mais de cem capítulos e 130k de visualizações. A pedido de vocês, L&D continuará - sempre!

Boa leitura. Com carinho,
Lívia.
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À noite, depois de muito pensar, refletir e ser instigado tanto pela mãe quanto pelo filho a considerar os cenários de sua vida com ou sem Helena, César está inquieto em seu quarto com a voz e o rosto dela retumbando em sua cabeça. Ele fica contemplativo, até que é surpreendido pela filha, já totalmente a caráter e animada para a festa que começa a acontecer lá embaixo.

Marcinha: – Pai? Não vai descer, não?

César: – Ah, eu vou daqui a pouco.

Marcinha: – Seus amigos da clínica já chegaram, estão lá perguntando por você. Tem muito pai e muita mãe perguntando por você também, querendo te conhecer pessoalmente.

César nem se dá ao trabalho de responder Marcinha, retoma seus pensamentos e fica pensativo, ele consigo mesmo. A filha percebe e vai em direção a ele, preocupada.

Marcinha: – Tá chateado, né...

César: – Não, claro que não.

Marcinha: – Claro que sim. Vovó me contou que você acabou tudo com a Helena.

César: – Não tem nada de extraordinário nisso.

Marcinha: – Aí, pai. Toma juízo!

César: – Você também, é?

Marcinha: – Tem ouvido isso com frequência, né? Tá vendo? Primeiro foi a Laura, a Luciana... Agora é Helena, fora todas as outras que não se tornaram íntimas, próximas da família. Pai! Stop! A Helena tem total aprovação da gente! Casa com ela? Traz ela pra morar aqui com a gente, ia ser legal ter uma pessoa como a Helena perto de nós. Ela não vem?

César: – Não sei, acho que não.

Marcinha: – Eu aposto que ela vem, pai. Afinal, não deixa de ser um evento da escola, né? E quando ela vier, vê se vocês dois param com isso e se entendem logo de uma vez! Não vejo a hora de poder ter a Helena mais perto mesmo, eu gosto tanto dela, pai... Ela me trata, me recebe, não sei, como se fosse uma mãe mesmo. Eu ia ficar muito feliz.

César: – Tá vendo? Você e seu irmão são uma verdadeira torcida organizada, ela vai gostar de saber...

Marcinha: – Ela te ama, pai. E você, oh... Fica fazendo essa cara aí de durão, mas está apaixonado que a gente sabe. Comprou o anel e tudo! Para de ser teimoso, pai, se joga!

Marcinha consegue, por fim, tirar alguns sorrisos do pai, que fica todo em polvoroso com o entusiasmo da filha e de toda a família apoiando os passos que ele pretende dar ao lado da mulher que ama. Apesar da briga ter sido feia, ele sente que aquilo é temporário - ou pelo menos, em seu íntimo, sente que a situação ainda será contornada.

Ao mesmo tempo, Helena está no mesmo impasse, pensando em César e considerando – em hipóteses bem remotas - não ir à festa para não ter que revê-lo.

Hilda: – Deixa de frescura, Helena! A escola tem que estar acima dessas briguinhas de namorados.

Helena: – Foi ele que agiu assim, Hilda! De uma bobagem, de um comentário pueril, ele fez o maior escândalo. Quer saber? Eu acho que ele estava procurando um pretexto mesmo pra fugir.