67. LACUNAS, parte 052

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*Este capítulo está sendo repostado após Lacunas & Desfechos ter sofrido uma exclusão sem precedentes de setenta partes da sua história, quando contava com mais de cem capítulos e 130k de visualizações. A pedido de vocês, L&D continuará - sempre!


Boa leitura. Com carinho,
Lívia.
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Voltando à São Paulo...

A quarta-feira segue. César conduz o segundo dia das suas palestras. Os olhos sempre atentos acompanham suas explanações com interesse e é curioso observar como ele se agiganta ainda mais no seu território de domínio. A postura incisiva de César, o semblante quase sempre sério para aqueles à quem ele não dá abertura... Tudo passa um ar enigmático e reitera o profissional ilibado que ele de fato é. Para os médicos, sobretudo os mais jovens, é uma inspiração. Para o público feminino, um deleite. César é charmoso demais, interessante demais, indecifrável, furtivo... Desses que mexem com as fantasias e com o imaginário da gente.

Ele, por sua vez, não é ingênuo: sabe distinguir bem os olhares interessados e os olhares com segundas intenções. O olhar de Mariana, por exemplo, com o qual ele cruza por muitas vezes quando se dirige à plateia... É sempre com finalidades lascivas, especialmente depois das intimidades propostas por ela na noite anterior, em que ela ousou em toques, sorrisos e flertes.

Já os de Bárbara ele percebe que são com uma malícia diferente... Curiosidade, melhor dizendo. Ele sabe que o que aconteceu ontem entre eles - o clima, o quase beijo e a retirada -, foi algo diferente e que, por todo o histórico, pelos quase trinta anos de amizade, intimidade e afinidade, eles terão que conversar. O olhar dela imprime isso.

Mais próximo ao final da tarde, nossos protagonistas seguem com suas rotinas. À essa altura, Helena já está com as suas passagens compradas e, conforme combinado, telefona para Rodrigo.

Rodrigo: – Oi, Helena! E aí? Tudo no esquema?

Helena: – Tudo 'no esquema', meu bem. Hahaha! Chego em São Paulo entre 17h30 e 18h. É só orar para eu não ficar presa em um trânsito sem fim, que eu chego no hotel a tempo.

Rodrigo: – É, esse horário é complicado. Mas calma, vai dar tudo certo. Acho que não começa antes das 20h30 lá, dá tempo de você chegar, se instalar e se arrumar para matar o velho do coração.

Helena: – Rodrigo?!?!

Rodrigo: – Tô mentindo? Hahaha. Queria muito ver a reação dele ao ver você aqui.

Helena: – Bom, tomara que seja de alegria, né?

Rodrigo: – Ah, isso com certeza.

Helena: – Assim espero. Qual o número do meu quarto, meu bem?

Rodrigo: – Então...

Helena: – Xi...

Rodrigo: – O hotel tá lotado por conta do Congresso, não tinha mais nenhum quarto disponível.

Helena: – Nossa! E agora?

Rodrigo: – Não, calma. Eu pensei... Tem o meu quarto. Helena, você acha mesmo que meu pai vai deixar você ficar em outro quarto que não seja o dele?

Helena: – Hahaha. É, temos um bom argumento.

Rodrigo: – Então. Você precisa de um quarto só para dar um tempo e se arrumar, não é? Fica no meu. Essa hora eu já estarei de saída mesmo, assim você pode ser arrumar tranquila, sem preocupação, com privacidade...

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