73. [Lacunas] Parte 58

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*Este capítulo está sendo repostado após Lacunas & Desfechos ter sofrido uma exclusão sem precedentes de setenta partes da sua história, quando contava com mais de cem capítulos e 130k de visualizações. A pedido de vocês, L&D continuará - sempre!

Boa leitura. Com carinho,
Lívia.
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No período em que César se ausenta, Helena fica se divertindo com essa quebra de clima que ela acabou provocando. Ela bem sabe que os dois estavam evoluindo pra algo que não teria fim e, por isso, preferiu interromper para que pudessem deixar a chave de acesso ao quarto na recepção para caso o Rodrigo precisasse, tal como foi combinado.

Nesse intermédio, ela aproveita para livrar-se da roupa que vestia. Peça por peça, Helena se desfaz, ajeita tudo em seu devido lugar na mala e seleciona o que vai usar para dormir. Se bem que o que ela escolhe certamente os deixará bem, bem longe disso.

César demora uns quinze minutos para voltar e, quando chega, não vê Helena no quarto. Ele olha para os lugares, não a encontra e, por isso, chama pelo seu nome.

César: Helena? Helena?

De dentro do banheiro, ela ri. Essa versão do César mais... Mais carente, mais apegado, despido da pose de durão imbatível é algo que ela conhece muito bem, mas com a qual ela nunca se acostuma e adora ver e ouvir. Ela coloca o rosto para fora do banheiro, ele a vê.

Helena: Aqui, meu benzinho.

César: Hum. Nossa, lá embaixo está movimentado. Tem um grupo saindo ou chegando de algum lugar, não entendi muito bem, só estrangeiros. Aí demorei para devolver a tal chave.

Helena: HAHAHA. Perdão, meu bem, perdão...

César: Eu não vou nem te falar nada, dona Helena.

César está distraído, recostado em um aparador, onde também vai se desmontando de todo o aparato do evento enquanto conversam. Ele desata os dois botões do paletó, tira as abotoaduras, relógio... Item por item enquanto dialogam coisas soltas.

César: Por falar nele... O Rodrigo te falou que horas ele chegava?

Helena: Não. E eu também não perguntei, né, meu bem?

César: Hum.

Helena não vê a cara meio fechada de César, mas presume pelo tom de resmungo; ela acha graça, chega a rir alto e questioná-lo mesmo de dentro do banheiro.

Helena: Que foi? Vai bancar o careta agora?

César: Não, careta, não. Eu só me preocupo.

Helena: Eu sei. Mas o Rodrigo... O Rodrigo é muito bem criado, tem o pé no chão, é um menino responsável. Ele nem precisava ter vindo com você, muito menos ter se hospedado no mesmo lugar em que o pai está. Ele... Ele gosta de estar com você.

César: Isso é inédito, na verdade. Mas tivemos bons momentos esses dias.

César vai retirando seu paletó, o pendura em uma das cadeiras e, cansado, desaba na poltrona larga disposta na diagonal da cama. Quase que simultaneamente, Helena deixa o banheiro e caminha respondendo a César. Ela vai refletindo sobre essa questão da relação dele com o filho enquanto se move pelo quarto com a cabeça inclinada de ladinho, terminando de tirar um dos brincos da orelha e ajeitando os cabelos com as mãos. Por isso, em um primeiro momento, ela não o vê. Mas ele a vê e, nossa... Faltam palavras, tanto que ele nem a responde. Só alguns segundos depois é que Helena o procura e o encontra sentado, relaxado, há alguns metros dela.

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