Esta estória é inspirada na novela e se desdobra em vários capítulos, com a intenção de complementar o enredo deste casal tão querido - sem que haja, no entanto, modificações na trama original.
Sabe aquilo que você sempre quis ver na novela, a ce...
*Este capítulo está sendo repostado após Lacunas & Desfechos ter sofrido uma exclusão de setenta partes da sua história, quando contava com mais de cem capítulos e 130k de visualizações. A pedido de vocês, L&D continuará - sempre!
Boa leitura. Com carinho, Lívia. - - - ♥ - - -
*Essa parte contém a transcrição completa do diálogo entre Helena e Theo na festa, tal qual vai ao ar no capítulo 199 - e que eu não poderia deixar de incluir nessa sequência porque temos, como é de se esperar, cenas belíssimas da Torloni com falas lindas do texto do Maneco para a Helena, absolutamente humana, errônea e deliciosa.
Helena: – Eu acho que a Luciana já deve ter falado com você.
Theo: – Falou sim.
Helena: – Theo. Eu só quero que você saiba que nós já estávamos separados quando eu comecei o meu romance com o César.
Theo: – Eu tenho certeza disso.
Helena: – Mas não por virtude. Foi só porque nós não nos reencontramos antes, ele e eu, só por isso.
Theo: – A Luciana me falou que vocês se conhecem há muitos anos.
Helena: – É verdade. Eu vivia com ele. Nós nos separamos por duas vezes, até... Até eu começar a namorar com você. Eu mantive os dois romances ao mesmo tempo. Desculpe. Desculpe decepcionar você. Talvez eu não tenha vocação para a fidelidade. Sou mesmo uma anti-heroína, aquela que não dá lição de moral no final da história e que é até capaz de alguns deslizes para ser feliz.
Theo: – Eu não estou culpando você de nada.
Helena: – Enfim, é isso. Acho que nos igualamos em matéria de fidelidade, não é?
Theo: – Incrível como se pode trair mesmo se amando muito.
Helena: – Vai ver porque o amor não tenha nada a ver com fidelidade, nós é que pensamos que sim. Lembra da nossa viagem a Cancun?
Theo: – Claro que sim.
Helena: – Nós estávamos em mais uma lua de mel. Sempre que nós nos separávamos, brigávamos... Nós saíamos para mais uma viagem, haha, como se isso você resolver todos os nossos problemas.
Theo: – É, mas a intensão era boa.
Helena: – Boa intensão não fecha ferida.
Theo: – Nós vivemos dias muitos felizes lá em Cancun.
Helena: – Sim! Vivemos, sim, dias muito felizes... Mas mesmo assim, eu senti vontade de enganar você, de ser infiel. Aquela história do mexicano, lembra? Aquele homem que vivia por perto, que estava em todos os lugares onde nós estávamos... Lembra?
Theo: – Sei, sei.
Helena: – Quando eu vi aquele homem, eu pensei: esse me leva pra onde ele quiser, tanto era a vontade que eu tinha de sair daquela relação nossa tão... Doméstica, monótona, de brigas, reconciliações e separações duas, três vezes por ano... Onde nós dois sabíamos, Theo, tudo o que nós íamos dizer, tudo o que nós íamos ouvir tanto na briga quanto na reconciliação, todas as vezes. Eu já estava tão cansada daquele repertório... Tudo o que eu queria, meu bem, era aventura! Tango, bolero... E você voltava com aquela valsa, com aquele minueto.
Theo: – Escuta. Você acha então que nós nunca fomos felizes?
Helena: – Hum. Você acha que alguém pode ser feliz querendo uma outra coisa? Aquele mexicano mexeu comigo durante todo tempo em que nós estivemos lá e eu se quer ouvi a voz dele, ficava tudo naquele jogo de olhar.
Theo: – Em pensamento todos traem, como nos sonhos.
Helena: – Mas eu fui além do pensamento e dos sonhos. No dia em que nós íamos embora, lembra? Eu voltei ao quarto para pegar o seu óculos e ele estava no corredor. Sem dizer uma palavra, ele me pegou e me beijou. Não aconteceu mais nada e, a partir daquele momento, eu nunca mais o vi... Mas foi o melhor beijo de toda a minha vida. Como você vê, eu não sou um poço de virtudes e muito menos um exemplo: eu quero mais é ser feliz. Vamos, hum?
Theo: – Olha só, bom ver o amor começar. Agora, quem poderá prever o que é que vai acontecer com esses dois casais daqui a algum tempo?
Helena: – Eles têm que acreditar que vai dar certo.
Theo: – Como nós acreditamos. Como nós dois estamos acreditando agora, no começo de um novo amor. Vamos?
O caminho todo é permeado por silêncio. Helena, porque não tem nada para ser dito além do que já disse e, Theo, porque ainda está digerindo tudo, encaixando as peças de tudo o que ouviu com o passado dos dois. Antes de cada um entrar em seus apartamentos, Helena ainda complementa:
Helena: – Theo. Nós não devemos mais nada um ao outro e, dessa maneira, podemos começar vida nova, zerados. É melhor assim. Boa noite.
Theo: – Boa noite.
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