Quarta-feira, 17 de Setembro.Um dia típico nos afazeres tanto de César, quanto de Helena, de tal forma que não acontece nada extremamente relevante para a trama dos dois, se não as ligações costumeiras vez ou outra. Helena almoça com Lucas e, nesse intermédio, recebe notícias de Helô através do amado. Assim como o que foi passado na noite anterior na visita surpresa feita a Helena, nada é conclusivo. Parece que há um arrastar de informações repetidas que em nada a agrada, mas César tenta mantê-la firme, otimista, tranquilizando-a sobre a situação e todo o processo evolutivo da irmã.
À tarde, ambos se dedicam ao trabalho. Nesse intermédio, César e Luciana se avistam no corredor. Eles estão próximos demais para fingirem que não se viram - ou melhor, para que ela finja que não o viu, já que, para César, notoriamente aquela situação é indiferente. É Luciana quem fica em desconforto. Como é de costume, por educação ou por ser descarado mesmo, um tanto exibido, talvez, César puxa conversa.
César: – Boa tarde, Luciana.
Luciana: – César.
César: – Não sabia que você estava de volta.
Luciana: – Bom, tecnicamente eu não estou ainda. Vim acertar algumas coisas.
César: – Ótimo. Passe na minha sala então.
Luciana: – Na sua sala? Me desculpe, mas eu...
Ela se arma, como se estivesse pronta para esbravejar o seu desconforto diante de um convite que ela presume ser de cunho pessoal - e César entende isso, tanto que corre para podá-la.
César: – Isso não é um pedido. É uma solicitação. Como seu chefe, o que eu ainda sou. Fico no seu aguardo.
Luciana: – Está certo.
Ela não gosta. A expressão facial traduz isso: não gosta de receber represália, muito menos tendo ela vindo de César. Mas, no bem da verdade, o que ele disse é mesmo um fato: ele, como diretor do setor no qual ela trabalha e líder da equipe, permanece sendo chefe dela. Ela pode não querer envolvimento pessoal algum de nenhuma natureza com César pelo motivo que for, mas há certa obrigatoriedade em respeitar a hierarquia dentro da empresa e, por isso, não tem saída: ela vai à sala dele.
Luciana: – Pois bem. Estou aqui. O meu chefe queria falar comigo? - Ironia.
César: – Luciana... Isso não te cai bem. Você é uma mulher adulta, muito bem educada, muito bem instruída para ter esses rompantes de adolescente.
Luciana: – Só o que me faltava essa agora, César. Não, impressionante. Não tem nem um mês que eu descobri que você namorava comigo enquanto tinha um caso com a minha madrasta. Pior: que sempre foi envolvido com ela, a vida inteira. Me conheceu sabendo quem ela era para mim, conviveu com ela por meses debaixo dos meus olhos. E nunca falou sobre isso comigo, preferiu manter às escondidas... E quer bancar o conselheiro agora.
Ela mistura as esferas. De repente, não há mais uma delimitação entre a relação profissional e hierárquica, com a relação amorosa que tiveram - e que deixou um amargor, certo ressentimento em Luciana. Ela extravasa tudo isso e ele se apressa para delimitá-la.
César: – Bom, é exatamente por isso que eu te chamei aqui. Se você vai continuar na minha equipe, o mínimo que eu devo exigir é que nós possamos manter uma postura profissional. Se isso não for possível, e eu entendo, não há como seguirmos essa parceria no trabalho. Seria contra produtivo.
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Lacunas e Desfechos.
RomanceEsta estória é inspirada na novela e se desdobra em vários capítulos, com a intenção de complementar o enredo deste casal tão querido - sem que haja, no entanto, modificações na trama original. Sabe aquilo que você sempre quis ver na novela, a ce...