27. LACUNAS, parte 012

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*Este capítulo está sendo repostado após Lacunas & Desfechos ter sofrido uma exclusão de setenta partes da sua história, quando contava com mais de cem capítulos e 130k de visualizações. A pedido de vocês, L&D continuará - sempre!

Boa leitura. Com carinho,
Lívia.
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A conversa é muito pesada e, apesar da ira, Helena está destruída, com os olhos cheios de lágrimas quando Theo sai. Um tempinho depois, quando Hilda retorna para ver a irmã, ela a encontra com um ar um pouco mais leve, mais otimista, e a questiona sobre como foi o papo com o ex.

Hilda: E aí, conversaram?

Helena: Hm... Tô me sentindo tão leve! Falei tudo, Hilda! Tudo o que eu queria... E mais ainda, coisas que eu achava que falaria só em outra ocasião. Fiz uma faxina... Lavei a minha alma.

Hilda: É, o Theo chegou lá com uma cara tensa, a Luciana ficou até preocupada. Pediu para ir para a cama, descansar.

Helena: – A Luciana acha que agora ela controla tudo, está se sentindo a dona do mundo. Mas na minha casa, meu bem, ela agora avisa que vem e pede licença.

Hilda: – Ah, não vai criar mais problemas pra você, por favor...

Helena: Mas eu não estou criando problemas! Pelo contrário, eu estou resolvendo os meus problemas, Hilda! Abrindo o jogo! Agora as pessoas que paguem pra ver.

Hilda: Assim eu fico preocupada, sabe, eu...

Helena: Psiu! Tá tudo bem! Tá tudo bem, eu estou bem... Tá bom?

Hilda: – Tá!

Helena: – Vai descansar, meu bem. Amanhã nós vamos juntas para a clínica, tá bom?

Depois de todo esse agito, Helena enfim consegue tirar um tempo para ela. Ela faz todo seu ritual noturno de beleza, passa creme em suas pernas relembrando a conversa com o Theo, mas agora de forma entusiasmada, com um ar de quem tirou um peso de cima das costas.

Com sua tradicional camisola de cetim, linda, ela se recolhe sobre a cama para ligar para o amado, conforme havia prometido mais cedo quando ela ainda estava no colégio. César está também em seu quarto, reservado, lendo como lhe é de costume quando o celular toca e ele logo atende, animado, sabendo e esperando que seja Helena.

César: Mas que demora... Eu já ia ligar pra você. Estava te esperando.

Helena: – Ô, meu amor. Eu só consegui tempo agora, me desculpe...

César: – Quase penso que havia sido abandonado outra vez...

Helena: Bobo! Demorei muito para conseguir, meu bem. Agora não te largo nunca mais.

César: Ih, isso está parecendo uma ameaça, hein...

Helena: E é. Com todas as más intenções possíveis.

Os dois se divertem, o sorriso é constante em seus rostos, estão encantados um com o outro.

César: – Como foi seu dia? Você estava tensa quando nos falamos pela manhã.

Helena: Problemas, né César? Uma porção deles. Mas agora eu estou aliviada, coloquei tudo, tudinho pra fora.

César: Esteve com o Theo, pelo visto.

Helena: Estive. Estive e quando fui ver, já tinha dito além do que pretendia falar. Disse até que estou em uma relação com outra pessoa.

César: Hmmm. Não me diga?!

Helena: Uhum. Só não disse que era você porque não achei que era o momento e porque quero falar com a Luciana antes, mas foi por pouco, meu bem... Por pouquíssimo.

César: – Eu estou vendo que você está com ótimo humor...

Helena: Estou! E olha que se não fosse tão tarde, eu bem que aceitaria o seu convite.

César: Não seja por isso, eu o refaço agora mesmo.

Helena: Haha, meu bem! Vontade não me falta... Mas é melhor deixarmos para amanhã, hum? Amanhã minha irmã tem cirurgia também, quero estar de pé logo de manhãzinha porque tenho que ir ao colégio e depois quero acompanhá-la até a clínica.

César: – Posso ficar te esperando por lá então?

Helena: Deve! Não vejo a hora de ver você, de estar com você... De te beijar...

César: Hum. Só isso?

Helena: Não... Claro que não. Mas as outras coisas eu prefiro nem dizer, se não, eu não vou conseguir nem dormir.

César: Ah, não, agora eu fiquei curioso pra ouvir, amor.

Helena, em silêncio, sente um frio na barriga, se surpreendendo com o 'amor' que César deixou escapar; há muito tempo, longos anos, ela não o ouvia chamá-la dessa forma e, o fato dele fazê-lo tão espontaneamente é mais uma prova do quando ele está conseguindo superar seus traumas, está confiante nela e nessa relação. Apesar de surpresa, ela está feliz e, claro, não repercute para não correr o risco de melindrá-lo.

Helena: Hum. Nesse caso, eu digo, digo tudo. Pessoalmente.

César: Assim não vale... Poxa vida, agora quem não dorme sou eu.

Helena: Como é que você diz pra mim? 'É só fechar os olhos...'.

César: Deixa você comigo... Até amanhã então?

Helena: – Até amanhã, meu amor. Durma bem.

César: – Você também. Beijos. 

 

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