47. LACUNAS, parte 032

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*Este capítulo está sendo repostado após Lacunas & Desfechos ter sofrido uma exclusão sem precedentes de setenta partes da sua história, quando contava com mais de cem capítulos e 130k de visualizações. A pedido de vocês, L&D continuará - sempre!

Boa leitura. Com carinho,
Lívia.
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Após todas aquelas transas deliciosas que se diluíram em horas de encontro, Helena se levanta e César fica à espera do que virá. Ela pede para que ele pegue o vinho e a acompanhe. Helena atravessa o salão da cobertura e se envereda pelo corredor, até adentrar seu quarto, onde dirige-se direto para o banheiro. César encontra um ambiente também a meia luz, com velas ao redor da hidro e tudo ali preparado para um banho a dois. Ele gosta de ver como ela planejou tudo nos mínimos detalhes para a noite deles.

Helena entra primeiro e César vai em seguida; ali os dois acalmam os ânimos após as tantas transas que tiveram e curtem o finalzinho da noite. Eles ficam um de frente para o outro e Helena joga suas pernas sobre César, brinca com os pés tocando seu peitoral e, carinhosamente, ele pega um por um para fazer carinho, disfere massagens, sobe com a mão até o meio da panturrilha e fica nessa sequência de toques.

Eles conversam sobre tudo: Helena descarrega seus problemas porque sabe que tem em César também seu confidente. E ali ela comenta o caso da Santana, pede sua opinião como profissional, comenta as últimas desventuras de Helô, repercute a recuperação da Hilda e como esse ano foi um divisor de águas na vida das três, como foi um ano que mexeu com as estruturas da família toda.

César: Mas como ficou toda a questão sua com o Theo? A respeito do Lucas, eu digo.

Helena: Ficou que não tem como ficar de outro jeito se não, bem. Eu vou fazer o que, meu bem? Já aconteceu. Ele já me enganou por oito anos. Tudo o que ele podia ter feito pra mim de ruim, de sujo, ele já fez. Acho que seria tudo mais doloroso se, mesmo com tudo, eu estivesse em uma relação com ele, me entende? Eu me sentiria duas vezes traída porque perderia a confiança nele enquanto pessoa e enquanto marido, eu perderia o chão e o meu marido também. Mas como nós, enquanto marido e mulher, esse desejo, essa confiança enquanto casal, já havia morrido há muito tempo, eu tive que lidar apenas com o lado da sujeira e aceitar que já foi, não tem como mudar.

César: Mas mesmo assim... Deve ser bem difícil.

Helena: Foi e ainda é. Mas eu não pretendo ter uma convivência com ele além do necessário porque, afinal de contas, o Lucas é meu filho. Não é porque, de repente, tudo isso veio à tona que ele vai passar a ser filho legítimo do Theo e eu uma mera participante. Quem criou o filho, fui eu. O Lucas é meu e eu não acho que o Theo vá argumentar contra isso.

César: Não, eu também acho que não. Abriu-se uma verdade, mas isso não muda os fatos, os vínculos que vocês, você e o Lucas, criaram durante todo esse tempo. Você é de fato a mãe dele.

Helena: Com toda certeza.

César: Isso quer dizer que vocês não pretendem contar a verdade pra ele?

Helena: A pergunta é 'como?', César. Como? Isso tudo é tão complicado porque eu tenho que contar que ele é adotado, mas também não é adotado porque é filho do pai. E aí, em uma tacada só, ele descobre que a mãe não é exatamente a mãe dele e também descobre que o pai foi infiel, traiçoeiro. É muita coisa para uma criança de 8 anos. Eu não sei exatamente como e quando é a hora de fazer isso, mas tenho que fazer. Até porque tem a menina também, a Salete... Eles são meio irmãos. Isso, se não forem inteiros.

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