17. LACUNAS, parte 002

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*Este capítulo está sendo repostado após Lacunas & Desfechos ter sofrido uma exclusão sem precedentes de setenta partes da sua história, quando contava com mais de cem capítulos e 130k de visualizações. A pedido de vocês, L&D continuará - sempre!

Boa leitura. Com carinho,
Lívia.
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Sexta-feira, 08 de Agosto de 2003.

Helena já está deitada, exausta, quase cochilando quando, de noite, César telefona. É a noite do tiroteio, no mesmo dia em que amanheceram juntos no hotel e cerca de quatro dias após Petrópolis.

César: Helena?

Helena: Oi! Oi... Alô. - Ela atende meio atrapalhada pelo recém despertar.

César: – Helena? Está podendo falar?

Helena: Ah, oi, meu bem. Estou. Estou sozinha no meu quarto, quase pegando no sono...

César: – Eu não quero atrapalhar. Me desculpe. Volte a dormir, hoje o dia foi cheio.

Helena: Hummm. Se você soubesse o quanto me acalma ouvir a sua voz, nem se desculparia.

César sorri no outro lado da linha; ele sempre fica envaidecido com as declarações de Helena.

César: Eu liguei para saber como você está, só consegui fazer isso agora. Minha secretária disse que você foi embora agora a noite da clínica, eu procurei por você. Queria ter podido estar ao seu lado, mas, infelizmente, as circunstâncias...

Helena: Eu sei. E só eu sei como me segurei para não ir parar nos seus braços ali mesmo, na frente de todo mundo. Eu não quero parecer egoísta, César, mas não deixo de pensar em como isso tudo vai afetar nossos planos, justo agora.

César: Eu sei, eu também pensei nisso. Mas não se preocupe que encontraremos uma forma, juntos. Temos que estar preparados.

Helena suspira e consente com a cabeça, como se César pudesse vê-la.

César: Você vem à clínica amanhã?

Helena: Vou! Claro. Provavelmente depois do almoço, preciso cuidar do Lucas antes. Está uma verdadeira operação de guerra aqui para que ele não associe o tiroteio ao pai, mas a tarde eu irei.

César: Ótimo. Passe na minha sala; eu quero ver você.

Helena: Tá bom, meu bem. Eu também quero te ver.

César: Descanse, Helena. Você precisa descansar, precisa cuidar melhor de você. Me promete isso?

Helena: Prometo que vou cumprir suas ordens, doutor.

César: Ótimo. Um beijo.

Helena: – Beijos, meu amor.

Os dois desligam com sorriso no rosto. Apesar de toda preocupação e do turbilhão de emoções, Helena vai dormir mais leve por ter conversado com César e ter visto nele um zelo, um cuidado, uma vontade de estar mais próximo. Essa vontade pode ser sentida inclusive no discurso dele que, aos poucos, vai ficando menos engessado, mais fluído e delicado.

Uma coisa não se pode negar: para César, a situação é delicada. Ele estava certo de que, enfim, ele poderia viver o amor que ele tanto esperou, estava animado com essa possibilidade - apesar de ainda um pouco travado - e agora, diante de tudo, como ele romperia com a Luciana?

Está certo que até Helena disse que eles deveriam segurar um pouco a história, manter o romance dos dois assim, de forma mais clandestina por um tempo, mas o incidente com o Theo abre portas para que isso tenha que se manter por mais tempo que ele gostaria e ele se preocupa, tendo a consciência de que não poderá deixar Luciana agora.

Está certo que até Helena disse que eles deveriam segurar um pouco a história, manter o romance dos dois assim, de forma mais clandestina por um tempo, mas o incidente com o Theo abre portas para que isso tenha que se manter por mais tempo que ele...

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