44. LACUNAS, parte 029

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*Este capítulo está sendo repostado após Lacunas & Desfechos ter sofrido uma exclusão sem precedentes de setenta partes da sua história, quando contava com mais de cem capítulos e 130k de visualizações. A pedido de vocês, L&D continuará - sempre!

Boa leitura. Com carinho,
Lívia.
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Domingo, 24 de Agosto de 2003.

Amanhece o dia após a festa. Logo pela manhã, Hilda vai ao apartamento de Helena tomar café com a irmã e repercutirem um pouco sobre a festa. Hilda diz que a irmã sumiu, que ela foi embora sem ao menos tê-la visto e que quer saber direitinho o que aconteceu. Helena conta sobre o acerto dos dois, fala também da questão da Luciana, como ela viu tudo, a forma como reagiu e também sobre a conversa com o Theo. Por fim, confidencia os planos para a noite.

Hilda: Onde é que você se enfiou ontem, hein? Eu quase achei que você tinha desistido mesmo de ir, mas encontrei o Theo logo no início da festa e ele disse que vocês haviam chegado juntos.

Helena: Onde é que você acha que eu estava, meu bem?

Hilda: Helenaaaaa!

Helena: U-hum. Foi uma loucura, ele teve um ataque de ciúmes quando me viu com o Theo e saiu me carregando à força para o quarto.

Hilda: Gente! Na frente de todo mundo?

Helena: Da festa inteira.

Ela sorri com malícia recordando aquele ímpeto; de certa forma, ela adorou aquele impulso de César, sentir a ira, o furor para tê-la.

Helena: Mas, enfim. Conversamos um pouco, bem pouco... A Luciana apareceu.

Hilda: Como assim 'apareceu'?

Helena: Apareceu no quarto do César e pegou nós dois aos beijos. Naqueles beijos.

Hilda: Não acredito! Bom, isso explica muita coisa... Ela estava com uma cara de quem comeu e não gostou, mal ficou na festa direito. Como foi?

Helena: Ela ficou surpresa, claro. Mais surpresa ainda quando o César contou que nós nos conhecíamos há muito tempo. Sabe que, pensando, eu fico até com pena? Porque nós a enganamos por meses. O César, então... Ora pela indecisão dele, ora pelas circunstâncias, manteve um relacionamento com ela mesmo estando comigo. Eu só não me sinto, não sei, culpada porque sei que o que aconteceu entre nós dois foi o certo, o inevitável... Não foi por sacanagem, foi o curso natural de tudo, do nosso amor. E também porque, convenhamos: ela também não é santa, não amava o César, estavam os dois se cozinhando enquanto queriam mesmo era estar com outras pessoas - o César, comigo e ela, com o Diogo. Não tem santo nessa história, não.

Hilda: É, nisso eu concordo. Mas e aí? Conversaram? Se entenderam? Porque vocês demoraram uma vida naquele quarto, hein. Eu mal te vi, Helena, só de longe quando eu e o Leandro já estávamos indo embora.

Helena: Conversamos o que deu pra conversar, não tínhamos muito tempo pra isso e o pouco tempo que foi possível, eu tive que... Hahaha! Tive que controlar o César.

Hilda: Ah, não. Meu Deus do céu, vocês dois parecem dois adolescentes, que fogo é esse, minha irmã...

Helena: Hahaha, muitos dias de abstinência, Hildinha. Tem, o que? Quase duas semanas que não ficamos juntos já, que não nos amamos, uma eternidade. Posso falar por mim, que estou subindo pelas paredes. Mas... Ele retomou o pedido de casamento.

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