Elize estava sentada roendo as unhas, Stephen ainda dormia, mas ela não conseguia pregar os olhos pensando no garoto, a morena começou a andar pela casa, já era noite e uma chuva caía lá fora, não muito forte mas também não tão fraca. A mulher de curtas madeixas escuras começou a ficar nervosa enquanto limpava os pingos de sangue no chão do apartamento, assim que acabou se levantou e escorou no balcão com o pano nas mãos.– Elize? — A voz rouca de Stephen fez Elize acordar de seu transe.
– Sim!? — Ela rapidamente largou o pano e correu até lá.
– Você está bem? — Ele perguntou enquanto se sentava na cama.
– Stephen... — Elize suspirou pesado.
– Estou apenas checando, ok? — Stephen riu fraco.
– Eu fiquei tão preocupada com você, imbecil! — Logo os braços da mulher rodearam o pescoço dele com carinho.
– Sinto muito por isso. — Ele cheirou o pescoço dela.
Eles ficaram assim por alguns curtos minutos, logo ela estava sentada na ponta da cama olhando o homem que tinha vários hematomas pelo corpo e ainda mantinha o sorrisinho caloroso no rosto. Stephen segurou a mão de Elize e beijou as costas da mesma, a garota colocou a outra mão sobre as de Stephen.
Ela viu os lábios do moreno se tornarem trêmulos e logo um choro preso ameaçava sair, a primeira reação da morena foi abraçar o homem de 1,80 que estava em sua frente.
– Pode chorar, Stephe... eu estou aqui... — Elize acariciava os cabelos dele.
– Eu sou tão fraco... — Stephen estava agarrado na mulher enquanto as lágrimas grossas rolavam pelo seu belo rosto.
– Stephe, você não é fraco, mas fraquejar faz parte do ser humano, você não é máquina. — Ela apertou o abraço.
– Eu não vou conseguir proteger você e a Rita ao mesmo tempo... — Stephen soluçava.
Rita De Angeles, a irmã mais nova de Stephen, a morena já ouviu falar dela algumas vezes, ela tinha cabelos castanhos, olhos verdes, tinha uma estatura de uns 1,63, as bochechas gordas e rosadas, ela vivia sorrindo, as duas chegaram a se falar uma vez, mas misteriosamente Elize nunca mais teve notícias de Rita, apenas torcia para que a garota estivesse bem.
– Está tudo bem, Steph- — A morena parou quando ele começou a balançar a cabeça negativamente.
– Eu quero que você fique segura, Elize! Eu não quero que o Hunter coloque as mãos dele em você, ele disse que eu tinha de escolher entre você e a Rita! — Stephen prendia o choro.
– Rita e eu temos sorte de termos você, Steph... mas sabe, nesse momento a pessoa que mais precisa de você é a Rita. Ela é sangue do seu sangue, ela faz parte de você assim como eu faço, assim como você faz parte de mim. — Elize sorriu.
– Elize... — Ele levantou o olhar para encarar a morena.
– Não se preocupe, nós vamos nos reencontrar de novo, Stephe! Eu nunca deixarei de pensar em você, nem mesmo se mil anos se passarem! Talvez estaremos em algum lugar diferente, com pessoas diferentes, ou em outra vida, mas sempre pensarei em você, eu prometo! — A morena beijou a testa do homem em sua frente.
– Isso é tão doloroso, isso está me matando, eu sinto como se um pedaço de mim estivesse sendo arrancado, como se estivesse levando socos no estômago... mas eu estou apenas deixando você. — Ele apertou os punhos até seus dedos ficarem brancos.
– Quando encontrar a Rita, diga a ela que eu mandei lembranças, diga que eu quero vê-la algum dia. — Elize que tambem tinha lágrimas nos olhos disse.
Stephen ainda procurava soluções para todos aqueles problemas, era como se tudo o que ele tivesse construído ali estivesse desmoronando, mas ainda sim Elize se mantinha de pé, estendendo a mão para alguém ferrado como ele, mostrando o caminho certo que ele deveria seguir.
De um lado havia Rita, ela era sua preciosa irmãzinha que ele jurou proteger até o fim de seus dias, e do outro Elize, uma amiga querida, mas que também lhe mostrou formas de amor que ele não conhecia, e acabou fisgando seu coração machucado.
Hunter o torturou até quase mata-lo, ele fez Stephen escolher entre Rita e Elize, duas pessoas que ele amava, ele sabia quem escolher, mas doía muito, doía tanto que nem os cortes que ele tinha no corpo poderiam superar aquilo.
– Prometa que vai me manter informado. Prometa que vai se cuidar, Elize! Prometa que não vai morrer! — Stephen colou sua testa a da garota.
– Eu prometo... me prometa que vai viver também, eu quero ver você e Rita. — Ela sorriu.
– Rita está grávida. — Ele disse baixo.
– O que? Sério? Eu espero que eles estejam bem, que o bebê dela venha com saúde! — Elize sentiu seu coração esquentar.
Stephen assentiu, os dois se olharam por alguns segundos, os olhos do moreno estavam inchados por causa do choro e também pelos socos que havia tomado. Elize acariciou o rosto do mais velho, logo sentindo os lábios frios dele tocarem os quentes dela, e depois se tornando um beijo intenso, onde ele apenas estava necessitado daquilo para que finalmente pudesse ir embora de vez.
Elize ainda tinha as mãos no rosto dele com cuidado, assim que cessaram o beijos eles se abraçaram, Stephen escondeu o rosto na curva do pescoço da morena, enquanto sentia seus olhos ficarem encharcados novamente.
– Eu prometo que nunca vou me esquecer de você. — Ele sussurrou.
– É bom que não esqueça, De Angeles! — Elize brincou.
– Eu vou embora pela manhã, mas antes eu vou falar com Satori. Quando eu sair você estará dormindo. — Ele disse.
– Não vou. — Elize respondeu.
Mas ele mentiu, ele saiu ainda durante a noite e ela sabia disso, havia feito algo para ele comer antes de sair, ela ouviu o barulho na cozinha, e ouviu os passos lentos e os gemidos de dor que saíam da boca dele enquanto estava se aproximando. Elize estava de costas para ele, ainda mantinha seus olhos fechados, pois não queria que ele a visse chorando e o fizesse pensar que ela preferia que ele tivesse escolhido ela ao envés da irmã.
Sentiu os dedos dele tocarem o rosto dela para tirar os fios de cabelos da bochecha e beijar a mesma e em seguida sussurrar um "até qualquer dia". Ouviu ele sair do quarto e logo a porta ser aberta, suspirou pesado enquanto se afundava nós lençóis e deixando que as lágrimas rolassem por seu rosto.
[...]
Ninguém mais teve notícias de Stephen até então, Elize se pegava pensando em Hunter, e no ódio que havia acumulado pelo loiro, começou a pensar que ele poderia estar por trás da morte de Bailey também. A morena estava saindo de casa quando recebeu uma ligação, fazia meses que essa pessoa não dava as caras, mas mesmo assim em um momento onde Elize iria começar ela mesma a procurar por pistas ela teve de parar.
– Quanto tempo!? Será que podemos nos encontrar? Eu estou com saudades de você, Lizzie! — Ela disse do outro lado da linha.
– Sim! Quando podemos nos ver? — Elize sorriu.
– Amanhã, assim que você sair da faculdade. — Seu tom de voz parecia um pouco nebuloso.
– Oh, tudo bem, pode ser. Até depois, Miwa! — Elize desligou.
– Até... — Um sorriso pequeno e diabólico surgiu nos lábios de Miwa após sair da chamada.
A garota então olhou para a janela enquanto tinha o celular nas mãos, só saiu do transe quando a porta foi aberta.
– Vamos, Miwa! — A voz grave soou.
– Oh, ok! — Ela abraçou o braço do homem e sorriu.

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𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔
Любовные романы• art credits: @jijiooe (twitter) "Agora que eu experimentei, acho que eu sufocaria, por cada segundo que você não está ao meu lado. Mas agora estou preso no portão da propriedade de Lúcifer. Eu me apaixonei por uma garota que conheci no inferno." E...