𝗻𝘂𝗺𝗯𝗲𝗿 𝘀𝗶𝘅 | 𝗰𝗼𝗻𝗳𝗹𝗶𝗰𝘁𝘀

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O homem ergueu as mãos para cima, dando alguns passos para trás. Bjork segurava o braço de Lucien, assim como Talia e Liana que estavam atrás de Vicente e Jake. O homem que mais tarde foi apresentado como Chris, olhou para Lucien, ele sabia que o Constantine participava das lutas por puro esporte, ele não tinha interesse em viver daquilo. Foi então que outro garoto entrou, ele deveria ter a idade de Lucien, ele tinha o mesmo olhar de Rintarou antes de conhecer Elize.

O tal Chris sorriu, ele puxou o garoto para perto, Bjork o olhou com pena, era óbvio que ele estava ali contra sua vontade, pois assim como Lucien, ele só queria lutar, não queria títulos.

– Este é Leon. O meu cara da sorte. — Chris disse.

– Ele não parece muito feliz. — Vicente o olhou.

– É porque ainda não teve seu pau enterrado em alguma vadia. — Chris deu tapinhas nas costas do garoto.

– Você não fala? — Vicente estalou os dedos na frente tô garoto.

– Ele não precisa. — Chris acendeu um cigarro.

– Então, você é o bichinho de estimação do Chris? Sai disso aí, isso não é vida pra você. — Lucien disse.

– Olha quem fala, não é? Você tem papai e mamãe para bancar tudo pra você, é fácil dizer que alguém não precisa da porra do dinheiro sujo pra viver. — Chris gargalhou.

– Isso não é sobre mim. — Lucien o olhava.

– Vamos embora. — Vicente disse.

Bjork olhou para o garoto e ela sentiu o olhar dele também, ele arregalou os olhos ao vê-la, seu coração palpitou. Lucien imediatamente reconheceu aquela reação, foi a mesma que ele teve quando a viu pela primeira vez, se sentiu ameaçado. Ele viu o garoto abrir a boca para dizer algo, mas elas morreram antes de saírem, Bjork, por outro lado, ainda segurava a mão de Lucien. A atenção deles foi tirada quando a porta foi aberta e então eles viram alguém dar tiros para cima, fazendo todo o pessoal evacuar.

Lucien arregalou os olhos ao ver Callan, Cobra, Suna, Elize e Rosy ali, ele sabia que estava encrencado agora. Vicente olhou para o amigo, Chris estalou a língua, ele puxou Leon e fugiram pelos fundos. O De Angeles mais velho sentiu seu coração acelerar ao ver o rosto bonito da Constantine.

– Rosy?! — Ele disse mais alto do que esperava.

– Vicente? — Ela olhou para cima, o vendo lá.

– Droga... — Lucien foi descendo as escadas.

– Quem são essas pessoas? — Bjork sussurrou.

– Minha família. — Lucien a olhou.

– Oh... — Ela engoliu seco.

Rosy sorriu ao ver o irmão, ela viu o sorriso no rosto de Vicente ficar mais largo, mas o sorriso dela sumiu no momento em que viu que ele estava segurando a mão de Talia, ela não imaginava que ela estudava com Lucien ou que ela era menos de idade. Vicente não percebeu estar segurando a mão de Talia, ele apenas fez isso para ela ir para trás, Jake já havia percebido, ele apenas se afastou. Elize olhava para Lucien com certo desgosto, afinal, ela não estava que ele estivesse metido com esse tipo de coisa. Rintarou permaneceu quieto, ele apenas sabia que quando Elize falava, era hora de ficar quieto.

Lucien ainda segurava a mão de Bjork quando se aproximou da mãe, a primeira coisa que ele fez foi abraçar Rosy e beijar o rosto dela. As garotas estavam encolhidas, afinal, ela viu que eles estavam armados, e pior, com uma cara nada amigável.

– Todos para fora. — Elize disse.

– Sim, senhora. — Eles responderam em uníssono.

– Vocês três aí, digam seus endereços. Todas vão para casa. — Elize disse.

– Mas- — Lucien começou.

– Quando eu estiver falando, Lucien, você deve permanecer calado. Estou decepcionada com você. — Elize disse e deu as costas para eles.

– Sinto muito, garoto. — Cobra tocou o ombro do menino.

– Bom, suponho que vamos embora, então. — Talia jogou os braços para trás.

– Não sabia que sua mãe era tão jovem. — Liana disse.

– Sinto muito pela grosseria dela. Mamãe estava muito preocupada com Lucien, quem sabe algum dia vocês possam ir até em casa para conhecê-la melhor, sim? — Rosy riu fraco.

– Cobra, você pode deixar as garotas em casa? — Rintarou perguntou.

– Claro. — Ele pegou as chaves do carro.

– Pai, eu posso levá-las. — Lucien disse.

– Não, você não pode. — Rintarou saiu.

Elas estavam surpresas que os pais de Lucien eram tão jovens, ou era o que eles aparentavam, mesmo estando quase na casa dos 50. Vicente não conseguia parar de olhar para Rosy, ela estava ao lado de Callan, ele se aproximou dela e a abraçou, já que ele não havia feito isso antes, ele enterrou o rosto no pescoço dela, sentindo o cheiro bom que ela tinha. Jake logo se enfiou no carro de Vicente, Bjork e Lucien se despediram apenas com um olhar, assim como as outras garotas, ele entrou no carro com Elize, Rintarou, já que Rosy optou por ir com Vicente. Callan e Cobra foram deixar as garotas.

Rintarou estava dirigindo enquanto a esposa estava com seus braços cruzados, Lucien olhava pela janela do carro, ele nunca de fato havia discutido ou levado algum sermão dos pais, mas hoje era o dia.

– Estou desapontada com você, Lucien. — Elize disse.

– Eu só queria me divertir. — Ele ainda olhava pela janela.

– Então o seu jeito de se divertir é quase de matando? Parabéns, Lucien! — Elize disse.

– Eu preciso ficar mais forte! — Ele retrucou.

– Não! Você não precisa ficar mais forte, Lucien! Você é uma criança, não entende? Você não precisa disso! — Elize falava alto.

– Quando é que você vai entender que eu não quero ser um garotinho indefeso e viver debaixo das suas asas pra sempre?! — Lucien disse e ela o olhou.

– Nunca. Eu nunca vou entender como o meu bebezinho, a criança que eu gerei e cuidei com tanto amor, quer jogar a única oportunidade que ele tem no lixo e se matar dessa forma. — Elize disse.

– Você não pode proteger todo mundo. — Lucien disse e Elize se lembrou de Hunter.

– Eu sei disso. Você acha que eu já não perdi o suficiente, Lucien? Eu não quero perder você também. — As lágrimas queriam sair.

– Mãe, eu- — Antes que ele pudesse dizer algo ele viu o olhar de Rintarou pelo retrovisor interno do carro.

– Você tem razão, eu não posso proteger todo mundo, mas por favor, não me peça para parar, porque eu jamais irei. Lucien, enquanto eu respirar, eu ainda sou a sua mãe, e irei proteger você e os seus irmãos com todas as minhas forças. — Ela enxugou as lágrimas.

– Eu sinto muito, mãe. Eu não deveria ter dito essas coisas, eu sei como é difícil pra você, mas eu não quero viver fraco. — Lucien disse.

– E você não vai, só vá por um degrau de cada vez, Lucien. Para se tornar alguém grande... você deve primeiro começar devagar e depois dar um passo de cada vez na ordem correta. — Rintarou disse.

 𝐓𝐖𝐎 𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓𝐒 ─ 𝐒𝐔𝐍𝐀 𝐑𝐈𝐍𝐓𝐀𝐑𝐎𝐔Onde histórias criam vida. Descubra agora